sexta-feira, 29 de setembro de 2006
Tributo à minha mãe e a todas as mulheres da sua geração…
…Essas mulheres foram e são ainda em muitos casos (uma vez criado o hábito…) umas sacrificadas. Sim, porque já não faziam parte da geração anterior que estava em casa e “apenas” tratava da casa mas continuaram a ter essa função. Assim, emanciparam-se, tornaram-se monetariamente (falando) independentes e auto-suficientes, mas CONTINUARAM a tratar da casa. E a casa é um mundo e o trabalho que acarreta interminável. E só não percebe isso quem nunca o fez. Eu já fui assim… Eu já desvalorizei o trabalho da minha mãe e ignorei o quanto ele custava e não percebia porque era ela tão “picuinhas” com coisas, para mim, sem importância. E admito, ajudava-a pouco. Se soubesse o que sei hoje, tinha colaborado mais (e não era das piores das minha geração). MAS meus amigos, só quando passamos por elas é que se dá o click… E o click “deu-se-me” agora. DESCULPA MÃE por não ter sido compreensiva, por não ter sido sensível ao teu cansaço, aos teus pedidos de ajuda. Agora dá-me vontade de rir! Cá se fazem cá se pagam! E agora sou eu, em desespero, a tentar conciliar tudo, a tentar ser capaz de fazer tudo e ainda assim conseguir ser EU. Conseguir cumprir as minhas “obrigações” (Estou muito mais cedo em casa, o que é que se há-se fazer…) e ainda assim ter tempo e disposição para o que GOSTO de fazer. Não é fácil. MAS e há sempre um mas, considero-me uma pessoa forte e determinada e hei-de encontrar o caminho para que tudo corra bem (cheira-me que o caminho se chama mulher-a-dias). Eu sei!! Só passaram duas semanas! Eu sei disso… Mas foram duas semanas em que pouco fiz por mim. Exclusivamente por mim, para meu deleite… Ora, não quero pensar (e aqui entra a minha tendência melodramática em campo) que vou abdicar toda a vida de mim. Não me quero perder ouviram? Por isso ainda ando por aqui às apalpadelas a tentar perceber como vou ultrapassar esta pequenita pedra no sapato. E vou conseguir!! E porquê? (perguntam vocês…) Porque, apesar de ter MUITA vontade de percorrer este caminho, eu já NÃO pertenço à geração das sacrificadas. E se tudo correr bem, esta minha geração há-de educar convenientemente a próxima (seja qual for o género dos rebentos) e sensibilizá-la para a quantidade de trabalho (Invisível porque não reconhecido… Aparece feito) que uma casa dá!
Deia em reflexão doméstica…
P.S. Para a semana espero voltar com novos (e interessantes!) temas :)
BOM FIM DE SEMANA!!!
Beijo e bom fds
Pois, como te compreendo! Houve uma altura em que ajudava muito mais em casa. Agora, com o trabalho, ando muito mais preguiçosa e a minha mãe farta-se de reclamar! Sei que vais tirar de letra esta coisa de ser mulher emancipada profissionalmente activa e dona de casa. É muita coisa para uma pessoa só! Mas acho que este post de homenagem à tua mãe é mais do que justo e merecido!
Beijocas
<< Home
Free Counter