segunda-feira, 28 de maio de 2007

 

É que me saíram toneladas de cima!

MALTA!! Garantem-me mais dois meses pagos! Junho e Julho. Yuuuuhhhhuuuuu! É melhor que nada! Já me estava a imaginar amanhã a fazer a lida da casa e nos dias seguintes. De lenço na cabeça, preocupada com o jantar, com a roupa, com o pó. Já me estava a ver a anular dia-a-dia com vontade de dormir manhãs inteiras. Já me estava a ver no telemarketing a falar com uma voz anasalada. Já me estava a imaginar a viver às custas do companheiro a pedir dinheiro para ir ao Oeiras Alive pra me distrair. Já me estava a ver sem dinheiro para as necessidades básicas. Já estava basicamente a entrar em pânico. PANIC BUTTON. Sou um panic button ambulante. Obrigada a todos os amigos que me aturaram as mágoas, que ignoraram os "repentes" qual menina embirrante, que me deram incentivo e envolveram de palavras amigas e de atitudes reconfortantes. Obrigada Sergito por seres sempre TRANQUILO! E parece que ganhei um óscar mas a perspectiva de amanhã já ficar em casa era simplesmente aterradora! Benvindos 2 meses! Em Setembro redefino estratégias, em Agosto o descanso da guerreira! OBRIGADA POR ESTES DOIS MESES!!!!! (Vozes celestiais acompanham-me enquanto caminho triunfante em direcção a mais dois meses de fuga ao maldito DESEMPREGO)

Este ano, como paguei as quotas da AJC (Associação Juvenil Criativa) pela primeira vez em 9 anos, fui convocada para a organização do MUSA2007 (www.festivalmusa.org para ficarem a saber tudo tudo!). Fiquei embasbacada como é que eles conseguem ano após ano erguer este festival! São tantos pormenores, tanta coisa a tratar num curto espaço de tempo, quase sempre dependentes da boa vontade e respostas de terceiros, que vos digo só com muito amor à camisola um trabalho destes vai avante. Mais uma vez toda a minha admiração para todos eles. No que depender de mim não se vão desiludir com a confiança em mim depositada e farei o meu melhor e trabalharei afincadamente neste projecto.

Quero ver-vos a todos por lá.
Não há desculpas!


EU SEI QUE:

- Todos vocês são sensíveis à temática das ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS (Se não são respondam-me: onde acham que poderemos viver senão aqui...no planeta (ainda) azul?)

- Todos vocês gostam de música

- O tempo quente (6 e 7 de Julho) puxa ao convívio nocturno principalmente à beira-mar (em frente à PRAIA DE CARCAVELOS)

- O recinto é espectacular e vão ficar surpreendidos com a nova cara do festival (os que já conhecem de anos anteriores)

- VAI VALER A PENA

- Não vão deixar de passar em www.festivalmusa.org para ver se eu tenho razão! PREOCUPEM-SE! Não só com as alterações climáticas, mas com este grupo de gente capaz de erguer um evento espectacular em troca de nada. ALTRUÍSMO em acção!


E claro como não podia deixar de ser: DAVE MATTHEWS BAND! Foi muito bom! A música é excelente. A sonoridade envolvente e arrebatadora! Tive pena de estar mesmo em frente às colunas e ser muitas vezes insuportável estar ali... No dia a seguir ouvia mal como tudo. Parecia estar a ouvir através de um filtro! Tudo muito ao longe! Mas mea culpa tenho a mania de ser fuçangona "Ah e tal à frente é que é giro! Bora lá" E alertaram-me: "Olha as colunas", e eu: "oh vá lá!" e agarrei-me tipo carrapato às grades... Perde-se aquele impacto de ver a multidão que eu adoro... Mas vá aprende-se com os erros, se bem que no Oeiras Alive lá estarei eu a tentar ficar na primeira fila outra vez! PEARL JAM... Lá terá de ser!!!! Depois re-edito este post com fotos/filmes em directo dos DMB!

Até amanhã!!! UUFF já me safei pelo menos durante dois meses!

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sexta-feira, 25 de maio de 2007

 

Mais um cheirinho...



Stay (Wasting Time)

We were walking
Just the other day
It was so hot outside
You could fry an egg
Remember you were talking
I watched as sweat ran down your face
Reached up and caught it at your chin
Licked my fingertip
Wasting time
Let the hours roll by
Doing nothing for the fun
Little taste of the good life
Whether right or wrong
Makes us want to stay, stay, stay
for awhile
Later on the sun began to fade
Then the clouds rolled over our heads
And it began to rain
Oh we were dancing mouths open
Splashing tongue taste
For a moment this good time would never end
You and me
You and me
Just wasting time
I was kissing you
You were kissing me love
From good day into a moonlight
Now a night so fine
Makes us wanna stay, stay, stay, stay for awhile
Wasting time
I shall miss these things
When it all rolls by
What a day
Wanna stay, stay, stay, stay for awhile
Hey love
Oh just groping you
Rolling in the mud
Stay a while
Come on love
Wanna stay, stay, stay, stay for awhile

Sou daquelas pessoas que era capaz de viver só disto... Concertos, festivais, teatro, cinema, leitura, escrita... É uma excitação que me invade cada vez que tenho um destes programinhas, que nem sei como transmiti-la. Sei só que nem almocei bem tal é a ansiedade. A emoção. Um pavilhão cheio de gente, as vozes em coro, as luzinhas na escuridão, a cumplicidade que se cria entre milhares de pessoas que não se conhecem! É que preciso destas coisas na minha vida como do ar para respirar :) (vá talvez um bocadinho menos... Porque inspiro e expiro muito mais vezes do que vou a estes espectáculos, mas também vos digo já que é por falta de orçamento. Se o tivesse mais gorducho ia a tudo! Mas depois talvez lhe perdesse o gosto não é? Nesse caso talvez não apreciasse tanto...)

Weeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!!!

Deia in a Dave Matthews Band mood :)

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quinta-feira, 24 de maio de 2007

 

E hoje o dia já me sorri... Vá-se lá saber porquê!

Não conheço os mecanismos da minha mente, mas felizmente, que é uma mente que não se deixa abater por muito tempo. Ontem estava um trapo. Doía-me a cabeça, o que não se solucionou nem com dois ben-u-ron (1000mg! E eu que era menina que apenas um de 500mg chegava para passar o que quer que fosse. E as pessoas diziam-me "Ah apenas 1 de 500mg não faz nada" e eu retorquia "olha para mim é suficiente" e era, mas ontem nem com dois de 1000mg lá fui e por aí podem ver o estado miserável em que me encontrava).

Sintomas: apetecia-me chorar, sentia-me bastante em baixo, com vontade de adormecer ontem e só acordar na 2ªF para que este tormento acabasse, doía-me a cabeça como se fosse explodir a qualquer momento, não me apetecia fazer o que quer que fosse, apetecia-me praguejar e chamar nomes a certas e determinadas pessoas e mandá-las a certos e determinados sítios. Birra daquelas grande mas grande como só uma criança de 4 aninhos sabe fazer como deve de ser.

HOJE (algures durante a noite e a madrugada/manhã): fui àquele recanto de mim que não sei onde fica buscar forças e ânimo para estar novamente como eu gosto. Sorriso na cara, piada na ponta da língua, alegria espalhada em mim. Ai estou como nova. É muito cansativo andar com a neura... E eu sou uma pessoa que não gosta de se cansar. Por isso digam-me tudo o que quiserem hoje que não me estragam o bom humor. Digam-me até que a partir de 2ªF estou de férias a ver se me ralo. Assim como assim já não as tenho desde o Verão de 2005 e já me fazem uma certa falta...

Querem uma novidade gira? A minha afilhada já deu um ar da sua graça. A Carla já a sentiu mexer. Deve ser uma sensação tão bonita a de se sentir um ser dentro de nós! Um ser que sonhamos e amamos muito antes de o conhecer. Deve ser a transformação das nossas vidas... Eu ainda não sinto esse apelo. Ainda há tanto por resolver dentro de mim e há tanto(s) medo(s) que quero perder antes de o poder fazer. Tenho muito medo de trazer uma criança ao mundo e de a fazer sofrer por causa dos meus problemas, por causa das minhas angústias, dos meus receios. Vem um ser completamente indefeso ao mundo e completamente dependente de mim e quer se queira ou não, somos nós que os moldamos, somos nós que lhes criamos o ambiente em que crescem. Tenho pavor de prejudicar outra alma ainda que inconscientemente. Queria ser capaz de lhe transmitir o melhor de mim e penso que ainda não atingi a estabilidade emocional necessária. Ando a fazer por isso. Quero um dia ser mãe, mas não para já. Só há pouco aprendi a viver a minha vida e não a dos outros. Quero usufruir de um período "egoísta" agora, para depois poder dar tudo o que um filho merece, para então esquecer-me de mim por uns tempos e preparar uma criança para a vida. Como a minha mãe fez (o melhor que pôde e que soube) comigo.

E amanhã.............................................................DAVE MATHEWS BAND!!!

Uma das letras que espero ouvir e cantar (até que a voz me doa)

Cry Freedom

How can I turn away
Brother/Sister go dancing through my head
Human as to human
The future is no place
To place your better days
Cry freedom, cry
From a crowd 10,000 wide
Hope laid upon hope
That this crowd will not subside
Let this flag burn to dust
And a new a fair design be raised
While we wait head in hands, hands in prayer
And fall into a dreamless sleep again
And we wave our hands
Hands and feet are all alike
But gold between divide us
Hands and feet are all alike
But fear between divide us
All slip away
There was a window and by it stood
A mirror in which he could see himself
He thought of something
Something he had never had but hoped would come along
Cry freedom, cry
From deep inside
Where we are all confined
While we wave hands in fire
Wave our hands
Hands and feet are all alike
But gold between divide us
Hands and feet are all alike
But fear between divide us,
Slip away
In this room stood a little child
And in this room this little child she would remain
Until someone might decide
To dance this little child across this hall
Into a cold, dark, space
Where she might never trace her way across this crooked mile
Across this crooked page
Cry freedom, cry
From deep inside where we are all confined
Till we wave our hands
How can I turn away
Brother/Sister go dancing through my head
Human as to human
The future is no place
To place your better days
Hands and feet are all alike
But gold between divide us
Hands and feet are all alike
But fear between divide us
Hands and feet are all alike
Hear what I say Hear what I say
Oh, so be it
How can I turn away
Brother/Sister go dancing through my head
Human as to human
The future is no place
To place your better days




Imagens do filme "Children of men". Queria muito ter visto e deixei passar... Qualquer dia um serão, o sistema de som, eu e este DVD...

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quarta-feira, 23 de maio de 2007

 

PARABÉNS MARINHO!! (22/05/2007)

Ando com um desfasamento de um dia a dar os parabéns... Ontem fez anos o meu amigo Mário Abrantes, um amigo que se cruzou comigo ao mesmo tempo da Mckenzie e da Marta Carneiro. Está longe fisicamente mas perto no pensamento. Uma pessoa com quem dá gosto conversar! De um humor mordaz que nos leva às lágrimas e de uma sabedoria imensa quando é preciso. Gosto muito dos pensamentos que ele emite quando estamos a precisar de uma palavra amiga! Um grande senhor é o que eu posso dizer! Espero que a vida pelos Açores te corra bem a todos os níveis e que sempre que possas dês cá um saltinho para nos veres. Eu cá adorava ir aos Açores mas ainda não se proporcionou... PARABÉNS MARINHO!!

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AINDA HÁ ESPERANÇA?


terça-feira, 22 de maio de 2007

 

PARABÉNS PRIMO JÚLIO E GUI


Então ontem com aquilo da marreca, lá deixei passar as felicitações "blogueiras" do aniversário destes dois meninos... Espero que tenham tido um dia em grande! E que contem muitos comigo cá para ver e no caso do Gui para gritar "mochiiiiilllllaaaaaaaa"! (private já com cerca de uma década...).

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segunda-feira, 21 de maio de 2007

 

Já estou a ficar marreca com isto...

Estou a tentar trabalhar,
a cabeça a latejar,
o peito a ofegar e
a vontade é de chorar.
Chorar não por estar triste,
sei bem o que assinei,
"tens estes dias mais nada!"
e eu trabalhei esperançada
que não fosse mesmo assim.
E até ver não vai ser,
porque há o velho ditado
"Enquanto há vida há esperança"
Mas essa esperança grita-me
interroga-me "pq é que não te dizem nada??"
E eu: "o que é que vai ser de mim?"
Não é que eu goste do drama
mas a angústia envenena
a minha vontade de rir.
Gostava de adormecer hoje
e a 28 acordar para ver terminado
e finalmente arquivado
este prenúncio do fim(?)

Xiça penico que até a tensão me sobe...

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sexta-feira, 18 de maio de 2007

 

ESTE É DAQUELES DIAS BONS! MESMO BONS!

Vou ser madrinha de.........................tchan tchan tchan........................................uma linda princesinha de seu nome RITA (queria pôr um daqueles rosa mesmo rosa à menina mas a palete não tinha...)! Já pesa quase meio quilo a minha afilhada e encontra-se bem de saúde!

Desafio-vos a irem até ao Almada Fórum hoje mais especificamente à FNAC, pelas 21h30 onde o meu amigo Guinho vai apresentar o livro que tanto tenho divulgado aqui no blog "FAUNA AMEAÇADA - CORES EM EXTINÇÃO" (Tenho divulgado tenho, olhem lá para a barra do lado e vejam a fotografia no "Vale a pena adquirir", seus distraídos!). Pois é, hoje a apresentação é bem perto e não a perco por nada deste mundo. Meu grande amigo vais longe! Eu sei que vais! Sempre tive muita fé em ti e no teu espírito inquieto :)

Estou mesmo inundada de FELICIDADE hoje!

Guinho: como se diz no teatro (penso que há quem diga) MERDA!!

Mckenzie e little girl Mckenzie estou mesmo muito FELIZ! Tiago um bem haja para ti que a bem dizer ajudaste :)

Um excelente fim de semana a todos!!!

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quinta-feira, 17 de maio de 2007

 

O Rouxinol e a Rosa - Oscar Wilde

Quando era pequena deram um desenho animado com esta história. Chorei desalmadamente no fim. Esta é uma metáfora ao amor, ao segredo da felicidade, à frivolidade de certas pessoas e ao altruísmo de um ser. Além de tudo isso é uma história com um animal. Este desenho animado e os filmes "Operação golfinho" "Gorilas na bruma" e "O urso" marcaram-me profundamente e cedo me revelaram o meu AMOR aos animais!

_ Ela disse que dançaria comigo se eu lhe levasse rosas vermelhas – exclamou o Estudante – mas estamos no inverno e não há uma única rosa no jardim...
Por entre as folhas, do seu ninho, no carvalho, o Rouxinol o ouviu e, vendo-o ficou admirado...
_ Não há nenhuma rosa vermelha no jardim! – disse o Estudante, com os olhos cheios de lágrimas. – Ah! Como a nossa felicidade depende de pequeninas coisas! Já li tudo quanto os sábios escreveram. A filosofia não tem segredos para mim e, contudo, a falta de uma rosa vermelha é a desgraça da minha vida.
Eis, afinal, um verdadeiro apaixonado! – disse o Rouxinol. Tenho cantado o Amor noite após noite, sem conhecê-lo no entanto; noite após noite falei dele às estrelas, e agora o vejo... O cabelo é negro como a flor do jacinto e os lábios vermelhos como a rosa que deseja; mas o amor pôs-lhe na face a palidez do marfim e o sofrimento marcou-lhe a fronte.
_ Amanhã à noite o Príncipe dá um baile, murmurou o Estudante, e a minha amada se encontrará entre os convidados. Se levar uma rosa vermelha, dançará comigo até a madrugada. Somente se lhe levar uma rosa vermelha... Ah... Como queria tê-la em meus braços, sentir-lhe a cabeça no meu ombro e a sua mão presa a minha. Não há rosa vermelha em meu jardim... e ficarei só; ela apenas passará por mim... Passará por mim... e meu coração se despedaçará.
_ Eis um verdadeiro apaixonado... – pensou o Rouxinol. – Do que eu canto, ele sofre. O que é dor para ele é alegria para mim. Grande maravilha, na verdade, é o Amar! Mais precioso que esmeraldas e mais caro que opalas finas. Pérolas e granada não podem comprá-lo, nem se oferece nos mercados. Mercadores não o vendem, nem o conferem em balanças a peso de ouro.
_ Os músicos da galeria – prosseguiu o Estudante – tocarão nos seus instrumentos de corda e, ao som de harpas e violinos, minha amada dançará. Dançará tão leve, tão ágil, que seus pés mal tocarão o assoalho e os cortesãos, com suas roupas de cores vivas, reunir-se-ão em torno dela. Mas comigo não bailará, porque não tenho uma rosa vermelha para dar-lhe... – e atirando-se à relva, ocultou nas mãos o rosto e chorou.
_ Por que está chorando? – perguntou um pequeno lagarto ao passar por ele, correndo, de rabinho levantado.
_ É mesmo! Por que será? – Indagou uma borboleta que perseguia um raio de sol.
_ Por quê? – sussurrou uma linda margarida à sua vizinha.
_ Chora por causa de uma rosa vermelha, - informou o Rouxinol.
_ Por causa de uma rosa vermelha? – exclamaram – Que coisa ridícula! E o lagarto, que era um tanto irônico, riu à vontade.
Mas o Rouxinol compreendeu a angústia do Estudante e, silencioso, no carvalho, pôs-se a meditar sobre o mistério do Amor.
Subitamente, abriu as asas pardas e voou.
Cortou, como uma sombra, a alameda, e como uma sombra, atravessou o jardim.
Ao centro do relvado, erguia-se uma roseira. Ele a viu. Voou para ela e posou num galho.
_ Dá-me uma rosa vermelha – pediu – e eu cantarei para ti a minha mais bela canção!
_ Minhas rosas são brancas; tão brancas quanto a espuma do mar, mais brancas que a neve das montanhas. Procura minha irmã, a que enlaça o velho relógio-de-sol. Talvez te ceda o que desejas.
Então o Rouxinol voou para a roseira, que enlaçava o velho relógio-de-sol.
_ Dá-me uma rosa vermelha – pediu – e eu te cantarei minha canção mais linda.
A roseira sacudiu-se levemente.
_ Minhas rosas são amarelas como as cabelos dourados das donzelas, ainda mais amarelas que o trigo que cobre os campos antes da chegada de quem o vai ceifar. Procura a minha irmã, a que vive sob a janela do Estudante. Talvez ela possa te possa ajudar.
O Rouxinol então, dirigiu o vôo para a roseira que crescia sob a janela do Estudante.
_ Dá-me uma rosa vermelha – pediu - e eu te cantarei a mais linda de minhas canções.
A roseira sacudiu-se levemente.
_ Minhas rosas são vermelhas, tão vermelhas quanto os pés das pombas, mais vermelhas que os grandes leques de coral que oscilam nos abismos profundos do oceano. Contudo, o inverno regelou-me até as veias, a geada queimou-me os botões e a tempestade quebrou-me os galhos. Não darei rosas este ano.
_ Eu só quero uma rosa vermelha, repetiu o Rouxinol, - uma só rosa vermelha. Não haverá meio de obtê-la?
_ Há, respondeu a Roseira, mas é meio tão terrível que não ouso revelar-te.
_ Dize. Não tenho medo.
_ Se queres uma rosa vermelha, explicou a roseira, hás de fazê-la de música, ao luar, tingi-la com o sangue de teu coração. Tens de cantar para mim com o peito junto a um espinho. Cantarás toda a noite para mim e o espinho deve ferir teu coração e teu sangue de vida deve infiltrar-se em minhas veias e tornar-se meu.
_ A morte é um preço exagerado para uma rosa vermelha – exclamou o Rouxinol – e a Vida é preciosa... É tão bom voar, através da mata verde e contemplar o sol em seu esplendor dourado e a lua em seu carro de pérola...O aroma do espinheiro é suave, e suaves são as campânulas ocultas no vale, e as urzes tremulantes na colina. Mas o Amor é melhor que a Vida. E que vale o coração de um pássaro comparado ao coração de um homem?
Abriu as asas pardas para o vôo e ergueu-se no ar. Passou pelo jardim como uma sombra e, como uma sombra, atravessou a alameda.
O Estudante estava deitado na relva, no mesmo ponto em que o deixara, com os lindos olhos inundados de lágrimas.
_ Rejubila-te – gritou-lhe o Rouxinol – Rejubila-te; terás a tua rosa vermelha. Vou fazê-la de música, ao luar. O sangue de meu coração a tingirá. Em conseqüência só te peço que sejas sempre verdadeiro amante, porque o Amor é mais sábio do que a Filosofia; mais poderoso que o poder.. Tem as asas da cor da chama e da cor da chama tem o corpo. Há doçura de mel em seus braços e seu hálito lembra o incenso.
O Estudante ergueu a cabeça e escutou. Nada pode entender, porém, do que dizia o Rouxinol, pois sabia apenas o que está escrito nos livros.
Mas o Carvalho entendeu e ficou melancólico, porque amava muito o pássaro que construíra ninho em seus ramos.
_ Canta-me um derradeiro canto – segredou-lhe – sentir-me-ei tão só depois da tua partida.
Então o Rouxinol cantou para o Carvalho, e sua voz fazia lembrar a água a borbulhar de uma jarra de prata.
Quando o canto finalizou, o Estudante levantou-se, tirando do bolso um caderninho de notas e um lápis.
_ Tem classe, não se pode negar – disse consigo – atravessando a alameda. Mas terá sentimento? Não creio. É igual a maioria dos artistas. Só estilo, sinceridade nenhuma. Incapaz de sacrificar-se por outrem. Só pensa e cantar e bem sabemos quanto a Arte é egoísta. No entanto, é forçoso confessar, possui maravilhosas notas na voz. Que pena não terem significação alguma, nem realizarem nada realmente bom!
Foi para o quarto, deitou-se e, pensando na amada, adormeceu.
Quando a lua refulgia no céu, o Rouxinol voou para a Roseira e apoiou o peito contra o espinho. Cantou a noite inteira e o espinho mais e mais foi se enterrando em seu peito, e o sangue de sua vida lentamente se escoou...
Primeiro descreveu o nascimento do amor no coração de um menino e uma menina; e, no mais alto galho da Roseira, uma flor desabrochou, extraordinária, pétala por pétala, acompanhando um canto e outro canto. Era pálida, a princípio, qual a névoa que esconde o rio, pálida qual os pés da manhã e as asas da alvorada. Como sombra de rosa num espelho de prata, como sombra de rosa em água de lagoa era a rosa que apareceu no mais alto galho da Roseira.
Mas a Roseira pediu ao Rouxinol que se unisse mais ao espinho. – Mais ainda, Rouxinol, - exigiu a Roseira, - senão o dia raia antes que eu acabe a rosa.
O Rouxinol então apertou ainda mais o espinho junto ao peito, e cada vez mais profundo lhe saía o canto porque ele cantava o nascer da paixão na alma do homem e da mulher.
E tênue nuance rosa nacarou as pétalas, igual ao rubor que invade a face do noivo quando beija a noiva nos lábios.
Mas o espinho não lhe alcançava ainda o coração e o coração da flor continuava branco – pois somente o coração de um Rouxinol pode avermelhar o coração de rosa.
_ Mais ainda, Rouxinol, - clamou a Roseira – raiar o dia antes que eu finalize a rosa.
E o Rouxinol, desesperado, calcou-se mais forte no espinho, e o espinho lhe feriu o coração, e uma punhalada de dor o traspassou.
Amarga, amarga lhe foi a angústia e cada vez mais fremente foi o canto, porque ele cantava o amor que a morte aperfeiçoa, o amor que não morre nem no túmulo.
E a rosa maravilhosa tornou-se purpurina como a rosa do céu oriental. Suas pétalas ficaram rubras e, vermelho como um rubi, seu coração.
Mas a voz do Rouxinol se foi enfraquecendo, as pequeninas asas começaram a estremecer e uma névoa cobriu-lhe o olhar, o canto tornou-se débil e ele sentiu qualquer coisa apertar-lhe a garganta.
Então, arrancou do peito o derradeiro grito musical.
Ouviu-o a lua branca, esqueceu-se da Aurora e permaneceu no céu.
A rosa vermelha o ouviu, e trêmula de emoção, abriu-se à aragem fria da manhã. Transportou-o o Eco, à sua caverna purpurina, nos montes, despertando os pastores de seus sonhos. E ele levou-os através dos caniços dos rios e eles transmitiram sua mensagem ao mar.
_ Olha! Olha! Exclamou a Roseira. – A rosa está pronta, agora.
Ao meio dia o Estudante abriu a janela e olhou.
_ Que sorte! – disse – Uma rosa vermelha! Nunca vi rosa igual em toda a minha vida. É tão linda que tem certamente um nome complicado em latim. E curvou-se para colhê-la.
Depois, pondo o chapéu, correu à casa do professor.
_ Disseste que dançarias comigo se eu te trouxesse uma rosa vermelha, - lembrou o Estudante. – Aqui tens a rosa mais linda e vermelha de todo o mundo. Hás de usá-la, hoje a noite, sobre ao coração, e quando dançarmos juntos ela te dirá o quanto te amo.
A moça franziu a testa.
_ Esta rosa não combina com o meu vestido, disse. Ademais, o Capitão da Guarda mandou-me jóias verdadeiras, e jóias, todos sabem, custam muito mais do que flores...
_ És muito ingrata! – exclamou o Estudante, zangado. E atirou a rosa a sarjeta, onde a roda de um carro a esmagou.
_ Sou ingrata? E o senhor não passa de um grosseirão. E, afinal de contas, quem és? Um simples estudante... não acredito que tenhas fivelas de prata, nos sapatos, como as tem o Capitão da Guarda... – e a moça levantou-se e entrou em casa.
_ Que coisa imbecil, o Amor! – Resmungou o estudante, afastando-se. – Nem vale a utilidade da Lógica, porque não prova nada, está sempre prometendo o que não cumpre e fazendo acreditar em mentiras. Nada tem de prático e como neste século o que vale é a prática, volto à Filosofia e vou estudar metafísica.
Retornou ao quarto, tirou da estante um livro empoeirado e pôs-se a ler...

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quarta-feira, 16 de maio de 2007

 

OPTIMISMO

Coisas que me alegram nos dias que correm:

1) Vem aí o concerto da Dave Matthews Band!
2) Vem aí o Oeiras Alive o que implica que vêm aí os Pearl Jam!!!!!!!!!!!
3) O livro de Haruki Murakami - Kafka à Beira Mar que estou a adorar!
4)O carinho daqueles que fazem parte de mim

E "só" por isso tudo o resto é relativo...

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terça-feira, 15 de maio de 2007

 

PARABÉNS PRIMO ANTÓNIO CAMACHO :)


FELICIDADES E SUCESSO PARA A TUA VIDA!!
Beijinhos da prima.










Boneco em:
http://thingsicando.com/thing/show_complete/95

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PARABÉNS VICENTE (14/05/2007)


Esqueci-me de dar os PARABÉNS via blog ao meu priminho Vicente. Espero que tenhas tido um dia feliz, espero que sejas uma criança feliz, faço votos para que cresças alegre e maroto como és! Um grande beijinho da prima!






Ursinho em:
http://peelbooks.com/123_draw_series/70lessons.htm

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segunda-feira, 14 de maio de 2007

 

Eles andam aí...

Sabem, aquele tipo de "abutres" que procuram no nosso olhar uma pontinha que seja de angústia ou de medo para se regozijarem? Sabem, aquele tipo de "abutres" que só se dedicam a nós quando os tempos são difíceis porque julgam poder-se alimentar das nossas fraquezas? Sabem, aquele tipo de abutres desprovidos de bons sentimentos que preenchem o seu vazio com más acções e sentimentos mesquinhos? Eu sei. Mas "eles" é que não sabem da minha força, eles não sabem que o que trago cá dentro é inquebrável e inviolável. O que trago cá dentro é só meu e é forte! Podem tentar comer-me a carcaça esses "abutres", mas a minha alma é livre e intangível para eles que voam baixo, tão baixo...

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quinta-feira, 10 de maio de 2007

 

DÚVIDA



De John Patrick Shanley

Interpretação Eunice Muñoz, Diogo Infante, Isabel Abreu e Lucília Raimundo


Mais uma peça magnífica no teatro Maria Matos. O texto, simplesmente SOBERBO! As interpretações, de uma qualidade inatacável roçam a PERFEIÇÃO se é que não a atingem. Esta peça faz-nos pensar. Mais importante do que saber se o padre Flinn é culpado ou inocente é importante que nos interroguemos sempre se as nossas certezas não serão dúvidas. "A dúvida é tão poderosa e real como a certeza". Podemos encarar a peça sob dois pontos de vista: um, em que tentamos adivinhar se o padre é culpado ou inocente, se as motivações da freira são de genuína preocupação com o(s) aluno(s) eventualmente abusado(s) ou se são de índole pessoal (a freira austera e tradicionalista vs o padre progressista/humanista) e outro ponto de vista em que não é importante a culpa ou inocência do padre mas apenas que nos interroguemos e que não tenhamos a arrogância de pensar que as nossas certezas são irrefutáveis. Qualquer certeza pode tornar-se dúvida e jamais se deve recorrer à mentira (como fez a madre superiora) por certas que tenhamos as nossas certezas para as provar. Quanto a mim, quando uma situação se me apresenta verdadeiramente desesperante, em que as minhas certezas parecem impossíveis de provar, quando me dói que os outros não vejam a minha verdade, aguardo pacientemente que o tempo faça o seu trabalho e me (lhes) revele se eu estava certa ou redondamente enganada. Numa coisa acredito piamente, pode demorar muito tempo, mas a verdade, aquela que não foi adulterada pela realidade de cada um, vem sempre ao de cima e não precisamos de nos impacientar porque ela há-de se revelar, doa a quem doer. Se for reposta ou se for prolongada a permanência da peça em cena é sem dúvida uma peça de teatro a NÃO PERDER!!!


Hoje com o público:



Um excelente dia a TODOS!
Deia in ISA (não é USA é mesmo ISA - Instituto Superior de Agronomia)

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sexta-feira, 4 de maio de 2007

 

AUSÊNCIA EXPLICADA...

Venho por este meio justificar os motivos da minha ausência... Mudei de "poiso". É necessário que eu faça um trabalho no I.S.A. meu antigo local de trabalho devido a parceria estabelecida com a actual entidade empregadora e foi dessa forma que retomei hábitos antigos como almoçar em plena galhofa rodeada de amigos. Bom, amigos são dois ou três (MCKENZIE!!! TUCHA!!!) os outros são apenas colegas de trabalho mas a galhofa está lá e está-me a saber muito bem este retorno às origens! (Em termos profissionais NÃO trocava de sítio! Nem pensar!)

Em resumo nestes últimos dias tenho a assinalar:

1 de Maio: Além de ser dia do trabalhador, foi dia da minha sogrinha que completou a bonita idade de 60 anos rodeada daqueles que mais gostam dela e de quem ela mais gosta também.

2 de Maio: o retorno às origens :)

3 de Maio: saiu o 3º volume da colecção do Público "Florestas" dedicado exclusivamente aos Montados. (Nos quais trabalhei durante 2 anos e meio e que foi uma experiência enriquecedora quer em termos pessoais quer em termos profissionais)

4 de Maio: estou-vos a escrever do meu local de trabalho actual pq me esqueci cá de uns dados que preciso para trabalhar no actual poiso de forma que cá estou a pôr-vos a par das novidades.

Não sei quando vos darei mais notícias porque ainda ando a conhecer os cantos à casa e não quero ser abusadora! (Estou a trabalhar com pessoas diferentes e numa sala diferente de onde costumava morar lá!)

E por hoje é tudo malta. Lá vou eu pro ISA tomar cafezinho com as minhas AMIGAS!!!!

Yuuuhhhhhuuuu!!!!

Vai ser um último mês de estágio FELIZ!!

Abraços a todos.

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