quarta-feira, 25 de junho de 2008

 

Era uma velha (ou então não)

Era uma velha. Nem baixa nem gorda. Nem alta nem baixa. Nem bonita nem feia. De facto, até tive dificuldade em perceber se seria uma velha ou um velho dado que as feições eram dadas a provável confusão. Mas, o robe era rosa. Rosa vivo. E na mão esquerda um violino. Enquanto rodopiava em torno de um sinal de trânsito. Feliz a velha. Rodopiava. Com a outra mão agarrava o sinal, soltando e prendendo, soltando e prendendo, conforme a necessidade do rodopiar. Olhava-me mas não me via. Sorria mas não para mim. Ali, numa velha supostamente sem nada que esperar já da vida, eu vi genuína felicidade. Que dirão muitos dos que a viram? "Maluca, coitada." Nada disso. Aquela velha, nem gorda nem magra. Nem baixa nem alta. Nem mulher nem homem. Era apenas naquele momento uma PESSOA feliz. Porquê zombar de uma alegria assim?

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consegues sempre arrepiar-me com as tuas palavras do dia-a-dia! beijos emocionados
 
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