segunda-feira, 30 de novembro de 2009

 

Da relatividade dos sentimentos



São altamente mutáveis (os sacanas) todos sabemos.

Daí que o meu desespero seja eu a fazer birra. A não querer aceitar o que é como é.

"Dar tempo ao tempo."

A frase mais irritante que me podem proferir, quando o que quero é entregar-me à tristeza e chorá-la toda. Até me ver rodeada de poças salgadas, com os olhos pisados e a própria mão a passar-me pelo lombo como que a dizer "Coitadinha. O que havia de te acontecer".

Só que o tempo passa mesmo e mostra-me que hoje já não dói tanto como ontem e amanhã não só não me dói, como ainda me faz rir com ternura o que vivi.

Por exemplo: "Hoje" chegou a ser um dia digno de nota. Dia em que fazia contas de cabeça a ver quantos anos me separavam dele, quantos eu tinha, quantos ele faria (mais nove).

Hoje? Hoje já nada é, senão o 30 de Novembro de 2009. (Quer-se dizer, morreu o Fernando Pessoa, mas também não me vou pôr para aqui a celebrar a morte do poeta.)

E se eu chorei e me achei para sempre condenada. Do género: "É que assim já não vale a pena andar para aqui feita parva."

Redondamente enganada, claro está. Tudo por viver. Há sempre tudo por viver à nossa frente, seja qual for a idade, o género ou as circunstâncias.

"Dar tempo ao tempo." É isso é. Guardar o que de bom nos trouxe o que ficou para trás. Deitar fora o que nos tiver deixado um gosto amargo na boca, ou mácula no coração (esfregar se preciso for).

Irrito-te mas reforço: dá tempo ao tempo minha querida. Vai passar caraças. Que eu me chame Isménia, se não passa.

(Por amor de deus põe-te boa que me não quero chamar Isménia.)

Amo-te, já sabes.



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domingo, 29 de novembro de 2009

 

CASA CONVENIENTE

FOTO DAQUI.

Qualquer visita a esta casa é sempre alucinante.

Não sei o que tomam aqueles queridos, mas o que quer que seja é muito bom.

Eu cá gostei. Muito. (Não, não me canso de gostar muito das coisas. É a minha escolha de vida. Gostar. Dizer bem. Apreciar. Mesmo quando saem os planos furados e as coisas não acontecem como eu queria, ou como sonhei. PAM. Vocês vivam como quiserem.)

Duas horas e quarenta e cinco minutos absolutamente arrebatadores. Quanto aos últimos vinte minutos, vá, dispensava-os. Já me estava a custar um 'cadito. Quando se puseram a repetir todo o texto já ouvido então, começaram-me os "frenicoques" e perto do fim já me fantasiava a irromper no meio da cena a correr e a agitar-me enquanto lhes gritava aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh.
Não sei o que é que o Pirandello vos deixou como instruções, mas se eu fosse ele, riscava os últimos 20 minutos pá. O público não é parvo, o público captou a ideia no tempo anterior. Garanto-vos. Era suficiente.

Mas Mónica Calle estás sempre a tempo de me dizer aquilo que o Rei de Espanha disse ao Hugo e que é o trocadilho óbvio quando se ouve o teu nome.

Obrigada, no entanto, por mais um daqueles espectáculos em que somente a timidez me impede de vos abraçar a todos no fim e dar-vos muitos beijinhos. Não fosse essa e era o que faria. Este é o tipo de teatro que me abana. O caótico. O que me faz pensar. O que me invade, se senta ao meu lado, me cospe. E vocês. Não me lixem. É amor o que vos leva ali. Vocês eram mais que nós. Ou tantos como nós. Ou ligeiramente menos, tudo bem. Mas cinco euros cada pessoa não dá para vos pagar uns bifinhos de frango grelhado com arroz e salada no café da rua de trás. Parabéns por esse bonito amor que alimentam.

Chiça pá e não me poderei jamais esquecer que me levaram ao Liverpool. Que outra oportunidade terei de o fazer senão convosco, de novo? Vocês obrigam-nos a quebrar as nossas próprias barreiras e preconceitos. Vocês ajudam-nos a fazer o impensável. Entrámos e aquilo não é tão mau como o fantasiamos cá de fora, quando o que vemos é apenas o brilho dos nomes dos bares em néon. As pessoas lá dentro? Pessoas apenas. Independentemente da actividade desempenhada. Os bancos redondos? Simplesmente bancos onde nos sentamos descontraídamente enquanto vocês dançam exuberantemente, provocando-nos, mostrando-nos que tudo é possível nesta vida. Até para o homenzinho ao lado da minha prima. Acariciando o banco, com vontade de lhe dar um abracinho*. Devia pensar: mas que bela prenda que hoje aqui veio parar. E eu rio-me. Muito e com gosto por toda a relatividade que nos envolve.

A procissão na rua, o taxista que comeu a actriz com os olhos e parou embevecido enriquecendo o espectáculo daquele palco, da vida, o ritmo que nos obrigou a dançar no meio da rua, as velas, os risos, a incredulidade. Que momento por deus. Delicioso.

Não parem de nos surpreender!

Vale a pena o cheiro a mofo na roupa ao dia seguinte (Ouçam lá, não se atrevam a trocar aquelas cadeiras nojentas. São parte da vivência.)

É muito bom correr à chuva por entre prédios devolutos com "aquela" sensação de peito cheio.

Maravilhoso retornar à Rua Nova do Carvalho, para mais uma visita à "nossa" Casa Conveniente.

Vá então. Se puderem, um destes dias, dêem lá um pulinho.


*Versão "forever friends" do que o homenzinho tinha, por certo, real vontade de lhe fazer.

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ALIMENTEM ESTA IDEIA




Hoje o segundo dia de campanha. Ainda vão a tempo de ajudar.

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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

 

Trabalho em directo (Tempo disponível 20 min.)

Exercício: Sessão decorreu a 16/11/2009 tendo sido pedido que iniciássemos um texto com 17 de Novembro de 2009. Na mão um livro que fomos buscar a uma estante da livraria. Na minha: “Uma espia na casa do amor.” de Anaïs Nin. A esse deveria recorrer para me ajudar a fazer progredir a “história” e/ou enriquecer o vocabulário. A bold (verde) encontram-se as palavras que retirei do livro.

17 de Novembro de 2009

Escreverei hoje o dia de amanhã, porque amanhã já não serei. Dia da metamorfose suprema. Passarei da forma de mulher que tenho sido, para uma outra existência que desta já me cansei. Não chorem os que me amam, pois não é tristeza ou desespero o que me faz tomar esta decisão. Somente cansaço. Sou fecunda na arte de me cansar. Eis que não quero persistir no que considero um cativeiro. O que me habita tem transbordado. Quotidianamente me vem gritando que já não cabe nestes limites.

Decido, no entanto, que embora no dia que há-de suceder ao de hoje, eu já cá não esteja, essas 24h fiquem escritas.

É amanhã* que me perco além das fronteiras que ergui para mim. Tocadores de tambor anunciarão rufando que me rebelei. Os pássaros apregoarão nas árvores a minha passagem e eu dedicarei todo esse** dia a contemplar as coisas belas.

Hei-de beijar os que me encontrem, abraçar os que me sintam a falta e consolá-los até de madrugada. É ânsia o que sinto. Não me julguem desventurada quando vagueio no vosso pensamento, enquanto procuram motivações que eu própria desconheço.

Permanecerei nestas linhas, qual mandrágora de raízes carnudas, muito depois de todos partirem.

Quero que saibam que amanhã, o dia depois do meu último dia, eu sou feliz.


*Devia ter escrito hoje. Amanhã não faz sentido. Pois se estava a escrever hoje como se já fosse amanhã... (oh queria ver-vos com 20 min. à pesca de ideias e de palavras...)

**Devia estar "este" pois se estou a escrever como se fosse amanhã. Irra.

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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

 

Só se me der uma coisinha má é que perco isto:


4ª a Sáb. 21h45 Dom. 16h15

de ABEL NEVES
encenação JOÃO GROSSO

cenografia RUI ALEXANDRE
figurinos DINO ALVES
desenho de luz JOSÉ NUNO LIMA
sonoplastia LUÍS ALY

com CUSTÓDIA GALLEGO

assistente de encenação CATARINA BERNARDO
direcção de cena MANUEL GUICHO
operador de som PEDRO COSTA
operador de luz DANIEL VARELA

co-produção TNDM II e ACE / Teatro do Bolhão

M/16
duração 1H35 (sem intervalo)

Também tenho andado assim. A modos que vulcânica.
ADENDA: e não é que me deu? Perdi isto... DOPE!

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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

 

Do rotundo falhanço:

Ah pois. Volta e meia dá-me.

Eis que me pedem, "para descontrair" (dizem confiantes) um textito com o seguinte início:

"Era uma vez um botão assassino."

Deia começa a entrar em pânico logo na primeira letra desenhada. Esforça-se. Morde o lábio. Escreve uma data de linhas. Inventa nomes: Ermelinda, Adelino, os outros eram putos. Faz diálogos. Passou já de página e uma única frase a martelar-lhe na cabeça: "CA GANDA MERDA." (mesmo assim com calão, adaptações de palavras e quê. Que ela saiba ainda não lhe avaliam os pensamentos. Se assim fosse, já não andava por aí à solta.) Ouve os outros frenéticos a desenhar palavras que se conjugam decerto em magníficas frases. Bloqueia.

Resolve ignorar tudo o que escrevera até então.

Pedem para ler.

Ela pede para ser a primeira. Depois dela, seria sempre a melhorar e ela não destoaria tanto dos restantes trabalhos, dignos de verdadeira atenção.

Aí vai (foi) alho:

"Era uma vez um botão tão assassino, tão assassino, tão assassino. Que quando o pressionaram matou-se. Foi o que fiz com este exercício. Assassinei-o."

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terça-feira, 24 de novembro de 2009

 

GOSTO DISTO:

http://ocoracaopertodoouvido.blogspot.com/

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domingo, 22 de novembro de 2009

 


http://www.youtube.com/watch?v=fn7F75stXxI

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Este blogue usa wonderbra.


Uso dois wonderbra neste blogue:

1) Um é branco e cândido: GLÂNDULA SALIVAR ENTUPIDA (ui agora é que vão ser elas.)

2) O segundo é preto e sensual, transpira luxúria (Embora à data não fizesse ideia. Juro. Que me dê já aqui uma cólica.): TODA MOLHADA (Chegarei às 100 visitas diárias por deus?!)

Depois chegam aqui, vêem que é só uma miúda dada à neurastenia, com o seu falecido cão, que ainda por cima veste o 32 -A (que é uma copa ao contrário inventada especialmente para mim) e que se curou da glândula com uns meros bochechos de água salgada e vão-se em impropérios interrogando-se: que é das "MAMAS DESCOMUNAIS pá?" Ou "que é da cura?" Consoante o caso.

E eis que crio o wonderbra fuchsia: MAMAS DESCOMUNAIS.

Escrevo duas vezes que é para o google não se enganar e trazê-los para aqui logo à primeira.

Que é que foi? Não me olhem assim. Uma pessoa já não sabe o que há-de fazer mais para divulgar o seu trabalhinho. E se tenho de usar wonderbra pois que seja.

Sei lá eu, se não há um ou outro à procura delas molhadas, ou que trave uma luta com a própria saliva que possa, igualmente, interessar-se pelos meus escritos? Ah pois. Quem sou eu para me fazer rogada?

Obrigada sitemeter por me dares a conhecer os gostos dos senhores e senhoras que me visitam.

P.S. E não olvidemos a tanguinha brasileira: "as melhores cábulas"

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sexta-feira, 20 de novembro de 2009

 

Uma história

Durante os primeiros anos de vida o Buddy não ladrava. Muitas vezes os meus amigos interrogavam-me se ele saberia fazê-lo, coisa de que também eu duvidava. De facto, não fossem os tufos de pêlo preto e o cheiro característico a cão, dir-se-ia que ali não morava um canídeo. Por altura do transplante renal do meu pai, tivemos de o mandar para casa dos meus tios, uma vivenda na outra banda. Passou a "filho" de pais separados, sem o ser. Ia levá-lo no Domingo à noite (destroçada) e buscá-lo Sexta ao fim do dia (feliz da vida). Foi nesse período, em que o risco de rejeição do rim o afastou de nós temporariamente, que ele aprendeu a ladrar. Enfiava a cabeça pela argola maior do portão preto (hoje verde) e arriscava os latidos, já muito atrasado no que dizia respeito ao aperfeiçoamento da técnica, quando comparado com os cães das vivendas vizinhas.

Há que dizer que o seu ladrar jamais foi como o dos outros. Distingui-lo-ia de olhos fechados, numa matilha em coro. Era um ladrar cómico e tosco, a raiar a "fala" à Scooby Doo.

Comparo essa aprendizagem tardia à minha. Demorei tanto tempo a aprender a não calar o que penso e o que sinto (eram tempos em que apenas a mão esquerda sabia o que me ia na alma) que hoje quando o faço, ainda que movida por fortes convicções, a voz que emito soa ridícula.

Perdoem se não vos sei ladrar como deve ser e se, por isso, serei sempre imerecedora da vossa atenção num debate que se esperaria fluente e aceso.

(Manter-me-ei até ao último dia, temo, uma enrascada nisso dos confrontos orais.)

(Talvez tenha aprendido tarde demais.)

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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

 

ESCLARECIMENTO AO MEXIA*



Mexia queridinho:

A gente não somos lésbicas.
A gente somos forretas.
Gostámos do livro. Por fora, do que ouvimos e quê.
Agora vamos lê-lo a meias.

(não na cama.)

(ao almoço ou assim.)

Sempre tuas; as duas, Ana (aka Bzuu) & Andreia.

19/11/2009

*Livra-te de dizer what the fuck do I care

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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

 

Chiça que é (tb) disto que componho a minha vida pá.

Vocês sabem lá o que hoje perderam. (E eu perderia também, não fosse a mãezinha ter-me desafiado. Obrigada mãezinha!)

- Uma voz belíssima (Fernando).
- Um pianista de excepção (Pedro). (O piano ao vivo por deus, o piano.)
- Um espírito indomável (Fernando de novo).
- A voz que não se cala, a coluna que não se verga. (O Tordo, pois.)
- Momentos de grande intimismo e genuína alegria.
- O sentido de humor certeiro.
- Uma conversa de amigos.
- A comoção conjunta.
- As vozes em coro.
- As palmas.
- Um obrigada gigante por nos lembrares da nossa história, de quem somos/fomos/ do que passámos, do Ary.
- Obrigada por nunca desistires mesmo sendo tão mal tratado, tão esquecido.
- Obrigada pelas composições que inspiraram o poeta para as magníficas letras, que se conjugaram nessas músicas que nos são tão familiares e dotadas de pujança inigualável.
- Ganhaste mais uma fã, essa é que é essa.
- Grande momento.

- Grande Fernando Tordo.

Viva tu pá.


http://www.youtube.com/watch?v=ZrQzEXIUYQQ

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Ah.

Então não é, que há emboscadas que somos a gente a fazermos à gente próprios, mesmo a nós, por fora e por dentro, pessoalmente e quê, sem darmos conta, só naquela de fugir à cagufa que sentimos por certa e determinada direcção que a vidinha anda a tomar e então toca a inventar subterfúgios e o camandro, para lhe fugir a sete pés, quando não sabemos como o fazer pela via das pessoas normais?

Pois.

O que é que sucede? Sucede que mais uma vez me rio em sonoras gargalhadas (acreditem: sonoras) com a minha capacidade para inventar essas evasivas. E que evasivas por deus. Que enredos maravilhosos. Stepheny Meyer querida aí vou eu.

(Um bem-haja a esta minha capacidade.)

(Capacidade filha dás cabo de mim mas curto-te buedas ainda assim)

(Vá então.)

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É isso Gonçalo...

Uma ideia me chamou a atenção nos livros "Um homem: Klaus Klump" e "A máquina de Joseph Walser". Uma ideia por demais inteligente.

Para acabar com as "guerras" das quais discordamos, temos de fazer parte da engrenagem, ser peça pequena, aparentemente despicienda. É preciso dizer aos outros que não temos importância, para que não nos vejam como alvos.

Reservarmo-nos de combates brutais, no imediato, que a nada levarão.

Enquanto peça pequena aguardaremos pelo momento em que a falha dessa provoque o tumulto, o vacilar, quem sabe a ruptura da engrenagem.

Uma pequena avaria a fazer mossa no todo.

Assim tem de ser com o mundo em que vivemos.

De nada adianta erguermos escudos e espadas aos grandes. Gritarmos os nossos argumentos. Tentar demovê-los da sede de poder que os cega.

Esmagar-nos-iam como insectos.

Porém, se nos fizermos brandos e inócuos não tentarão destruir-nos, pelo menos para já e ganharemos tempo, para fazer com que a nossa peça pequenina conquiste o seu papel na luta que quisermos encetar.

Não raras vezes vezes é mais útil a espera, que a sofreguidão pela vitória das causas em que acreditamos.

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terça-feira, 17 de novembro de 2009

 

"Nas tuas mãos"

Às primeiras páginas deste livro, desmoronei-me num pranto interior.

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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

 

COMBATEREMOS A SOMBRA

Eternamente grata pela vossa atenção.

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domingo, 15 de novembro de 2009

 

O que se leva desta vida (?)



Gonçalo, Tiago, (João), meus queridos. Não me levarão a mal se vos disser que, conhecendo-vos de outros trabalhos, ia com as expectativas nos píncaros das expectativas. E isso meus lindos é muito lá em cima (a pontos de me darem vertigens e quê). Ora, o que é que vos posso dizer? Embora tenha gostado e me tenha rido imenso com as vossas interpretações, ao nível do texto esperava que tivessem explorado mais o subliminar. O que estava implícito quando falavam de alheiras, pato de caça ou de aviário, sabor, expectativas, inesperado, saturação, reinvenção e por aí afora. Então é assim: gostei muito mas sei que são capazes de melhor. E continuarei a esperá-lo em trabalhos futuros. (mas como diz o outro: a minha opinião vale o que vale. Sei bem que é muito fácil mandar postas de pescada. Difícil é pôr em prática. Só por isso já estão "lá".) Aquele abraço.

Posto isto, aos restantes: é ir que acaba já a 22 de Novembro. Vá então.

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sábado, 14 de novembro de 2009

 
Se consegui deixar de roer as unhas,
também serei capaz de parar de roer o coração.

(Bem vistas as coisas tinha dez anos à data e fi-lo, só com a força de vontade que me habita.)

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terça-feira, 10 de novembro de 2009

 

TPC para mim e para os que, entre vocês, tiverem paciência para ler. (Agradecida)

DECLARAÇÕES:

1) Fiz batota. Demorei muito mais do que 25 minutos. E revi. Apaguei. Corrigi. And so on.

2) Não fiquei satisfeita com isto.

- Alice, vem deitar-te. - Era a quarta vez que Frederik a chamava e o tom, outrora paciente, fora substituído por um que denotava já alguma irritação com a atitude da mulher.

Alice Farlow vomitava as entranhas. Quatro e meia da madrugada e premia, ainda, freneticamente as teclas do computador, convicta que em seguida se sentiria aliviada.

- Já vou querido. Está quase. Uma palavra mais e termino.
- Uma palavra... - bufou Frederik. Enterrou-se nos lençóis, preparando-se para dormir. Desde que a mulher engravidara pouco mais havia a fazer a seu lado, na cama, do que dormir. Cansara-se da procura frustrada. Sabia que era apenas uma fase e de momento, apesar de subtil, Alice era implacável na recusa.
Alice escrevera a palavra "Vazio" e regressara à cama como era hábito, pouco tempo antes do despertador tocar.

Frederik acusava já a respiração pesada quando ela, antes de se deitar a seu lado, o beijou ternamente colocando-se, em seguida, de barriga para cima, com as mãos sobrepostas em cima do peito.

Sentia-se inquieta afinal. Não lhe fora benigna a escrita, como esperava. Continuava como em todos os restantes momentos da sua vida: aflita.

Não admitia ser doente aos outros. - E nesse grupo "os outros", exterior e independente de si, incluía o marido. – Porém, sabia sê-lo. Contribuíra para o seu autodiagnóstico a formação em medicina, que não a deixava iludir-se. Padecia de hipergrafia. Desconhecia, no entanto, que tudo o que escrevia era desprovido de significado e que, de facto, era totalmente vão o seu esforço, pois ideia alguma era transmitida nessa catarse.

Dessa ignorância alimentava o seu desassossego, crente que o resultado seria nada menos que a frase perfeita. Aquela que, embora não sendo bela, seria, no mínimo, reveladora.

Fitava o escuro, por cima de si e à sua volta, os pensamentos sucedendo-se ininterruptamente:

É isto a vida sem palavras: Escuridão.

Amo Frederik, mas se não lho pudesse dizer... Se não lhe pudesse sussurrar "AMO-TE" enquanto lhe lambo o lóbulo da orelha antes de fodermos, seria como se não o amasse de todo. (Pobres dos mudos.) Foi para isso que deram ao Homem a capacidade de falar. Que os bichos se amem sem proferir palavra? Aceito. Mas é para mim, enquanto fêmea desta espécie, inconcebível fazê-lo.

Frederik olhar-me-ia indignado, com repulsa até, se suspeitasse que quando faço amor com ele, estou simplesmente a foder. Foder. Eis uma palavra com força. Nela se encerra toda a pujança do acto. Se disser "fazer amor" diluo por duas palavras o que, para mim, é uma só, repleta de solidez: foder. Não a considero vulgar, nem tão pouco indecorosa. Simplesmente intensa. Mas talvez Frederik não me possa entender e por isso, por ele, lhe digo, quando digo, "faz amor comigo".

Com as putas, que ele procura amiúde, e das quais julga que desconheço a existência, esperaria tudo menos um: "Faz amor comigo." Comigo só espera isso. Como é doce e ingénuo este meu homem.

Pois se somos animais - E simula escrever com o dedo esquerdo no ar "animais", fechando os olhos com força, como numa prece, para memorizar a palavra que daí a umas horas anotará onde calhar. São essas preocupações que a impedem de dormir a maior parte das noites. Palavras desgarradas que não pode, de forma alguma, esquecer ou deixar de registar, assim que lhe seja possível. Habituou-se à insónia, embora tema estar a prejudicar os seus fetos. - e apenas nos afastamos da irracionalidade porque existem as palavras e com essas criámos uma linguagem nossa. É no momento em que essa espécie de luta, corpo a corpo, se dá, que as palavras e a racionalidade são olvidadas e somos somente duas criaturas movidas pelo instinto. Nesses momentos, só há carne, sangue, violência, dor e prazer. E nisso, todos somos semelhantes. Julga-me melhor que as putas que compra, o meu bom Frederik. Julga-me impoluta e branda. E eu como ele, como elas, naquele momento, apenas um sedento animal. -Desenha "sedento" na barriga. - Sedento. Juntar sedento a animais. Acrescentar a palavra putas e a essas, ingenuidade. Será que me vou esquecer? Não me posso esquecer: animais, sedento, putas, ingenuidade, Frederik, Alice, escuridão, palavras, foder. Talvez fosse melhor levantar-me. Saio daqui sem o acordar, escrevo num instante estas preciosidades e volto. Durmo ainda algumas horas. Duas talvez. Horas. Acrescentar horas! Nada disto é importante, se numa palavra havia dito tudo. Preciso dormir.

Alice contorcia-se de ânsia, o estômago transido pela náusea que a angústia lhe agrilhoara à garganta. Levantar-se-ia mais uma vez nessa noite, com cuidado desmedido para não acordar o companheiro e escreveria, enquanto o suor da urgência pingava sobre a mesa da cozinha, as tiranas palavras.

Estando grávida de gémeos a psicose piorara assustadoramente. Já não se tratava apenas de noites em branco em frente ao computador. Escrevia em todo o lado. No pacote de açúcar, depois de o esvaziar no galão; no interior da sua bata branca de médica, totalmente escrevinhado; o papel higiénico enquanto sentada na sanita, repleto de palavras. Chegara a dar-se o caso de, não tendo quantidade de papel suficiente para escrever e se limpar, ter optado por escrever, desdenhando as consequências de semelhante opção.

Toda a sua roupa tinha bolsos e nesses havia sempre, pelo menos, duas esferográficas. Admitia a falha de tudo o resto, menos do veículo do seu génio. Inconcebível, não apontar os pensamentos brilhantes e profundíssimos que cria ter formulado, aquando da escrita dos vocábulos.

Frederik andava há anos a alertá-la que tudo o que fazia era escrever palavras incoerentes. Que nada daquilo prestava. Que era insano o seu comportamento. Fazia-o de forma quase cruel para que ela o ouvisse. Procurava poupá-la ao sofrimento de o ouvir por outrem. Alguém que não a quisesse tanto quanto ele.

- Canaliza essa energia desregrada para outros fins Alice! Procura outra ocupação que te realize e onde possas ser efectivamente boa. - Agora que ela ia ser mãe estava certo que o faria com rigor e exemplarmente. Seria uma excelente mãe, para os seus filhos, disso não lhe restavam dúvidas. Tentava então mostrar-lhe o que via com nitidez. - Porque não te dedicas ao quarto dos bebés? Ainda não te vi fazer nada em prol da sua vinda. Arranja o quarto, decora-o como quiseres. Compra roupinhas para eles. Sê como as outras mulheres Alice. Sê como as outras! Não compliques. E se quiseres, meu amor, conta-me as tuas ideias e eu escrevo por ti e para ti, aquilo que quiseste dizer todo este tempo e não foste capaz. Nunca passarás de uma escritora deploravelmente medíocre, e é para teu bem que to digo.

Alice arrogante e agressiva fazia pouco dele, nessas alturas. Em tom jocoso humilhava-o com palavras geladas dizendo-lhe que o que separava o êxito dele, da ausência do dela, era um órgão reprodutor, destinado à queda, ao fracasso.

Não tinha, efectivamente, consciência da sua inépcia para o ofício que acreditava aprimorar de cada vez que empunhava uma caneta ou digitava no computador.

Era deveras doloroso para o marido perceber que a mulher não acreditava em si, julgando-o, injustamente, despeitado.

Desesperado dissera-lhe que desse a ler os seus escritos a terceiros, para que esses, isentos, lhe repetissem o que tentava provar-lhe há anos.

- Só quando os passar a limpo. - Retorquia. - Não tenho tido tempo.
- Hipergrafia, Alice. Já o estudaste, sabes o que é. Hipergrafia. Acorda! Cura-te Lili. Por favor ouve-me.

Alice sabia o que era, porém ignorava que da doença nada se produzia a não ser a perene dor.

- Estou no limite. Ouves? No limite, porra! - Gritava-lhe quando o desânimo era superior ao amor. - Como é que pretendes criar o Eddward e o Kurt, dizes-me?

Ela parava e olhava o ventre desmesuradamente proeminente, acusando o término da gestação.

Haverá momentos só meus. Como hoje. Assim continuará a ser. Não serás tu a privar-me desses, não serão os gémeos também.

Frederik atormentava-se com o futuro que adivinhava tortuoso dada a crescente irascibilidade da mulher. Era penoso dizer-lhe que ela enquanto escritora não prestava, era como se lho dissessem acerca de si e da sua obra. Mas era preciso que se apercebesse da sua loucura e para que a vida pudesse ter um rumo autêntico. Alice era infantil a exprimir-se, dava erros ortográficos e gramaticais gravíssimos e inadmissíveis para as aspirações que alimentava. Escrevia febril e ele chorava sozinho e desconsolado o seu infortúnio. Esgotara os argumentos dissuasores.

Nessa manhã viu-a despir-se para tomar banho. Escondera-lhe os lápis de cera com que era hábito escrever nos azulejos. Esperava ouvir-lhe os gritos exasperados, as reclamações repletas de raiva, os impropérios. Nada.

Durante vinte minutos o silêncio fora ensurdecedor. Não fosse a água, continuar a cair irregularmente, interrompida pelo corpo de Alice e respectivos movimentos e Frederik julgar-se-ia só em casa.

Sentou-se sobre o tampo fechado da sanita verde, encarando o cortinado opaco com os olhos mortiços. Não ousou chamá-la, limitando-se a aguardar. Pela primeira vez tinha agido de maneira concreta para a impedir do delírio. Iniciara nesse dia a oposição derradeira. Não mais seria benevolente ou permissivo. Era porque a amava que agia assim.

Alice abre a cortina e como invariável e instintivamente o marido observa-lhe os seios antes de lhe perceber qualquer outra parte do corpo.

Horrorizado constata-a raiada de sangue. Alice havia utilizado a lâmina da gillette com que se depilava para escrever na barriga.

(HELP)

(Maybe to be continued, or maybe not.)

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segunda-feira, 9 de novembro de 2009

 

Vão mas é ler o resto:

(…) O “mas” (nota minha: de masturbação) é a chamada à realidade: tu podes bater as punhetas que quiseres (outra nota minha: aplicável às senhoras com a técnica e nome devidos) , mas a pessoa em cuja honra as bates está-se nas tintas (turvadas como faz o choco perante uma ameaça) para ti.

(…) “Tu pões-me tão maluco que não consigo mentir-te mesmo quando é para meu bem e não te fizesse mal nenhum.” É esta a sensação e a mais ou menos eficaz incompetência de quem ama. E de quem escreve. Assim seja sempre.

Miguel Esteves Cardoso no PÚBLICO de hoje.

AMEN (nota minha)

Ah granda MEC. (também.)

Adenda: e lá está, em meia dúzia de frases, tudo, mas tudinho, dito.

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sábado, 7 de novembro de 2009

 
Uma linha é quanto baste para que fique tudo (quanto é importante) dito.

Somente uma palavra. O suficiente.

(Um pensamento.)

Até no vazio há importância.

No insulto.

(Já disse demais.)

(Bastava uma linha para te calar.)

(Uma palavra.)

(O silêncio.)

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PARABÉNS



Suplanta-se a morte ao ignorar ostensivamente o que nos fez.

Fazes 30. São, de facto, 30. Farás 31 para o ano.

Um grande beijinho. Até já.

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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

 

Passado a limpo

Há a chuva a precipitar-se aleatória.
O mar imenso, majestoso, cujo bater das ondas ininterrupto acontece, livre.
Há o verde, o azul, o céu.
Um cinzento nas nuvens inimitável.
Há árvores de todos os feitios e troncos com texturas e tons de castanho que são.
E os peixes?
O sangue quente dos mamíferos,
O canto das aves,
E as aves elas mesmas.

(Os insectos, os moluscos, os parasitas, até.)

Há noite e há dia.
O sol, a lua.
Todas as estrelas.
Ingente brilho autónomo.
Há luz.
(A luz.)

Independentemente.

As folhas que caem e as que permanecem.
O vento que sopra,
ainda que não haja face para o sentir,
ou cabelo para o acusar.

Há vida.
Há tudo e tudo haveria, ainda que jamais o testemunhasse.

Nada sou neste mundo.
Porém, já vi isto e só por isso sei ser feliz.

Andreia Azevedo Moreira
5/11/2009
11h04.

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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

 

O problema não é vosso. É meu.

Trabalho numa zona colorida, onde pessoas igualmente coloridas prestam serviços por conta própria, ou por conta de outrem, sem passar recibos.

Daí que indo eu na rua, a pensar com os meus botões (quando os há, que quando não os há vou só: inspira, expira, inspira, expira...and so on), ao ouvir alguém dizer ao telefone "Sim. Três bicos são suficientes." ou ainda "Quando é que vais ao rego?" isso me remeta para todo um universo que nada tem a ver com fogões ou com freguesias em Celorico de Basto.

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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

 

P.S. SUBLIME.



Adenda: Obrigada pela dica Catarina S. =)

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Ana Patrícia ALÉ!

Ana Patrícia ALÉ! Ana Patrícia ALÉ! Ana Patrícia ALÉ, ALÉ!

Amiga! Agora além dos 3/4 telefonemas anuais, temos uma vida virtual em comum! eh eh eh. Muitos parabéns minha querida e não tarda estou a ligar-te para o telefonema da praxe.

Espero que aí tudo bem "Então que tal"
Que nós aqui "andamos do jeito que deus quer."

Bjinhos!

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terça-feira, 3 de novembro de 2009

 

Pior do que tu a emitir juízos de valor sobre mim:

Sou eu a julgar-me.

(Sabes lá tu o que é condenar-se alguém como eu me condeno.)

(Sou implacável.)

(Não há quem me bata nisso de me deitar por terra.)

Por isso...

Poupa-te ao esforço e entrega-te a outrem mais interessante.

Quem sabe a ti.

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PARABÉNS MARCO, BILLAS, BILLATI, TOURO e quê!

Tenho saudades tuas menino.

Vocês(es) fazem cá falta.

Tenho dito.

Um dia feliz aí na terra quente.

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Curta

Anos sessenta/setenta. PORTUGAL.

“Ela gostava dele. Não tinha a certeza de saber o que era o amor. Casaram. Tiveram filhos. Ele tinha certezas. Amava o Roberto. Azar do caraças. (Chamar-lhe-ia produto da repressão, do medo, do preconceito exacerbado.)”

“O Roberto casou com a Adriana que o amava e o sabia. Tiveram um filho. O Roberto amava o Miguel, marido da primeira. Azar do caraças. (Chamar-lhe-ia angústia suprema para 4 pessoas.)”

A acontecer hoje, em Portugal*, chamar-lhe-ia egoísmo e falta de espinha.

*Aspecto importante este do contexto. (Portugal talvez seja um pouco abrangente demais. É com certeza. Lembro-me agora dos meios pequenos, tão díspares da vida citadina. Isto sou eu com as dores próprias a medir tudo pela mesma bitola. Volto ao mesmo. Não se pode julgar. Fico-me pelo caso que mais me diz. "Azar do caraças." Chiça que isto das "certezas" anda mesmo, mesmo pelas ruas da amargura.)

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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

 

Acabei de ler este portento de livro

Na Edição que me foi oferecida, vinha também este (outro portento, pois.)

Qual é o apelo que vos faço? Ora, no Natal, ou nos anos, quando andarem angustiadíssimos sem saber o que oferecer a esta boa amiga eis que, como quem não quer a coisa (qual coisa? Here we go again...) vos digo que me faltam os seguintes "cromos" da colecção O Reino (Tetralogia):

a) Jerusalém
b) Aprender a rezar na Era da Técnica.

Apontaram? Vá, então. Não se esqueçam.

O que é que se me oferece dizer acerca destes dois livros que li de uma assentada? (Além de portento pois claro, que ando a aprender a não repetir ideias.)

Fosgasse! Mesmo assim a seco.

Nunca havia lido o que quer que fosse deste rapaz (Gonçalo M. Tavares) e embora já tivesse ouvido dizer maravilhas, confesso que atentando aos títulos algo em mim se retraía. Lá está, mais um dos pressentimentos ao lado de deia.

Dou-vos uma ordem (perdoem a voz esganiçada que não estou habituada a mandar): LEIAM-NOS.

Mais um livro que sublinhei exaustivamente. Mais um autor cujos pensamentos me hipnotizaram. Mais uma escrita a espancar-me, deitando-me por terra. Quando leio alguém que escreve, como escreve este senhor, envergonho-me das minhas aspirações. Adiante.

Fiz alguns TPC para o Gonçalo, mas ele não sabe. "Crime" cometido há largos anos. De nada servem as investigações, pois creio (e espero) já ter prescrito. O que me faz falar disto não é a denúncia da pessoa, para quem, com muito gosto trabalhei. Não. O que me faz falar disto é que foi nesse TPC específico que percebi, de forma mais consciente, o que isto da escrita me faz.

Embrenhei-me de tal maneira no texto, que ainda hoje recordo com uma nitidez imensa as horas que passei, na sala dos computadores do Departamento de Engenharia Florestal do ISA (escrevendo à mão, como mais gosto.) a transcrever a história que me ganhara vida na mente. Não sosseguei enquanto não a pus toda no papel. A palavra exacta é essa: desassossego. E, embora só uns anos mais tarde tenha percebido (a vida mo tenha esfregado na cara) que queria levar isto a sério, muito antes da idade da reforma (uma história que hei-de vos contar, por certo) foi nesse dia específico, em que o prazer teve, efectivamente, algo de consciente e não apenas instintivo, como até então.

Um agradecimento ao Gonçalo pelos TPC que mandava fazer aos seus alunos e aos quais tive oportunidade de corresponder o melhor que consegui, à altura.

Termino com palavras do Autor:

"Os tribunais privados, íntimos, impõem mais respeito do que a montanha."

"Quando a ferida não atinge a memória é insignificante, dizia."

"Johana olhou-o e saiu. Mas não chegou a sair mesmo quando já a 100m, no exterior, porque ainda o olhava."

"(...)nunca ninguém esteve assim tão apaixonado pelo amor como pelo ódio."

"Eis a vida: estranheza; até ao último instante, estranheza."

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domingo, 1 de novembro de 2009

 

Como?

Como é que eu passei da senhora "certezas" que sabia sempre o que fazer, qualquer que fosse a questão em apreço, porque havia uma voz docinha dentro, que a ajudava; para a senhora "dúvidas excruciantes" que não faz puto de ideia do que antes a fazia ter certezas e hoje se baralha com o coro de vozes divergentes que no fundo, no fundo gritam: "desenrasca-te que nós cá também não sabemos!" Como?

Minha linda só posso dizer que enquanto viver não ficarás desamparada, o que não quer dizer que não te sintas só, nessa dor. Na dor, ninguém nos pode valer. Mas passa. Tem fé. Olha para cima, enche o peito de ar. Deixa que as horas se sucedam. Não desistas. Nunca desistas. Há um sorriso em frente, estou certa. Dou-te a mão até lá. Não pares. Ainda que cansada, não pares. Também me dói. Acredita. Também o sinto. Vamos conseguir vais ver. Tem sido sempre assim. É longo o nosso percurso. Lembras-te? De saltar à corda, de rir, de brincar ao nosso segredo? Recordas-te? Das birras, dos amuos, de deixarmos de nos falar? E depois nada havia sido e continuávamos. Era assim. Continuará a ser. Falta-nos muito, ainda, até sermos velhas. E eu quero-te lá, na velhice, a dizer disparates. A rir. A olhar para os outros velhos jeitosos. Vá. Limpa as lágrimas, agita o corpo, sacode a angústia. Um passo. Depois outro. E qualquer dia já chegámos a outro lado. Confia em mim.

Amo-te.

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Deia's BACKSPACER mix

Do you wanna hear something sick?
We are but victims of desire.

I’ll say your prayers
I’ll take your side
I’ll find us a way to make light.
This situation, which side are you on?
Are you getting out? Are you dropping bombs?
When something's gone,
I wanna fight to get it back again.
Oh and I hide my disappointment
Cause for years I had been hoping
That when she came,
she would come for me.
I’m a lucky man to count on both hands
The ones I love.

Did I say that I need you?
Did I say that I want you?
Oh If I didn’t I’m a fool you see
No one knows this more than me
As I come clean.
Cut to later, now you’re strong
You’ve bled yourself, the wounds are gone.
Love ain’t love until you give it up.
Feel the path of every day
Which road you taking?
Look for love & evidence
That you’re worth keeping
Swallowed whole in negatives
It’s so sad and sickening.
I need to hear it, I need to feel it loud
I wanna live my life with the volume full.
But this night has been a long one,
Waiting on a word that never comes
A whisper in the dark
Is that you or just my thoughts?
Makes me ache, makes me shake
Is it so wrong to think that love can keep us safe?
One man stands alone, waiting
For her to come home.
Eyes are closed. You cannot know
But his heart don’t seem to roam.
Just want to grow old.
Recently as I was waiting on a dream...
It’s my fault,
Now I been caught a sickness in my bones.

How it pains to leave you here.
Just don’t let me go.
Before I disappear
Whisper in my ear
Give me something to echo in my unknown futures ear.
I’m here.
But not much longer.
Yes I understand that every life must end,
As we sit alone, I know someday we must go.
It’s rare when there is nothing wrong.
Breathing hard & making hay,
Yeah this is living.

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