terça-feira, 20 de abril de 2010

 

preconceito com preconceito TE pago (e olha que até sou contra a máxima olho por olho…)


“Estou com os novos autores. Passa o lixo todo por mim.”

Disse num sorriso leviano a menina do alto dos seus doutos 25 anos. Decerto nunca arriscou uma palavra, uma frase, quanto mais a vida inteira. Dizer: LIXO. Tão simples. Ouvi a jovem no seu meio (académico) feito de preceitos e apeteceu-me vomitar-lhe no colo. (Inclinava-me para o lado e zás.) A verdade, porém, é que para além de não passar de um pusilânime ser, tenho andado muito feliz pelo privilégio de ter uns vislumbres do que não escolhi e aprendido muito. Por outro lado, os professores – Os autênticos, não a sobranceira discípula. – merecem-me o maior respeito. Por conseguinte, guardei a náusea na alma e derramo-a, agora, no meu canto.

Houve um momento – Imediatamente após aquelas azedas palavras me terem arranhado os ouvidos e pontapeados os rins. – que quase me deu cabo da alegria que vivo às sextas-feiras. Quase. Eis que (um)a palavra tudo determina. Não foi suficiente.

(Jamais será o bastante para me destruir.)

Pois se fui capaz de o ouvir da Lídia, pessoa efectivamente isenta e conhecedora, mulher apta a dizer-mo com propriedade. Se essas palavras, não menos que arrasadoras à data, não me demoveram. Antes ajudaram. Espicaçaram a aprendizagem. Incentivaram a prosseguir.

Há que saber como dizer LIXO. O tom é importante. Devias tê-lo mais presente. Faz parte da equidade que eu considero dever existir, qual lei, nessa (tua) apreciação. (E do respeito que o desengano de outrem te/vos deveria merecer.)

Foi o que a Lídia fez por mim. Disse-me o que tinha de ouvir com consideração e justeza.

(Duvido que algum dia te habite semelhante grandeza. – Eis o preconceito com que te carimbo.)

O que almejo? Que todo o LIXO que te passa pelas mãos saiba deveras que não necessita de ti para respirar, para que o sangue lhe flua nas veias, ou o coração pulse ao ritmo de cada palavra escrita. Que todo o LIXO conceba que só será incinerado se o permitir e se puser a relevância no que lhe é exterior, ao invés do que tem dentro.

Há-de chegar o dia em que o lixo que sou se transformará em húmus, alimentará a terra e dessa brotarão flores muito belas.

(“Muito belas.” Nota como erijo a minha fantasia como me apraz.)

Talvez uma manhã em que passeies incauta inspires o odor da minha essência. A que esteve sempre presente, desde o tempo em que eu não passava de uma amálgama vil e nauseabunda.

(Cega. Não soubeste ver-me/nos.)

P.S.1 Bem sei que falavas para o teu amiguinho. Que queres? Escutei-te.

P.S.2 Um grande bem haja para ti. Com este texto TE ESQUECI.

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