quarta-feira, 28 de abril de 2010

 

(Nunca te esqueci.)

Pus-me a pensar em ti, enquanto passava a ferro o vestido verde de amanhã.
Procurei lembrar-me da tua cor preferida. Não a sabia.
Talvez azul. (Penderias para algum tom?)
Então pensei em música. Aquela que dançaste. A que mais ouviste, em tempos de desespero? Responder não conseguia. O livro da tua vida? (Podia ser um das prateleiras repletas de ficção científica. Mas qual? Qual?)
E o prato? Que iguaria te deleitava, como se não houvera qualquer outra capaz de te alimentar? Pensei. Franzi a testa e os olhos, num esforço de recordação e o resultado semelhante.
À altura não sabia, hoje menos saberei. Eras de esquerda ou direita? Havia Deus, um deus qualquer, ou ninguém? Culparias de quê tua mãe? Por quem darias a vida? O ódio de estimação? Venerarias outrem? De quem lesto fugirias? Que palavra jamais dirias. E o animal. O cão? O tigre? O macaco? Entristeço-me enquanto constato que a nada sei dar resposta concreta. Fico-me pelo "Acho que era..." sem saber se o pondero porque me soa bem que assim fosse, ou porque seria(s) assim de facto. Quase tenho a certeza que gostavas de nadar nu. (Eu também.) Houvesse onde me agarrar melhor. Insuficiente. Sabemo-lo. O filme da tua vida? Um vício? Um prazer secreto que a mim tivesses confiado. Receio(s)? (Sei tão-só que tremias nas cadeiras dos dentistas.) O grande amor que perdeste? E o teu mais querido amigo? (O que tem nome de utensílio que serve para cortar madeira?) Ah! Talvez soubesse o quão gostavas dos gelados do Santini. Pouco, não é? Para alguém a quem tanto e tão desesperadamente amei. (Enquanto pude amei-te muito. Quero que saibas disso.)

Sobre ti talvez reste somente a convicção do que julgavas ocultar, enquanto omitias todos estes pormenores que me eram (en)tão fundamentais.

(Nunca te conheci.)

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Sugestão do dia:

http://eporquenaomostrar.com

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terça-feira, 27 de abril de 2010

 

LITERATURA PORTUGUESA DO SÉC. XX na TRAMA

Finda hoje outro workshop. Óoooooooooooo. Estaria tristíssima não me tivesse metido em simultâneo noutra da qual falarei mais tarde (ou seja, quando tiver terminado).

Estou neste preciso momento,

(se a caminho não me deu uma macacoa, ou levei com um autocarro da carris ou assim. Isto do agendamento tem dessas coisas. Uma pessoa agenda, depois fina-se e PAM eis que é publicado um texto post-mortem. Espero não ser o caso que, como diriam os gato, “não me dá jeito falecer hoje”.)

na TRAMA a despedir-me de um banho de cultura literária. Foram 8 sessões riquíssimas, proporcionadas pela Rosa Azevedo. Tem sido apaixonante ouvi-la falar. Intui-se o seu amor pelos livros, pelo saber da literatura e o gosto em transmitir o seu conhecimento. Fá-lo de forma exímia e eis que aprendi mais qualquer coisa.

Volta e meia tenho ataques de pânico. Jamais abarcarei toda a sabedoria necessária para que não me considere tão ignorante... O que me deixa então num misto de alívio (o que não tem remédio...) e desespero. Se por um lado tenho ganas de aprender e é um desafio constante ainda faltar “isto” e “aquilo”, por outro o tempo não chega para tudo quanto adoro fazer.

(E isso de conciliar inúmeros papéis na sociedade é para os habilidosos. Vou tentando fazê-lo, mas a maior parte do tempo sinto que ando manca nos variados papéis que assumo.)

Lamúrias à parte, o repto para hoje era levarmos um livro daquele que para nós teria sido “O” autor português do século XX. Ora uma pessoa só poderia sabê-lo se conhecesse a fundo a obra de pelo menos um deles. Não é, claramente, o meu caso. Quem escolhi e quais os critérios, questionar-me-ão.

- Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004)

OS CRITÉRIOS DE DEIA:

1) Conhecer um pouco a sua biografia e o facto de ter sido uma pessoa admirável: escritora; mãe de 5; activista política, que agarrava as causas em que acreditava correndo riscos; elevava a voz numa sociedade ainda tão asfixiante para as mulheres; destemida; reunir a unanimidade enquanto ser iluminado.

2) A poesia. Sublime. Envolvente. Limpa. Simples. Habitada pela natureza. Livre. Assertiva. Justa. Melodiosa.

3) A memória do livro: “A fada Oriana.” Lido na primeira ou segunda classe e que ainda possuo (muito velhinho) exercer em mim um fascínio que me perdura no imaginário, qual saudade de um ente querido, inundando-me de ternura pelo passado.

4) O facto de se tratar de uma MULHER de fibra. Só se fala nos escritores homens. Houve sempre mais homens a editar, com qualidade, é certo. Quero crer que assim sucedeu porque tiveram mais oportunidades e sempre lhes foram admitidas maiores liberdades (como, por exemplo, as criativas). Isto vai mudando. Não tenho dúvida. As mulheres já não deixam que as remetam somente para o papel de donas de casa e mães, ou lhes abafem o espírito e a voz, se os quiserem partilhar. Esta mulher é para mim um símbolo da força que uma MULHER pode ter numa sociedade.

(As mulheres não são melhores do que os homens, mas já vai sendo altura de as deixarem ser o que quiserem ser, sem condenações/limitações/imposições/discriminações de qualquer espécie. Seja doméstica, primeira-ministra, aviadora, estivadora, investigadora ou prostituta. E o “não condenar” tem de começar em nós mulheres. A igualdade, para existir, tem de partir das nossas próprias acções e das nossas palavras. Só não seremos o que não quisermos ser. A mim ninguém diz o que posso, ou não, ser. E com esta findo a ‘ressabiadice’ do dia. A Sophia sim, saberia expor uma ideia com a maior delicadeza, ainda que se encontrasse escarafunchando uma qualquer ferida com o indicador.)

5) Ter adquirido uma antologia de poesia sua com o nome do meu mais amado elemento: MAR.

Deixo-vos com palavras dela:

Esquemáticos caminhos
De múltiplas esperas.
Que abandono divide
A minha alma em dois?

Dois que se combatem
Irmão e diversos
Tão alheios que sem amor se conhecem.

Intacto rosto
Mas tão perdido agora
Na infinita noite
Do tempo que pára.

Esperança e demora
Entre duas luas
Caminhei suspensa.

No rosto dos barcos
Perdi os meus gestos
E o vento cortou
A minha face em dois
Rostos vãos e dispersos.

Ó náufragos azuis enrolados
Em colunas de sal e de corais
E algas verdes e mastros quebrados
Que gemem como pinhais.

Ó quanto vos vejo porque estais
Onde se vive sem memória alguma
E todo o pensamento e toda a posse
São desfeita espuma.


Sophia de Mello Breyner Andresen

Lido em Mar (6ª Edição - 2006)
Publicado em Mar Novo (1ª Edição - 1958)


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domingo, 25 de abril de 2010

 

INSANIDADE VOU-ME EMBORA

Coagiste-o a optar Clara. (Assim o fez.)

Quando o vento me bater na cara,
saberei ser o mesmo vento que lhe acaricia as feições e
será como se os nossos rostos quentes se tocassem.
Se olhar para a lua e para as estrelas,
contemplarei o mesmo céu,
com intensidade e mente semelhantes.
(Livres. Sonhadoras.)
Quando for ver o mar,
estarei ante a mesma imensidão que ele conhece e admira,
sempre que se sente desfeito.
Sentirei a sua dor e ele conhecerá a minha.
Ao encarar o verde que me rodeia,
vislumbrará ele a mesma beleza
e a força da esperança.
Se me aquecerem os tons laranja e amarelo do sol,
os mesmos raios beijar-lhe-ão a tez morena.
Só assim o poderei amar.
Sem presença ou materialização.
Pura e simplesmente amá-lo,

querê-lo tanto,
como às coisas belas que existem,
nas quais me perco e ele também.

(Podias ter-lhe dito que estava errado Clara. Devias ter-lhe dito alguma coisa.)


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25 de Abril

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sexta-feira, 23 de abril de 2010

 

95%

Tenho muito orgulho no meu huGuinho.

Qualquer dia tens-me nas mãos a ver se me curas.

(Em não conseguindo não fiques triste que isso das utopias já se sabe que estão lá muito em cima, inalcançáveis ou que é. De resto serás capaz de tudo. Tenho a certeza.)

Raras vezes é para acreditar no que nos dizem de negativo, porque raras são as vezes em que o que de negativo nos dizem se encontra despido da condição humana. If you know what I mean. Ó pa eles (quase) tão grandes (como tu).

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quinta-feira, 22 de abril de 2010

 

Ta ran - I can never forget you - ta ran - the way you rock the girls - ta ran

GANDA REVIVAL MENES! (cliquem no 'títalo' ta ran)

(Ah pois estou lá, ah pois estou. Viva o agendamento ou lá que é. VIVA!)

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À Catarina com um abraço apertado.



O tributo maior é lutares e teres sede de viver. (É reconfortante ver-te sorrir.) Força nisso miúda!

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terça-feira, 20 de abril de 2010

 

preconceito com preconceito TE pago (e olha que até sou contra a máxima olho por olho…)


“Estou com os novos autores. Passa o lixo todo por mim.”

Disse num sorriso leviano a menina do alto dos seus doutos 25 anos. Decerto nunca arriscou uma palavra, uma frase, quanto mais a vida inteira. Dizer: LIXO. Tão simples. Ouvi a jovem no seu meio (académico) feito de preceitos e apeteceu-me vomitar-lhe no colo. (Inclinava-me para o lado e zás.) A verdade, porém, é que para além de não passar de um pusilânime ser, tenho andado muito feliz pelo privilégio de ter uns vislumbres do que não escolhi e aprendido muito. Por outro lado, os professores – Os autênticos, não a sobranceira discípula. – merecem-me o maior respeito. Por conseguinte, guardei a náusea na alma e derramo-a, agora, no meu canto.

Houve um momento – Imediatamente após aquelas azedas palavras me terem arranhado os ouvidos e pontapeados os rins. – que quase me deu cabo da alegria que vivo às sextas-feiras. Quase. Eis que (um)a palavra tudo determina. Não foi suficiente.

(Jamais será o bastante para me destruir.)

Pois se fui capaz de o ouvir da Lídia, pessoa efectivamente isenta e conhecedora, mulher apta a dizer-mo com propriedade. Se essas palavras, não menos que arrasadoras à data, não me demoveram. Antes ajudaram. Espicaçaram a aprendizagem. Incentivaram a prosseguir.

Há que saber como dizer LIXO. O tom é importante. Devias tê-lo mais presente. Faz parte da equidade que eu considero dever existir, qual lei, nessa (tua) apreciação. (E do respeito que o desengano de outrem te/vos deveria merecer.)

Foi o que a Lídia fez por mim. Disse-me o que tinha de ouvir com consideração e justeza.

(Duvido que algum dia te habite semelhante grandeza. – Eis o preconceito com que te carimbo.)

O que almejo? Que todo o LIXO que te passa pelas mãos saiba deveras que não necessita de ti para respirar, para que o sangue lhe flua nas veias, ou o coração pulse ao ritmo de cada palavra escrita. Que todo o LIXO conceba que só será incinerado se o permitir e se puser a relevância no que lhe é exterior, ao invés do que tem dentro.

Há-de chegar o dia em que o lixo que sou se transformará em húmus, alimentará a terra e dessa brotarão flores muito belas.

(“Muito belas.” Nota como erijo a minha fantasia como me apraz.)

Talvez uma manhã em que passeies incauta inspires o odor da minha essência. A que esteve sempre presente, desde o tempo em que eu não passava de uma amálgama vil e nauseabunda.

(Cega. Não soubeste ver-me/nos.)

P.S.1 Bem sei que falavas para o teu amiguinho. Que queres? Escutei-te.

P.S.2 Um grande bem haja para ti. Com este texto TE ESQUECI.

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Obrigada Eduardo. (Gostei muito e vou voltar.)

Aqui está um blog que veio ter comigo:

http://www.pretextoselr.blogspot.com/

VISITEM.

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domingo, 18 de abril de 2010

 

INSANIDADE VOU-ME EMBORA

Não sei como te ajudar,
só me apetece apartar.
Não (te) compreendo.
Porque ages assim?
Não sei como te puxar
e só me apetece afastar,
dos movimentos iguais,
repetidos, já banais
e que parecem ser dirigidos a mim.
Para me atacar?
Punir. Talvez.
Bem sei que sou indiferente.
Não quero enlouquecer.
Finjo assim que sou contente
e que não me fazes sofrer.

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sábado, 17 de abril de 2010

 

PARABÉNS ANA!

Amiga o meu portátil faleceu (Pensava que o tinham recuperado e afinal diz que parece que não...) por isso só posso fazer este post ranhoso, de fugida, neste sítio que não devia. Precisaria de muito tempo para te fazer o post merecido. Como não disponho dele, digo só: GOSTO MUITO DE TI. És especial para mim. Muito. Haja o que houver. Passe o tempo que passar sem te ver. Um dia feliz para ti. Até mais logo.

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sexta-feira, 16 de abril de 2010

 

MALTA de/da:

São Domingos de Rana e arredores: Recolha de sangue no salão paroquial da Igreja de São Domingos, até às 19h de hoje.

Ajuda e cercanias: no Instituto Superior de Agronomia entre as 9:00 e as 19:00 de 2ª Feira (19/04/2010).

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GRATIDÃO

Era o 1/04/2010 e Dreia Meia deambulava entre canais (zapping p’rós amigos).

(Agora Dreia Meia começará a falar na primeira pessoa como é seu, sobejamente conhecido, apanágio – egocentrismo crónico p’rós mesmos).

Eis que ao passar pela TVI24 vejo o Ondjaki e me quedo a escutá-lo.

(Que encanto de homem por deus.)

(Saberei algum dia falar assim? Tenho fé. Por ora resumo-me ao papel de ouvinte que isto quando não se sabe falar, mais vale estar caladinha para não sair bojarda.)

A certa altura, os olhos riem-se-lhe muito e o sorriso ilumina-se-lhe todo quando fala de Nuno Leitão, o qual denominou seu “mestre”.

Se bem me recordo mencionou também de forma entusiástica dois professores cubanos (escaparam-se-me os nomes) que o marcaram e a quem procura incessantemente, dado que lhes perdeu o rasto, para lhes dizer o quão inspiradores foram para si.

Nuno Leitão ter-lhe-á dito (e resumo*): “Não pares de escrever.”

Então, Ondjaki que é escritor cheio de alma de poeta (Cheira-me. Ainda não o li para afirmá-lo com propriedade.) disse-me (eu padecendo de delírio auto-referencial):

“O verdadeiro mestre é aquele que abre a janela ao aluno. Eles puseram-me à janela e fizeram-me voar.”

Nota: a minha percepção “açambarcadeira” terá adaptado ao que lhe convinha o que o moreno giro disse. No entanto, julgo que o sentido era aquele.

Ora, até hoje, duas pessoas (das que ensinam) me abriram a janela (ordem cronológica):

- Luís Filipe Borges
- Raquel Ochoa

Abro aqui um parêntese ( cá está… para referir que uma terceira pessoa mo fez sentir. Subtilmente, dada a natureza por demais reservada. Quero crer que mo disse, à sua maneira. Dirijo-lhe igualmente este texto. Não a nomeio para a não invadir na sua discrição, mas saberá, decerto - se algum acaso lhe levar estas palavras aos olhinhos – enfiar a carapuça que tão carinhosamente lhe tricotei. Eis que fecho o parêntese ) cá está.

Em momentos de desmedida generosidade deram-me a mão e um empurrãozinho nas costas, para que me erguesse para o parapeito persistindo no (meu) acreditar.

OBRIGADA PELO ALENTO!

Os amigos e a família são-me vitais. Não permitem que me sinta só, ou desprovida de sentido nesta forma de existência.

Já se sabe, porém, que é muito bom ter a opinião de um profissional. De três então é melhor que chocolate de leite com amêndoas (ou arroz crocante).

De modo que Luís, Raquel, Pessoa, meus queridos: ainda que morra dolorosamente nesta queda jamais esquecerei que um dia (três mas é) me deram tanta esperança.

Enquanto o meu coraçãozinho bater e a minha “monazinha” pensar ser-vos-ei reconhecida.

Um abraço apertado aos três que é o que me apetece fazer quando penso naqueles de quem gosto mesmo, mesmo muito.

* Falou-lhe, claro está, em trabalho. Muito. Apontou-lhe as falhas, como é essencial. Incentivou-o a melhorar, reconheceu-lhe um certo estilo etc. e tal.

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quinta-feira, 15 de abril de 2010

 

(FILIPA LEAL + André Gago + THE SOAKED LAMB)*LFC/RM=

POESIA EM VINYL HOJE pelas 22h no Vinyl

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segunda-feira, 12 de abril de 2010

 

"SOFRIMENTO NÃO É DIVERTIMENTO" (10/04/2010)

Lido numa t-shirt. Subscrito.

"O destino dos animais é muito mais importante para mim do que o medo de parecer ridículo."

Émile Zola

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domingo, 11 de abril de 2010

 

INSANIDADE VOU-ME EMBORA

Mantive-me imparcial. Ou, para ser mais rigorosa, tentei manter-me justa. Tentei. Precisarias que tivesse brandido furiosamente os braços. Que houvesse gritado Estou, incondicionalmente, do lado dela. Ouvem todos? É a seu lado que me encontro. Só soube ser escudo. Procurei escapar incólume à guerra, que não admiti existir até que rebentou troante. Irrefutável. Esquivei-me incansavelmente antes de sentir os estilhaços, penetrando-me a pele, rasgando caminho pelo que era, mutilando-me naquilo que sou. Fui cobarde?

Esta casa encolhe à medida que cresce a intolerância. Vai minguando e nós esbarramos uns nos outros, cada vez mais apartados. A morada mais pequena e de tão pequena asfixiante. O ódio entra-nos pelas narinas, pelos olhos, por cada poro da pele. Pela boca saem-nos farpas, sem destino, aptas a ferir qualquer um. Habilitadas a ferir-me. Incredulidade. (Não devo esperar que me protejam?) Encolho-me para não embater nas paredes, para não colidir convosco. Quero que o rancor resvale em mim. Falho. À medida que os dias se sucedem gosto menos deste lugar. De vocês. É chegada a (minha) hora de o dizer. Adeus.


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sexta-feira, 9 de abril de 2010

 

É HOJE CARAÇAS!

Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa. Eu não sou histérica! Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa.

Vocês sabem lá a felicidade que sinto.

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quinta-feira, 8 de abril de 2010

 

Ah que fico marreca com certas e determinadas maneiras de estar na vida. (Talvez já tenha agido assim, daí que me irrite tanto.)

Não me lixem. Não é a serem sisudos, diria, até, um tudo-nada desagradáveis e a roçar a agressividade que me (e desconfio “lhes” - deixando a vosso cargo a definição da abrangência de “lhes”) merecem mais apreço. E vai daí que agora mando com uma das minhas sentenças: A vida, meus "amigos" (se me deixassem eu era vossa amiga sem "", agora assim com esse ar de nojo, quando me olham, não consigo.) é para ser vivida com leveza e, se possível, sentido de justiça. Um sorriso; um boa tarde como tem passado?; uma delicadeza, jamais fizeram mossa aos que se dão. Chiça penico quem é que vos incutiu que o respeito e a seriedade, qualquer que seja a empreitada, têm de andar de mão dada à carranca? Fosgasse que até fico com tremeliques de medinho. Um smilezinho para vocês mas é. E leiam ISTO, a ver se vos passa a azia e se há alguma coisa que faça com que se vos veja os dentes. Ah que sabe tão bem desabafar! (Enquanto berro, abro os braços em direcção ao céu e vos deito a língua de fora depois do "...bafar!")

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Conselho Amigo:

(A propósito do livrinho que hoje vem com o Público.)

ESQUECE O SAPINHO.

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quarta-feira, 7 de abril de 2010

 

A GERAÇÃO-C, eu e "A máquina de fazer espanhóis" do valter

Texto escrito para a área "Cultura e Lazer" do site Geração-C.

“A máquina de fazer espanhóis” é futuro na medida em que nos faz viajar no tempo. Eis que me vi com 82 anos internada no Feliz Idade. Assoma-se-nos como desolador o destino de uma vida longa. É, todavia, muito mais do que definhar e pode encerrar intensas emoções e um imenso sentido de validade, embora pareça resumir-se a uma agoniante espera. Estive entre os velhos. O cheiro a morte pairava sobre todos e a vista para o cemitério segredava-nos: “Falta pouco para seres tu aqui, para sempre”. Aterrada constatei que a lesta mobilidade de outrora já pretérito; que me havia morrido gente sem a qual o ar se me rarefazia nos pulmões e que os novos me tratavam como se não lhes merecesse toda a atenção. Como se tonta e nada do que viesse a dizer contivesse, para eles, qualquer sentido. Falavam-me como às crianças, a quem tudo falta aprender, o que me revoltou deveras. Quis impor-me. Porém, a força do corpo não correspondia à do pensamento e assim me resignei à velhice. Deixei-me levar, a cabeça desistente sobre o ombro, a boca aberta como quem vai para dizer alguma coisa e se esqueceu, ou achou que não valia a pena partilhar, restando o movimento em suspenso.

Fui-me sentando pelos cantos da minha incapacidade, sempre perto dos heróis para não perder pitada da trama. Aprendi tanto com eles. Envergonhei-me, outro tanto, por todos quantos ainda lá não chegados se comportam de forma negligente, esquecendo-se que, fatalmente, um dia aí se encontrarão. Só Américo (um auxiliar) os via deveras - Quero dizer: via para além do corpo em decadência. - e os tratava como a amigos. Afeiçoei-me àqueles cinco magníficos, tomando como minhas as suas dores: António Silva, Silva da Europa, Pereira, Anísio Franco e Esteves sem metafísica. - O homem que sobreviveu ao passado, para trazer ao presente dos restantes o enlevo que lhes faltava para que desejassem persistir na existência. - Encantei-me com a enorme riqueza de todas as pessoas a quem o autor dotou de tanta vida, não obstante estarem tão perto do fim.

Personagens deliciosas como Leopoldina a mulher que coça o rabo, para afrontar os “colegas”, enquanto berra “Viva o Porto”, clube do futebolista peruano que a livrara da virgindade. Dona Marta a mulher que não quer conceber a traição e que alimenta um amor ingénuo, devota ao homem que a abandonara ali. D. Glória do linho que, nessa idade improvável, vive o seu primeiro amor. Enrique o português de Badajoz e Medeiros, o homem vegetal que parece conhecer os meandros da geringonça de criar espanhóis.

valter hugo mãe (1971) é magistral no seu ofício. As sensações que provoca, com a sua escrita singela e poética, são físicas. Ri-me às gargalhadas, inúmeras vezes, envolta em ternura. Também chorei, abraçada à angústia. Intuí nas entranhas como há-de ser achar-me velha. Este escritor é de um talento arrebatador e ensinou-me bastante sobre os significados da palavra humanidade.

P.S. Não consigo destacar-vos uma citação. Tenho o livro todo sublinhado. Não percam mais tempo comigo, vão lê-lo.

195 BPM – Inesquecível. A adquirir. Oferecer a um Amigo.

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segunda-feira, 5 de abril de 2010

 

Nuno Costa queridinho:

De todos os atrofiados que conheço (não contando comigo) és o meu preferido. PARABÉNS rapaz. Um beijo para ti. (32 né? Já se nota... eh eh eh eh eh)

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domingo, 4 de abril de 2010

 

INSANIDADE VOU-ME EMBORA

INSUSTENTÁVEL

(Como falar do que sou, ou do que sinto, omitindo-te?)

Minha vida, porque choras tu?
Porque sofres no teu silêncio?
Porque engoles a mágoa e trincas o desespero?


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quinta-feira, 1 de abril de 2010

 

Um texto antecedendo: outros textos, ideias que ainda não me atingiram e as aulas que, sem terem sequer começado, tanta felicidade já me trazem.

Dissecar textos: fi-lo bastante, no passado. Tinha de o fazer. Eram as regras do ensino. Eis que não pretendo persistir n(ess)a violência. Pessoalmente, tão exaustiva análise é como ir explicando beijo a beijo, toque a toque, urgência a urgência, o que faço, ou o que alguém antes de mim realizou.

Olha, agarro-te o cabelo junto à nuca. Sentes? A dor que, embora sofrimento, agrada. Gostas? Que to puxe com força, como se o quisera tanto como te quero. Respiro-te. Inspiro e sustenho o ar para te reter num desespero. Repara. Nota como te conheço e te percorro onde precisas. É disto que careces, não é? A minha língua, o teu pescoço e a linha fictícia que me precipita para o épico cume da imaginação. Esse delírio que engulo sentindo cócegas na barriga, por causa das vertigens que este nosso desassossego provoca. Concordas com isto que digo? Admites que quando te sussurro “aquilo” ao ouvido é para que só tu possas saber o significado do meu calor no teu. Compreendes que se te agarro com tamanha firmeza, numa cadência obstinada é, tão só, porque sou egoísta e quero ter sucesso nisso de te fazer rir quando chegas? E não é bom? Questiono-te. Responde. Ordeno-te. Eu sinto que é muito bom, mas e tu? Que pensas? Ah. Não dizes? Remetes-te ao silêncio, portanto. Falo demais? Palavras a tropeçarem no suor. Pensamentos que se interpõem aos corpos e esses a desligarem-se. Que é do ardor? Porque me olhas de fora? Porque paraste com os beijos? Fiz com que arrefecêssemos... Perdoa. Recomeçamos a dança? Eu quero. Quero muito. E tu? Anseia-lo tanto quanto eu? Arranjamos uma régua que meça o desejo? Perdemo-nos por quantos centímetros? Não sabes? Não queres saber? Porquê? Não é importante termos tudo em pratos limpos? Tudo medido. Quantificado. Cheiras muito bem. Gosto imenso das tuas mãos. Onde é que vais com elas? Aí? Pode ser. Sim, sim. Aí sim. É bom é. É teu, agora, o mergulho. E eu fico à tona, a ofegar, à tua espera, teimando sobreviver a este afogamento conjunto. Regressas, estamos molhados e dizes-me coisas. Falas-me disso porque queres que eu sinta aqueloutro? Será? Então está bem. Eu sinto. Vislumbro. Percebo. Espera. Agora estou eu com frio. Perdi-me entretanto. Dizias? Explicavas-me detalhadamente o que fazíamos e eu acabei por me esquecer porque o começáramos sequer e não tenho certo saber quem és. Quem somos. Éramos? Sendo assim vou andando. Já não me apetece o que tens aí e não é por saciedade. É tédio. A vontade esmoreceu. Dissemos demais.

Dissecar textos: Não digo que não seja indispensável para apreender o que é literatura. Afirmo, apenas, que não é para mim. Posso tentar ser mais do que sou. E tento. Persisto ávida e afincadamente na aprendizagem. Temo, no entanto, ser incapaz de me despir da elementaridade que me compõe, em que o sentir se me sobrepõe ao saber. E com isto não me desiludo, antes aprendo a aceitar-me tal qual sou.




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