domingo, 16 de junho de 2013

 

DAR PALAVRAS - Interrompo o falecimento do blogue para vos contar...

Já me chamaram maluca. (E eu tudo bem.) Ando a distribuir os meus textos na Rua. Resolvi procurar activamente os meus Leitores. Já vou na semana #14 vejam bem. A história toda AQUI: www.facebook.com/andreia.azevedo.moreira

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

 

É O FIM AMIGOS. É O FIM.

Quando era mais miúda sempre que precisava mudar de vida cortava o cabelo. Actualmente derivado à falta de tempo tenho a melena a chegar-me à lordose. A vida é feita de ciclos e tudo acaba. Tudo mesmo. Que merda. Acreditava que o blogue Buddy não corria esse risco. Eis que hoje é o dia de lhe dar descanso. Se soubessem como foi importante. Se concebessem o bem que me fez e o quanto me custa abatê-lo... É chegada a hora. Sinto-o. E quando cá dentro as coisas se definem nada há a acrescentar, nada há a fazer se não o que tem de ser. E agora perguntam-se. Mas a gaja vai deixar de escrever? Não, pá. Ando parada é certo, mas cessar de o fazer apenas aquando do meu falecimento e isso se não nos concederem desejos no Além. Persistirei, pois, nesta que sou. Terão notícias um dia. Tenho a CERTEZA. Obrigada a todos os que me fizeram companhia.
 
AQUELE ABRAÇO.
 

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

 

Derivado ao sitemeter tenho noção que ninguém me lê.

(Apenas malta com problemas na glândula salivar ou em busca das melhores cábulas. E com esta frase eis que virão mais uma catrefada deles que se estarão cagando para o que escrevo e para as minhas aspirações...Um bem haja por sacudirem o pó, ainda que pelos motivos errados. Perdoem a ponta de amargura na minha voz.)

REEDIÇÃO

Apresentava-se ao serviço às 9h31. Havia um mundo real para dactilografar. Carecia de tempo e de espaço para a ficção. A dela. – Imaginada deveras. Mal sucedida. – A dos outros: Ah tão criativa! – Não mais do que o seu modo de lhes contar das frustrações, dos devaneios, do medo. Falava-lhes da(s) sua(s) verdade(s). Acreditassem se lhes aprouvesse. Curioso era que duvidassem do que era de facto aplaudindo-o, desconsiderando o que lhe custara as entranhas a imaginar. Relevava a injustiça, porque o resultado era sempre o desmedido alívio por suprir a urgência de que padecia. Como se o perene cansaço, por ouvir dentro das meninges imperativa voz - Qual matilha de canídeos latindo. - lhe desse trégua. Havia muito que não descansava da dita. Precisava do dinheiro: filhos para criar; necessidades elementares (Noutras latitudes superfluidades.); responsabilidades. A certeza de não poder agredir outrem com as omoplatas sem que o peito lhe escurecesse. Cria na luz para criar. Uns apreciam a treva. Ela almejava escrevê-la sem habitá-la. A angústia andava a alimentar-se-lhe da alegria de outrora. Consolava-se:
 
- É por agora. Terei tempo.
 
Não tinha. Nunca tinha tempo. Despachava-se tarde dos miúdos, da louça, da roupa, da vida vivida lesta. A matilha a enfurecer-se. Enrodilhava-se na fadiga como se frio e essa cobertor. Adiava. «Amanhã…» E o porvir chegava a hoje e a mesma letargia a afagá-la. Tudo mais importante. Uma birra. Um colo. Gargalhadas bonitas. A louça. A roupa. Os almoços confeccionados de véspera. «Amanhã.» O padecimento em crescendo. «Ladram tão alto estes cães.» Ainda que fosse por aquele momento, que pensasse que haveria de ter tempo, as dúvidas: - E se morro? Que fiz por essa que também sou, tão carente? - Que interessas, tu? Morre descansada. Fizeste o que te competia. - E a voz? Estes cães? (Lobos?) Feras que investem garras e presas que me laceram. Comem-me o fígado, os pulmões, o coração. - Que voz? Que feras? Enlouqueceste de vez? - Esta que me ensurdece. Porque não se calam os cães? Não enlouqueci. Sou sã. (Ainda.) Pergunto: Acabarei louca? - Sim. Morrerás doente. Não há cura para o mal que te aflige. - Há. - Pouco importa. Olha para o relógio. Estás sem tempo. - Tê-lo-ia não dormisse. - Tens de descansar. - Usasse a noite em meu proveito e talvez o silêncio. A paz. Não posso mais. - Definharias. - Há quem consiga. Três, quatro horas de sono. Quanto baste. - Não sejas ridícula. Vamos, acorda. Está na hora. Ti ri ri ri ri. Ti ri ri ri ri. 8h37. Azáfama. 9h31 e um cartão de ponto na mão. A morte às prestações registada num aparelhinho fixado à parede. Aquilo continuou até ao intolerável. A voz: Implacável. «Onde é que guardaste a caneta?» «As folhas brancas onde estão?» (Os tímpanos da alma a romper-se.) Impunha-se-lhe cessar a representação. Uma criança de cinco anos chamar-lhe-ia “fingidona”, realizasse o tamanho da mentira que alimentava. Principiou trémula o ofício n.º 50 de 2011. Ousou furtar-se ao costumeiro “Vimos pelo presente ofício”
 
«Era o dia primeiro do mês em que a decisão fora tomada. Inexorável. Havia tentado preveni-lo do que estava prestes a suceder, contudo, ele fizera-se massa indefectível para que o não enchessem de desesperança. Era irremediável a situação em que se colocara. Falhara o prazo. Falta imperdoável que se lhe colara à epiderme das mãos. Teria de devolver o indevidamente recebido. Tê-lo-ia ajudado estivesse ao seu alcance. Regras eram, todavia, torrentes contra as quais se sentia impotente para nadar, ou sequer manter o fôlego. Creia que há sempre quem se encontre a seu lado e o fim é, não raras vezes, recomeço. (Perdoe o lugar-comum.) Sem mais para lhe transmitir permita-me que o deixe a pensar onde errou, para que possa, em situação hipotética futura, errar melhor.»
 
Escolheu manter «Com os meus melhores cumprimentos» como se fora possível disfarçar o desvario. Chamaram-na ao oitavo andar. Ergueram a folha ao nível do seu nariz. Vociferaram. Devolveram a missiva. Limpou a ira alheia do sobrolho e regressou ao 7.º. Ordenaram-lhe que reescrevesse o documento. Fê-lo com gana que desconhecia encerrar. Impregnou-o de melodia, desproveu-o da(s) banalidade(s). Remeteu-o à revelia da entidade superior. Chegara a casa, nessa tarde, por demais leve. Chegou a considerar-se capaz de correr, tal era a alegria. (O peso que a gravidez lhe acrescentara refreou-lhe o impulso.) Correspondeu ao que esperavam de si, em casa, com ânimo reforçado e os seus notaram que o seu sorriso reverberava. Não lho disseram. Não era hábito partilharem o que se passava dentro de cada um. Persistiu por tempo indeterminado na desobediência. Durante algum tempo o seu Curriculum vitae permaneceu incólume. Despedimento nenhum. Trabalhadora exemplar. A escrita cresceu-lhe. O trabalho diário permitia-lhe evoluir. A voz tornara-se meiga. (Um cachorro amoroso.) Afagava-lhe a consciência. Ela cumpria-se dia-a-dia. Pensava: «Morrerei pacificada.» Queria acreditar estar mais próxima de escrever Literatura. Não seria lida pelas massas, mas isso não a moía. Tinha um leitor de cada vez que redigia uma participação transformada, com enlevo, em arte. Andava feliz como aquele que tem sede e se depara com o que beber. Era o dia primeiro em que a decisão fora tomada. Tinham começado a chegar, em catadupa, as respostas ao empreendimento daquela funcionária pública. Não se tratava de cartas de reclamação, antes palavras de incredulidade e reconhecimento. Se por um lado se encontravam devastados pela culpa que lhes fora imputada e que, claramente, os prejudicava. Por outro, a forma como lhes havia sido comunicado desprovia a(s) respectiva(s) sentença(s) de crueldade. Revelavam-se ineptos para contestar o que era, no mínimo, estranho. Vinham, por conseguinte, felicitar os serviços pela façanha e solicitar que, em situações de incumprimentos futuros, fossem notificados por aquela mulher que se recusava a ser tratada por qualquer título. De nada lhe serviram os louvores. Tão pouco o facto de ter já inúmeros leitores entusiásticos. Foi despedida. Precisava de dinheiro. Filhos para alimentar; necessidades primárias – Noutras latitudes: luxos). Comprometimento(s). A crise instalara-se no País - Era o que afirmavam os meios de comunicação. - uns anos antes daquele em que redigira o ofício cinquenta. Foi parar à rua. Estendia suplicante a mão, todos os dias úteis das 9h31 às 17h32.
 
(Jamais ficara a dever horas à casa.)
 
A sua mendicidade soava a poesia.
 
Andreia Azevedo Moreira (14/05/2011 pelas 23 e qualquer coisa a 15/05/2011 às 01h16)

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

 

TENHO SAUDADES DAS MINHAS GARGALHADAS.


segunda-feira, 12 de novembro de 2012

 

DESENCANTO 1 DEIA 0


Estou a perder. A ver se isto ajuda.


quinta-feira, 8 de novembro de 2012

 

OBRIGADA AO RUI ZINK

SE NUMA NOITE DE INVERNO UMVIAJANTE – ITALO CALVINO - NA GERAÇÃO C

E se um livro fosse capaz de vos agarrar pelos colarinhos da alma, com o ímpeto da primeira página de um romance sublime, desde o início até à linha derradeira?

Eis “Se numa noite de Inverno um Viajante” de Italo Calvino (1923-1985). O protagonista é o Leitor – Nós, portanto. – que por dez vezes principia(mos) a leitura de histórias de diferente autoria. Calvino incute-lhe(nos) a paixão do começo e rouba-lhe(nos) a progressão, introduzindo sucessivamente novas narrativas, apresentadas das mais insólitas maneiras. Por exemplo, no primeiro houve erro na encadernação pelo que chegado(s) à página 32 retorna(mos) à 17 e às subsequentes, que se repetem até ao fim do volume. Há que regressar à livraria, reclamar e trocá-lo por outro que não se encontre defeituoso. Porém, o livreiro informa que houve confusão na gráfica entre o romance que o Leitor lê e outro de um autor Polaco. Ora esse novo dado leva-o a desejar prosseguir com este, ao invés do primeiro em que pegara. Assim se realiza viagem alucinante sendo a curiosidade espicaçada à exaustão.

Esmorece o Leitor ante semelhantes vicissitudes? Pelo contrário. É enleado na(s) trama(s) perdendo-se nas díspares realidades, hesitante quanto ao fio condutor a perseguir. A descoberta mais recente parecer-lhe-á sempre mais apelativa e avançará nesta aventura literária com o premente desejo de chegar a um qualquer desenlace que o apazigue.

Cada promessa de obra é vício cujo desfecho será diverso consoante os olhos que a consumam. Quem congeminou esta emboscada? O tradutor Hermes Marana? Autor destes romances apócrifos, com objectivos obscuros?

Muitos livros ainda me aguardam na estante, nas livrarias ou bibliotecas mas asseguro-vos: este será, certamente, um dos mais originais que vos passará pelas mãos.

Os dez títulos que o compõem dariam um belíssimo começo de outra história como nos é sugerido na página 298: «Se numa noite de Inverno um Viajante», «Fora do casario de Malbork», «Debruçando-se da escarpada falésia» «Sem temer o vento e a vertigem», «Olha para baixo onde a sombra se adensa» «Numa rede de linhas que se entrelaçam», «Numa rede de linhas que se intersectam» «No tapete de folhas iluminado pela lua» «À volta de uma cova vazia» - “Que história lá ao fundo espera o fim?» - Pergunta, ansioso por ouvir a história. Serve também a brincadeira para vos enunciar os dez romances que vislumbrarão. Nada mais adianto. Este livro é obrigatório.

195 BPM – Para quem vive apaixonadamente a Leitura, concebendo a dor inerente à Escrita, que nos dá uma lição preciosa sobre Literatura. Adquirir (Perguntem ao Senhor Teste se ainda o tem! - http://senhor-teste.blogspot.pt/) Sugerir a leitura a todos os amigos.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

 
 
Irrita-me que a morte (n)os leve.
Morreu um poeta "daqueles". Mas acima de tudo, cheira-me que morreu uma boa pessoa e como o próprio afirmou é dessas que o mundo carece.

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