quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

 

Até já Peixoto

Há dias estava triste porque partiu o João Aguardela. Hoje estou devastada, porque me morreu um João, o Peixoto, o Gordini, o boa-onda do João, o pachorrento, descontras, sorriso aberto, piada solta, do João. Morreu o João à irmã, minha amiga Ana, morreu o João ao irmão Luís, morreu à mãe dele, a querida Titi, ao pai Jorge. Morreu à sua doce Catarina, e morreu às filhas gémeas que ainda agora aprendiam a conhecer o pai. Morreu a todos os que o amavam. Não está cá. Onde vão as pessoas que muito amamos? Cá dentro ainda tão vivas, tão presentes. É quase possível tocar-lhes. Não há palavras para uma dor assim. Não há consolo. Não há entendimento. Incredulidade. Devastação. Dor. Grito. Porquê? Ainda há dois dias o ouvi na rádio. Ainda hoje de manhã beijou a mãe. Ainda ontem falou com a irmã. Ainda agora, há um minuto apenas, estava aqui, acessível, ao pé. Ainda agora. O ainda agora, está irremediavelmente longe demais. Nunca me tinha morrido um amigo. Nunca. Até agora. Este miúdo que vi crescer não teve tempo de se fazer velho. Este miúdo, uma promessa de vida e agora. Puf. Vazio. O peito apertado. Uma dor. Uma vontade de acordar de um pesadelo. Não pode ser real. Recuso-me a aceitar que isto aconteceu. Recuso-me. As pessoas boas não morrem. Permanecem. Em nós, pelo menos. Não me despeço de ti João. Sei que um destes dias, chego a um qualquer lado e lá estarás tu. Com o teu ar bonacheirão, com a tua calma desmedida, e um sorriso de bonomia pendurado no rosto, a rabiscar as tuas tiras de banda desenhada, com o teu humor singular, a mostrar que a vida é para se viver nas calmas.

O que importa são as nossas pessoas. O tempo que lhes dedicamos. O quanto aprendemos com elas. O que importa é o que levamos dentro de nós, da vida. As coisas que conseguimos para fora da nossa pele, pouco importam nestas alturas. Sei que partiste cheio João. Sei que o teu peito abarcou todos os teus e lhes deu valor. Sei que viveste pouco, mas viveste bem. Até já.

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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

 

Hoje: um momento MRP

Há pouco, antes de chegar ao metro, tive o meu momento Margarida Rebelo Pinto do tipo:

NÃO HÁ COINCIDÊNCIAS.

Caraças, macacos me mordam, que não há mesmo. E acredito nisso.

Com uma fé inabalável.

Apesar de tudo. Ou apesar do nada.

Mariana.

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terça-feira, 20 de janeiro de 2009

 

Altamente





No regresso do almoço com a Bzuu uma rabanada de vento deu-me cabo do chapéu. Percorri o longo caminho de regresso sob chuva forte, tentando proteger a cabeça dos pingos de chuva grossa, batida a vento ciclónico, com o panito, ridículo, a surgir aqui e ali no emaranhado de varetas partidas espetadas. Fui mal sucedida, claro está. Molhei-me toda. Mas guardei o chapéu, para poder fotografar. O resultado, amanhã, aqui.

Agora?

Céu mais ou menos azul e sol.

Toda a gente tem o que merece sempre ouvi dizer.

(Não me importo, vim a rir-me que nem uma perdida a imaginar o ar divertido dos outros dentro dos seus carrinhos por verem uma cabeleira de varetas com pernas a correr velozmente).

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segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

 

Estou triste...

Porque morreu o João Aguardela. Não sei explicar. Têm morrido outras pessoas. Outras que também me diziam coisas. Mas este rapaz. Um rapaz ainda. 40 anos e já foi. É triste e eu assim estou.

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sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

 

PARABÉNS BZUU!

À minha grande amiga um dia grande, cheio, risonho.
À minha grande amiga um abraço apertado e a certeza da importância que tens em mim.
Alegro-me por te ver chegar, pé ante pé, à tua verdade.
Comovo-me por saber que de um momento para o outro desfizeste ideias vãs e arriscaste viver.
Sou tua amiga. Gosto MUITO de ti. E é tudo. PARABÉNS. 31 e tão jeitosa :)

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Declaração de intenções I

O que delapida o espírito humano é a excessiva importância que se atribui às opiniões alheias.

Mais do que isso, o que dá cabo de uma pessoa e do seu ânimo, é a necessidade de ser aceite, admirada e quem sabe, até, aplaudida.

É uma canseira. Não há pachorra.

Não quero o meu espírito delapidado. Não pretendo ver o meu ânimo esmorecido.

Não tentarei, a partir de hoje, ser quem não sou.

Sou só isto.

E sinto-me bem assim. Para quê ansiar o céu, se em baixo no mar, chapinhando, sou tão feliz?

Que paz.

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quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

 

Uma pessoa tem falhas

Por isso volta e meia não é que me foge a mão no comando e pimba ponho no canal 6 (deliberadamente note-se) para ver a Opprah Winfrey?

Pois. Sou dessas.

Ontem um miúdo num programa tipo ídolos, dizia que gostava muito de cantar. Que era essa a sua vida desde os seis anos e que desde os seis anos (tem uns 13 agora, julgo eu) que era gozado e os colegas lhe batiam por cantar aquele tipo de música.

Fiquei logo com um aperto. Desde pequena que o "bullying" me choca e agride. Nunca me juntei a quem o praticasse e sempre me insurgi ao assistir. Prova disso tive há pouco tempo quando ao encontrar o "sornas" * (adormecia que se fartava nas aulas) ele se vira para mim e diz "Tu eras porreira. Tu nunca me gozaste." Pois não. E mais tarde também soube o quanto isso marca, porque eu própria tive uma coleguinha perita no "bullying", mas psicológico. Adiante.

O que mais me comoveu foi a resposta do rapaz à pergunta:

- O que fazes em relação a isso? (de ser gozado)

- Canto ainda mais.

Mandam cantar o puto.

E o que se ouviu não foi uma criança, mas uma voz de anjo. Uma voz fina e cristalina, mas meiga e não estridente, que imediatamente me pôs a chorar. Brotaram imediatamente as lágrimas e a garganta suspendeu-se num soluço contido, para o poder ouvir.

(Eu sei que não tenho credibilidade, que sou uma profissional do choro, mas se vocês o tivessem ouvido teriam percebido do que falo).

Como gozar com um dom assim?

E ele? Grande. Responde ao "ódio", à inveja, à frustração alheia, com o que de mais belo tem para dar ao mundo: a sua voz.

É assim que vejo a vida. Não ao rancor. Não à mágoa. Não é propriamente ser otária, é deixar que as pessoas se afundem na sua própria escuridão sem permitir que me arrastem.

As más acções ficam para quem as pratica.
Sou responsável apenas pelas minhas acções.

Nem sempre consigo passar por cima de algumas atitudes, mas esforço-me por isso. Esforço-me por apagar da memória o mal que me tentam fazer, porque de nada me serve tentar mudar os outros. Só posso responder por mim e é assim que tento viver.
* E para os "más-línguas" que já estejam a pensar "Ah e tal não gozava mas só sabe a alcunha... Ele era Pedro.

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quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

 

Isto de almoçar sozinho põe-nos a pensar

Tempos houve, em que a ironia me agredia porque me era arremessada.

- Hoje?
- Gosto. Muito.

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terça-feira, 13 de janeiro de 2009

 

Saber estar sozinha sem ser uma pessoa só.

Adoro os meus amigos e a minha família. Mas não raras vezes, sinto um prazer indescritível em estar só comigo. Há bocado, de LER na mão enquanto andava, dando uma espreitadela ou outra, com cuidado para não cair, um momento assim.

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domingo, 11 de janeiro de 2009

 

O desafio sebem (citando a própria) da BATUKADA


1) Em primeiro há que colocar uma fotografia que nos diga alguma coisa. Esta diz-me muito. Sou eu com a minha pessoa. Quando não dizemos nada com a boca, falamos com estes e até hoje entendemo-nos MUITO bem e somos felizes neste dois em um em dois.

2) Depois a banda.

(Ó Deus porque sou tão óbvia?)

3)PEARL JAM

4) Com os títulos das músicas que eu escolho, respondo às questões colocadas.

Aí vou eu então. (Isto é giro pá!)

1) És homem ou mulher? Bee girl
2) Descreve-te: Inside job
3) O que as pessoas acham de ti? Acham-me Crazy Mary e SMILE
4) Como descreves o teu último relacionamento? Nothingman
5) Descreve o estado actual da tua relação: YOU ARE
6) Onde querias estar agora? In my tree
7) O que pensas a respeito do amor? Não é fácil arranjar letra deles que me ajude nesta questão fico-me portanto pelo título de uma All or None
8) Como é a tua vida? Present tense / Animal / I am mine / Corduroy
9) O que pedirias se pudesses ter só um desejo? Release
10) Escreve uma frase sábia: Carregada de ironia aqui vai Do the evolution

Demorei muito mas valeu a pena. E agora passo o desafio (vá lá não sejam calões e alinhem) aos meus queridos: Guinho ; Bzuu ; Prima Cat1 ; Prima Cat2 ; Van ; Cláudia ; M. ; Joana ; Mónica e Nós com pontos.

Quem não tem blog ou não quer colocar no blog esta brincadeira, ponha-a na caixa de comentários deste que é bem vinda. Quanto aos que não nomeei e que queiram brincar também, sintam-se à vontade para o fazer.
Resto de bom Domingo.

Deia in Pearl Jam mode.


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quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

 

Um bom homem é difícil de encontrar

Tendo terminado "A soma dos dias" de Isabel Allende, parto agora para este:


Acerca da Soma dos dias: uma lufada de ar fresco. Obrigada Isabel por nos contares (d)a tua vida de uma forma tão terra-a-terra, mesmo como eu gosto. É possível ser-se escritor e ter vida própria, simultaneamente. Bom sabê-lo.

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segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

 

Eu não queria

Mas vou mesmo entrar o ano aqui no estaminé a resmungar. (O que talvez esteja relacionado com o facto de estar fechada em casa desde dia 31 com uma febre baixinha, irritante e teimosa que não há meio de ir dar uma volta a Cabeceiras de Basto.)

Observação: Eu pensava MESMO que a linha Saúde 24 servia para fazer uma triagem por telefone e evitar que as pessoas acorram, em massa, às urgências do hospital quando não é absolutamente necessário.


Pois pensava, mas parece que estava enganada. Só se deve ligar para a linha saúde 24 quando se está mesmo mal, tipo a bater a bota, porque há lá um senhor, pelo menos, um tal José Boião ou Bião ou coisa que o valha (que não decorei o nome) pronto a fazer-vos sentir o mais idiota dos seres por ter recorrido ao serviço. Sua piegas. Está a ligar para quê? Espere que passe. CONCORDA? (pergunta repetida até à exaustão durante todo o telefonema)


Reproduzo mais ou menos a conversa, com algumas melhorias claro. Entre parêntesis estarão palavras não ditas por mim, mas pensadas, ou no momento, ou à posteriori, visto que o raciocínio não se encontrava nos melhores dias.


- (...) Terei muito gosto em ajudá-la. CONCORDA? Que sintomas apresenta?

- Estou com febre há cerca de 4 dias e não há meio de passar.

- O que está a fazer para controlar a situação?

- Tenho tomado paracetamol com intervalos de 6h quando estou mais aflita e depois só tomo quando volto a sentir febre.

- Além da febre tem outros sintomas?

- De há dois dias para cá tenho tido dificuldade em respirar.

(começa-me a falar de nariz entupido e expectoração o que não era o caso)

- Não a dificuldade que eu sinto é mais abaixo.

- Mais abaixo onde?

- Aqui na região do esófago.

- Bem, bem A SENHORA TEM CONSCIÊNCIA QUE ESTÁ A SER GRAVADA E QUE OS SEUS DADOS ESTÃO A SER REGISTADOS? (Denotando indignação e uma ponta de descontrole. Tipo control-freak descontrolado e como tal desconfortável. Eu tenho consciência e o senhor? Tem consciência que se lhe dei o n.º de utente e o meu nome completo bem como data de nascimento não estou com toda a certeza a ligar para gozar consigo?)

- Desculpe eu sei que o esófago faz parte do sistema digestivo. Eu só queria localizar o sítio em que se situa a prisão. (Não me lembrei de traqueia. Podia ter dito traqueia. Ou "entre as mamas". Ou qualquer coisa que não o afrontasse tanto. Perdão! Perdão senhor enfermeiro! Mas ajude-me sim?)

- Bom continuemos. Sabe que não me parece ter dificuldade em falar. Parece-me que fala com ligeireza.

- Pois já lhe tinha dito que não é uma falta de ar que me aflija, é só a sensação do ar não passar.

- Qual foi a última vez que teve febre?

- Ontem à noite.

- Que febre tinha?

- Não sei, não a medi. Sei que a tive pelos tremores, pelo mau-estar, pelos suores repentinos.

- Que horas eram?

- Não sei. Não me levantei.

- E agora tem febre?

- Tenho.

- Quanto?

- Terei de medir. Um momento que o meu é de mercúrio (hg. Vês sei que o símbolo do mercúrio é hg. Que eu até tenho noção de algumas coisas de ciências porque fiz a burrice de seguir essa área no secundário. Tal como conhecia a traqueia, mas não me lembrei de a referir. TALVEZ porque me apeteça mais resolver a situação da febre persistente, do que discutir contigo o corpo humano. E ainda assim, tinha o direito a ser ignorante sem ser tratada como uma criminosa ó caramelo)

- Mais um pormenor. A Andreia não está com febre há 4 dias.

- Não? (O dia 30 de caganeira não conta?)

- Não. Hoje vai para o terceiro dia. CONCORDA?

- mas, mas...

- CONCORDA?

- Concordo (Vá deixa-me mas é desligar que já vi que aqui não aprendo mais do que já sei).

- Tem os lábios azuis ou as pontas dos dedos azuis?

- Não. (Não, não me encontro a bater a bota. Liguei porque tenho uma febre persistente há 4 dias que não há meio de baixar, não quero ir - nem irei - à urgÊncia de um hospital sobrecarregar os serviços e lembrei-me que este serviço existe. Mas peço perdão. Estou muito arrependida de ser tão piegas e para a próxima fico aqui quietinha a beber muitos líquidos até poder ir à minha querida Doutora Olga que me receite o antibioticozinho para eu ficar boa. Perdão senhor! PErdão).

- E sangue? Deita sangue pelo nariz ou pela boca?

- Não. (Não espicho sangue, não estou azul, é só gripe. Perdão mais uma vez a afronta de ter ligado).

- Então: toma o paracetamol de 8h em 8h. Toma uns banhinhos mornos de vez em quando. Ingere de litro e meio a dois litros de água por dia. Ouviu e CONCORDA?

- Sim. Concordo. (Isso é o que eu tenho feito ó alma iluminada e a gaja não desce. Mas a dica das 8h em 8h em vez das 6h em 6h já ajuda o figadozinho.).

- Terei todo o prazer em voltar a ajudá-la em caso de necessidade. Um bom ano para si.

- Muito obrigada (por ser quem é) um bom ano para si também. (Até NUNCA. CONCORDA?)

Pois depois disto, pasmo como é que as urgências dos hospitais se enchem. Não é com certeza porque todos já falaram pelo menos uma vez para a saúde 24 e tiveram o azar de apanhar o (este) Zé, ou porque os que atendem esta linha estão todos formatados desta maneira. Não. As urgências enchem por outras razões de certeza. CONCORDAM?

RESMUNGUICE Nº2: Quero atribuir o prémio AMIZADE 2008 às alminhas que tinham mesmo, mesmo, mesmo de ir ainda a outro sítio (Carpe diem, neste caso "noitem") e deixaram o "grande" amigo, em perigo de coma alcoólico, a dormir num carro de alta cilindrada. Ah que é mesmo de uma amizade genuína. (Ou lhe dava a travadinha em grande estilo no tal carro de alta cilindrada. Ou era atirado ao rio por alguém que quisesse praticar ali o "carjacking".) Tenho muita inveja de não ter amigos que fizessem isto por mim.

RESMUNGUICE Nº 3 transformada em mensagem positiva: pela primeira vez deixei passar aniversários. Ora, não me preocupo muito porque dou sempre os PARABÉNS pessoalmente e estou presente na vida dessas pessoas. Em todo o caso fizeram anos:

- Rui Moreira. (o primo)
- A Cris e a Mónica.
- Ganhão (que além disso vai ser pai pela 3ªvez. Que coragem!)
- Prima Catarina.

Espero que tenham tido todos um dia daqueles, só vosso e aproveitado ao segundo.

E posto o desabafo BOM ANO! Voltarei em breve sorridente e positiva como é meu apanágio.

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