segunda-feira, 31 de agosto de 2009

 

PRETÉRITO (perfeito)

O que eu gostava mesmo era de transformar esta ideia numa letra de canção. Mas ainda me falta este curso. (Está na lista do curto prazo. A ver vamos. Vou.) Ora, à falta do curso o que temos é isto (Fraquinho - embora espere que não esteja a atirar para o André Sardet, deus me livre, cruz credo, chiça penico - mas eu cá gosto.):

PRETÉRITO (PERFEITO)

Deixa-me passar.
Não te ponhas a meu lado,
sussurrando-me ao ouvido.
Não acertes o passo com o meu,
finge que não nos vimos um dia.
Deixa-me passar.
Deixa-te ficar para trás,
Não lutes, deixa-te estar.
Para quê semelhante afã?
Não sou digno dessa dor,
nada tenho para te dar,
não é este o teu lugar.
Deixa-me passar.
Dói-me deixar-te ir.
É certo que sinto perder,
qualquer coisa no meu ser.
Não posso tudo querer abraçar.
Tenho somente estes dois braços,
que acolhem já outros dois.
Não os teus. Outros.
Não os quero desprezar.
É em mim o seu lugar.
Que encontres alguém maior.
Outrem que ainda há-de vir,
mostrar-te com doçura nos olhos
que esta ilusão que tivemos,
afinal não a perdeste,
porque não chegara ainda,
o teu sonho.
(O teu amor.)
(O teu sentir verdadeiro.)
Por isso agora não chores,
não me barres o caminho,
não implores que aqui fique.
Não sou eu.
Eu sou um engano.
Chegará em breve o dia em que dirás orgulhosa:
“É este o homem que amo”.
Aquele por quem clamas há muito.

O do passo certo com o teu.

Andreia Azevedo Moreira.
2009

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sexta-feira, 28 de agosto de 2009

 

Ideiazinha(s)

Entre o "É TARDE DEMAIS." (que me grita) e o "nunca é tarde." (que me sussurra):

umA angústia colossal?

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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

 

Ideiazinha(s)

Não se ser ressabiada é difícil 'comó' caraças. Quando me apercebo de certas coisas quase escorrego e sou. Abano-me toda para expulsar semelhantes sentimentos. Penso no mar que amo e assim e lá vou conseguindo lavar-me das vilezas da minha mente.

Inventei uma letra para uma canção sobejamente conhecida mas não a posso (quero, vá) revelar.
É crua, singela e faz-me rir.

Ó I V P C.

E é (eu sou só) isto.

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terça-feira, 25 de agosto de 2009

 

Instituto Português de Oncologia (IPO)

Ninguém quer ter de proferir esta frase: “Vou ao IPO”.

Ninguém quer ser paciente desse sítio (que imaginamos arrepiante), nem tão pouco visitante.

“Vou ao IPO” é uma frase aterradora.

Tudo isto é verdadeiro. Mas tenho que falar do IPO por bons motivos. No IPO estão dos melhores profissionais da área da saúde com quem já me cruzei.

Não me pronunciarei sobre os médicos, com quem não interagi. (Excepção feita a uma Doutora nas urgências que devia estar numa noite má. Dou-lhe o benefício da dúvida.)

Quero falar sobre os enfermeiros e os auxiliares da unidade de pneumologia do IPO.

São pessoas excepcionais. Profissionais extremosos que não desistem jamais dos doentes (mesmo daqueles cujo destino foi malogradamente traçado) e que os tratam como se os seus casos fossem únicos, sabendo os seus nomes, os seus gostos, conhecendo-lhes a maneira de ser.

São pessoas que perante o paciente inanimado lhe prestam os cuidados com o mesmo desvelo com que tratariam uma pessoa na posse de todas as suas faculdades.

São profissionais que param para dar uma festa, para apaziguar o doente ou o familiar, que nos olham nos olhos enquanto nos esclarecem dúvidas.

São pessoas que não se esquecem que estão diante de pessoas (não de números) em estados de grande sofrimento, quer físico, quer psíquico.

Sei lá se são só pessoas. Para mim são heróis, anjos da guarda dos doentes e dos familiares que com a sua ajuda não sentem tanto frio nessa jornada cruel, não raras vezes ao encontro da morte.

OBRIGADA a todas essas pessoas que não se deixaram desumanizar pela infinidade de casos com que têm de lidar diariamente.

Espero sinceramente não me voltar a cruzar com vocês, compreenderão porquê.

Mas espero de igual forma e ardentemente que continuem onde estão a amparar quem precisa.

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segunda-feira, 24 de agosto de 2009

 

NY - modo aleatório.


Cá está. Dá-vos uma ideia por onde andei e não percebem que sou uma naba a tirar fotos. PAM.


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domingo, 23 de agosto de 2009

 

Oração de 7.º Dia

Ainda não acredito que morreste.

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sábado, 22 de agosto de 2009

 

http://www.youtube.com/watch?v=0Su8LXNS16A

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segunda-feira, 17 de agosto de 2009

 

Two times Johnny. Uma pessoa peculiar. Até já.

Uma vida destruída destrói muitas mais em cadeia. A sequência de fatalidade(s) para que alguns nascem talhados, qual destino perfidamente traçado por um verdugo qualquer. Assim nasceram vocês três, já de vida destruída, dilacerados pela dor e pela injustiça. A velhice muito antes do tempo marcada nas vossas belas feições. A derrota já, muito antes das batalhas. As mazelas na alma, muito antes das alegrias ou compensações que qualquer vida traz.

"Sangue sábio", como o título de um livro que ainda hei-de ler. O sangue que carrega as histórias do passado a existências que se esperavam novas, puras. (Impossível.)

Uma vida destruída fala com o seu sangue às novas vidas, destruindo-as parcialmente, ainda antes que elas tenham noção do que é ser.

Há os que conseguem vencer essa bagagem onerosa, esse desditoso fardo.

Há os incapazes de o fazer, pois nasceram demasiado mutilados na alma por sofrimentos alheios.

Cada vida a sua história, sei-o bem. Há, no entanto, heranças que ainda que as reneguemos com toda a nossa vontade nos assombram.

Quero acreditar em "outras vidas" Tio. Faço votos para que nasças de novo e consigas, nessa outra existência, provar a felicidade e saber ao que sabe a Vida.

Apesar da tua forma crua de agir, nesta vida, foste e és muito amado. (Apesar de tudo, foste amado.)

Espero que alguma coisa em ti to tenha dito (e feito acreditar) antes de partires.

(Lembrar-me-ei para sempre de ti. Fazes parte da minha história. )

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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

 

Ou é isto, ou foi do que comi ao almoço.

Gosto das coisas simples.
Ser simples, ser simplesmente.
Conforta-me, deveras, a ausência do ataque.
Um ataque qualquer.
Sinto-me presa, ainda o predador não decidiu investir.
Aprecio ser invisível entre os outros.
Ser eu, sem que alguém se desiluda.
Aguento mal que se desiludam comigo.
(E sou capaz de desiludir tanto.)
Defeito mais do que feitio. Defeito atroz.
Defeito porque mais não é do que incomensurável comodismo.
Medo. Inércia.
Incapacidade para SER perante os outros.
Cobardia sim, podem dizê-lo.
Tanto tenho de heroína, feita em combate,
pronta para as tormentas,
capaz de aplacar os mais duros golpes,
como de alga frágil ou medusa a flutuar informe,
nas vagas da vida vivida.
Tanto tenho de sabor,
como de ensossa.
Tanto tenho de corajosa,
como de chama apagada.
Nunca estive tão perdida como agora,
tão incerta daquilo para que sirvo.
Presunção esta de achar que sirvo para alguma coisa.
Talvez o problema seja esse,
passar a vida a pensar,
em vez de me mexer.

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quinta-feira, 13 de agosto de 2009

 

AVISO

Malta amiga não era minha intenção assustar-vos. Muitas vezes penso que os outros quando me lêem, vêem/sentem o que escrevi tal e qual como o pensei. Esquecendo-me que os olhos lêem consoante o que se passa dentro de cada um. O post anterior é sobre uma doença maldita: o Alzheimer que nos leva os nossos, deixando cá o corpo, vivo, mas não o mesmo de antes. Jamais o mesmo de antes. Fica o esclarecimento. O tal abraço apertado a todos.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

 

Vi e nada pude.

Vi a minha mãe ir-se embora. Reparem, a minha mãe está aqui à minha frente. De pé. (Quase) a mesma cara. Mas foi-se embora. E eu, que a vejo ainda, de pé, à minha frente, (quase) a mesma cara, sofro horrores com a sua morte.

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segunda-feira, 10 de agosto de 2009

 

Está a dar L7 na RADAR

(estava a portar-me tão bem a vir aqui só à hora do almoço e quê...)

(Já vos tinha dito que há uma grungie chick em mim?)

(Pois.)

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START SPREADING THE NEWS:

I arrived one of this days. I was indeed a part of it: NEW YORK, NEW YORK.

Alguém aí? Aí? Aí? Aí?

Voltei pessoáli.

Estou num limbo entre a alegria há pouco vivida e ainda em mim e a tristeza extrema.

Que é que querem? A vida muitas vezes não tem graça. (Como dizia em certa peça/programa -não me recordo - o nosso Raúl que já lá está do outro lado, mas para sempre com morada na memória colectiva do país. Consola-me que tenha dito: "Tive uma vida saborosíssima." Devia ser assim com todos. Todos termos uma vida saborosíssima. Mas nem todos podem ou conseguem que assim seja.)
A minha (vida) neste momento está assombrada pela morte. Pela cara feia da morte, pelo seu sadismo, quando tarda e se queria redentora. Ó morte vai-te lixar. Para que é isto? Se o vais levar não tarda... Que merda é esta? Esta agonia para quê? Revolta. Grito. Desprezo-te morte e garanto-te que te hei-de fintar e morrer de repente. O meu coração há-de parar sem mais e tu terás de correr muito para me vir buscar, porque já só me verás de costas, a correr e a rir que nem uma perdida.

Em breve uma posta com fotos da grande maçã que aquilo é cidade para não se conseguir descrever com palavras. Nem com fotos se querem que vos diga. É ir. É ir, andar a pé e vivê-la.

(Ó Nilton! Digo-te já para que serve um aparelhinho que mede os passos: levei um para NY e sei coisas giras como o facto de ter andado em média 16 km por dia e ter dado - em média - para cima de um porradão de passos - tipo mais de 20 000 passos por dia. Não achas giro eu saber isto? Ó pá eu acho. Vai lá buscar a ideia ao caixote se me fazes o favor.)

Ora o que é que vos prometo mais além da fotomontagem (assim que tiver tempo)?

Prometo-vos um conto de NY que me anda a gritar na mona já desde o dia em que se me assomou ao espírito lá mesmo na dita-cuja.

E entretanto deixo uma sugestão de um blog que gosto muito de visitar. Observação por demais pertinente: LEIAM DESDE O INÍCIO. É muito bom.

http://www.acordarumdia.blogspot.com

Perguntam vocês: As férias fizeram-te bem miúda?

E eu respondo: foram boas mas eu, já sabem, não tenho cura.

Por último vos digo: "É isso aí, como a gente achou que ia ser, a vida simples é boa..."

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