quinta-feira, 30 de setembro de 2010

 

ESTREIA HOJE e interessa-me por demais.


(Eis um dos livros que tenho na estante a gritar por mim há demasiado tempo. Prima/mana/Cat já me disse que é um dos "seus" livros; já fomos ver um bailarico de dança contemporânea (FEMININE) inspirado no dito (ao TMA) e agora tenho bilhete p'ro filme.

Só me falta mesmo meter as mãos na massa. Está para breve, cheira-me.

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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

 

LÓGICA

Se Deia gosta de pessoas sem papas na língua.

E

Se Mónica Marques não tem papas na língua.

Então:

Deia gosta de Mónica Marques.

Vai de maneiras que ontem se deslocou à Bertrand do Chiado para ouvir a cool-chick falar, aproveitou ouviu também o Mexia, comprou o livrinho só naquela e depois logo há-de dizer coisinhas.

Note-se que já se riu bastante com algumas passagens do livro.

Deia acha que é mesmo preciso haver pessoas como esta mulher, que se estão a cagar para a solenidade e levam isto com alguma leveza. Deia sente-se por demais inspirada por pessoas livres assim e aspira um dia a tamanho desapego no que concerne às opiniões alheias.

Há-de chegar a altura (acredita nisso, pelo menos) em que, apesar de corada até aos ombros, também não se importará com o que "eles dizem".

cqd.

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terça-feira, 28 de setembro de 2010

 

Concedo-vos (nenh)um lugar:


Sente-se quem me olha interrogando-se(me): “Vais conseguir?” entre a elementar curiosidade e o pérfido fascínio em me ver ruir.

Respondo-vos, enquanto ergo os punhos cerrados, pronta para a liça, olhos vidrados, veias no pescoço salientes, indignada. Ainda que não devesse ceder a esta pulsão de vos provar o que já é (o que há-de ser), naturalmente, sem precisão de testemunho(s) ou medalha(s).

Sente-se o que pretende sentir-se bem com o(s) meu(s) infortúnio(s), porque desse(s) nascerá a força e a capacidade para ultrapassar qualquer embaraço.

Desengane-se o que me vir prostrada e sentir, então, urgência pútrida em me pôr à prova, como quem força que o meu rosto se cole ao chão. Recupero tão-só o fôlego para prosseguir, cabeça erguida, lágrimas lambidas, coração renovado.

Poupem-se os que se munem de agulhas tentando picar-me além da pele.
Bendita alma esta (quase) imune à vossa improbidade.

Temem cair na escuridão do abismo que criaram para vós e por isso rasteiram outros, na vã esperança que a queda vos não alcance.

Exaspero-me se sinto o arrepio provocado pelo hálito gélido da deslealdade. Infantilmente agressiva preparo resposta que me proteja, quando fartinha de saber que não é preciso.

Não é preciso Andreia, fica quieta. Não fales. Olha para o lado. Não vejas o que gostavam de te fazer.

Prossigo na lenga-lenga: Não necessito dar-vos resposta. Ouvem? Se eu quisesse não respondia. Sabem?

Isto porque (ainda) não consigo deixar cair certas provocações e prossigo (obtusa) desconhecendo se vos tento convencer ou, mormente, me mentalizo:

Não me cabe revelar-vos. Vivo somente. Ser é o bastante. Pretendo esquecer-vos massacrantes: “Vais conseguir?”.

SAIBAM DISTO: VOU CONSEGUIR!

Sente-se nesse lugar, que reservei em parte nenhuma do meu mundo, aquele que espera que não me levante do(s) tombo(s) da existência.

A única entidade capaz de me destituir d(est)a tenacidade é a morte.

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domingo, 26 de setembro de 2010

 

INSANIDADE VOU-ME EMBORA

- Reparaste naquele rapaz?

- Qual?

- Aquele sentado à porta daquela loja, com uma mala pequena de rodinhas onde apoiava o queixo.

- Não vi.

- Pareceu-me desorientado... Já é tão tarde. Terá onde passar a noite?

- Que queres fazer?

- Sei lá, dar-lhe quarenta euros para a passar naquela residencial, por exemplo.

- Quarenta euros, Mariana? E amanhã e nas noites que se seguem? Se calhar estava apenas a descansar. Pensaste nisso? Ou à espera de alguém...

- Aquele olhar, Miguel. Não engana. Está perdido, sem perspectivas. Deve ter a nossa idade e está para ali sentado ao frio, a esta hora da noite...

- Pára de dar corda à tua imaginação melodramática, por favor. Já temos os nossos problemas.

- Isso não quer dizer que fechemos os olhos e o coração às dificuldades dos outros. Não nos devíamos alhear dos que precisam de ajuda ainda que também precisemos... A minha avó toda a vida foi pobre e toda a vida ajudou os que eram ainda mais do que ela. Déssemos todos um pouco mais. Fôssemos capazes de ir além dos próprios umbigos. Angustia-me pensar que atravesso toda a vida dedicada apenas a mim e aos meus. Sem ver os outros. Temos mais poder de melhorar a vida a terceiros do que imaginamos, não temos, a maior parte das vezes, é a vontade. Mas a vozinha cá dentro não se cala.

Silêncio gritante. Sabe que tenho razão. Em tácito acordo voltamos para trás para conversar com o moço, perguntar-lhe em que podemos ajudar. Já lá não está. Foi um começo. Pelo menos por hoje enxotámos a alienação negligente que toma conta quotidiamente e agimos. Ou, por outra, tentámos.

(AGIR.)


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E isto pá?


ADQUIRI POIS CLARO e estou feliz com isso. Tanto ou mais do que com o Tolstói. PAM.

Encontrei a imagem AQUI.

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sábado, 25 de setembro de 2010

 

Só tu...

...Para me fazeres pôr estes aqui (blergh).



Parabéns babe!

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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

 

LIVROS, POESIA, GAJOS QUE FAZEM O QUE GOSTAM etc. e tal

1) Nota: Estou toda contentinha. Comecei ontem ESTA colecção.

2) Ontem também o regresso da poesia em Vinyl. O que é que se me oferece dizer-vos? Que foi uma noite por demais agradável. Discordo totalmente do senhor que queria ouvir mais poesia "ah e tal tanta conversa é entediante."

Ó Zé não te apoquentes, havia quem quisesse ouvir sobre ti e a tua vida simples, feita de família e livros.

Vibrei ao saber que abandonaste biologia e te seguiste. Ouviste a voz dentro e mandaste o resto às urtigas. A segurança. O contrato. As (in)certezas que os outros tanto prezam. Admiro-te por isso. É isso mesmo. 12h num escritório, qual autómato? Não. Vai de dizer-lhes que contigo não, que há vida lá fora, coisas urgentes a cumprir. E eu doente por não ter tamanha força. Por não conseguir fazê-lo, persistindo no erro. Aprendi muito como não podia deixar de ser, ouvindo alguém que lê tanto. Apontei as dicas (preciosas) para o meu percurso de autodidacta* e achei piada porque a tua filha se chama Alice e um dos primeiros ameaços de escrita que tive, há largos anos, metiam uma protagonista com o mesmo nome. Alegrei-me com a generosa dádiva que fizeste no Miradouro Monte Agudo e foi dos tais que passou para a lista dos "passeios a dar" em dias soalheiros.

Ouvi-te dizer: "É preciso tomar partido." e respondi-te: Pois é.

De todos os poemas, o que mais me tocou foi o inédito, o tal, editado numa revista cujo lançamento ocorreu em simultâneo à nossa conversa, na Ler Devagar. Não ouvi o nome. (Que pena...) É muito bonito.

Ó Zé, era Deus (ou um anjo) perto dos teus livros? Todo branquinho... Parecia(-me). Viste-o?

E depois veio o piano, tocado pelo Manuel Matos. Um miúdo tímido, quase pedindo desculpa por estar ali, que me deu conta do coração mal começou a tocar. Para mim que nada percebo de técnica, mas entendo de amor e empenho a algo, foi sublime. Era um miúdo e um piano antes de se sentar e depois era já entidade divina, emitindo em frequência certeira ao que tenho mais recôndito. Obrigada Manuel pelas sensações.

Obrigada Raquel e Luís pela persistência.

Obrigada José Mário Silva por (te) partilhares. Foi muito bom.

Só mais uma coisinha ó Zé: a fotografia que mandaste para a LER não lembra a ninguém. Está muito distante do encanto de pessoa que ontem "conheci". É de propósito para as pessoas não saberem que és tão interessante, ou ser conde drácula da pensilvânia que gosta de envergar gola alta era requisito para colaborares na publicação?

Ora dirigindo-me de novo aos meus queridinhos leitores continuo sem perceber o que é que vos tem impedido de ir até . É que vale a pena caraças.

*Vocês desculpem mas ainda não sei se sigo, ou não, o acordo.

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Lê-lo foi uma 'ganda' estucha, porém,

ACHO QUE VOCÊS O DEVEM LER por isto e isto assim que digo AQUI.

Pode muito bem ser escrita que vos enleie.

Quanto a Deia fê-la reviver a leitura do Pamuk com a sua "A vida nova" que a certa altura lhe deu a sensação que morrera e os restantes se haviam esquecido de a avisar.

Não sabe explicar porque lhe acontece isto em algumas leituras. Pode ser dela. É-o com certeza e é por isso que vos diz: LEIAM-NO.

Somos todos diferentes e nunca se sabe, até, quando este é o livro da vossa vida.

Por hoje é só. Obrigada.

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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

 

O Mestre e o Irmão. Que bom caraças. (Que bom!)

Ide, ide espreitar.

1 + outro = (http://videos.sapo.pt/8u78VJMHzpcy0qz6hYPM)

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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

 

Devemos(-te) tornar isto melhor.

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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

 

Parabéns ao mano mais velho e à afilhada mais linda. Capice?

Eis que hoje fazem anos duas pessoas "daquelas" importantes, mesmo importantes:

A) O meu primo Pedro, a quem sempre olhei com a admiração e o orgulho pelo mano mais velho, que as pessoas que têm a sorte de não serem filhos únicos sentirão. (Desde que tenho noção que existo que me lembro de ti, por isso, são cerca de 30 anos de boas recordações. Dou ali o desconto dos 2 aninhos de amnésia existencial. E tu? Um homenzinho já hein? 40! Mais 40 'pragentes' os dois, pelo menos!)

B) A minha afilhada linda de olho azul e sorriso franco que me derrete. (Está em Itália a miúda. Já foi a quase tantos sítios com três anos, como eu em trinta e dois, a sortuda.)

Muitos beijinhos aos dois. Gosto de vocês assim muito, muito, MUITO.

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domingo, 19 de setembro de 2010

 

INSANIDADE VOU-ME EMBORA

Hoje falei contigo. Não que o desejasse deveras, todavia, parte de mim ainda se agarra a ti desesperada. Ainda me grita: Não o deixes partir. Não o deixes partir. Liguei-te, pois. Tenho tido a iniciativa. Tu não. Questiono-me se a tua súbita mutação, esse silêncio, é tão-só nova empreitada para me agredir, ou se assumes enfim que não passei de peça de xadrez nas tuas mãos. Um cavalo. Assim que me escusei a levar as mensagens rebuscadas, em “L”, até ela, deixei de ter utilidade e sou comida pelo rei da tua perfídia. Talvez não me encontre altiva ou indiferente como clamo. Sofro mais. Peno ainda. Consinto que a dor me fale. Afinal, foste também quem me ensinou a jogar num tabuleiro. À medida que escrevo o manuscrito do que fomos, desta maneira que encontrei para te falar - Jamais uma conversa franca. Adivinhaste que me rebelaria? – Revivo não somente o mal que pretendo esquecer, como recordo inúmeros instantes sublimes, soterrados por anos cumulativos de mágoa. Está a ser-me benigno recuperá-los qual arqueóloga, com infinitos cuidados e pincéis delicados. Afasto a poeira do tempo. Revelo o esqueleto da minha criação.

Ontem almocei com a Paula. Depois tinha a tarde livre e apanhei o metro na estação do Parque. Recuei vinte anos. Estava de mão dada contigo. Nessa altura “pai” amigo. Distante de seres o fogo incessantemente hostil do presente. Tu e eu nas escadas rolantes imensas. Descendo. Subindo. Descendo. Sorrisos. Como se de carrosséis se tratasse. A emoção indisfarçável. Tão simples ser feliz nessa altura. Inato. Bastavas-me tu e esse mundo que criámos. Uma necessidade premente de não te consentir apartar. Pelo menos não já. Não enquanto me conto, pela última vez, esta história. E se eu nos queria com um final feliz. Rolam-me as lágrimas pela cara adulta de quem já te perdeu. O coração no aperto de estar a cada linha que redijo a empurrar-te para mais longe. Para fora da minha vida onde perdeste um lugar que outrora consideraste vitalício.

(E eu também.)


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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

 

PARABÉNS RODRIGO! (7)

Hoje o meu sobrinho faz anos. Já vão 7, o tempo foge(-me). É uma criança bonita por fora, onde nos chama a atenção, com as covinhas marotas e o olhar vivo pestanudo, e por dentro, onde mais (me) interessa.

Foi com ele (e também com o Go e com o Vi) que aprendi a gostar de crianças. Eu que só gostava de cães, concebi que afinal havia encanto na nossa espécie e esse residia todo (vá, em grande parte) nos mais pequenos.

Foi por causa dele que assim me chamava, enquanto aprendia a articular as palavras, que adoptei o diminutivo DEIA e não o largo mais.

É nele (e no Go, no Vi, nos filhos dos meus amigos e no T.) que vislumbro ESPERANÇA e é porque ele existe (e o Go, o Vi, os filhos dos meus amigos e o T.) que mantenho a FÉ que as coisas podem, efectivamente, MUDAR.

Gosto muito de ti Rodrigo. És parte de mim e tem sido um privilégio enriquecer-me contigo e com os teus pormenores deliciosos enquanto cresces.

Sê feliz meu sobrinho. Sê livre, espontâneo e sonhador.

Sê criança para sempre.

Um beijinho desta tia que te ADORA.

P.S. Um beijinho de parabéns (blogueiro) atrasado ao DUARTE!

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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

 

ALEGRIA mas é de cá andar há 5 anos!


Joy, Joy, Joy from Stephanie Green on Vimeo.


Não tenho filmes do meu Buddy. Tenho fotografias, tenho-o no peito e ao cheiro dele gravado no nariz de forma indelével. Estejam certos que era preto (é só olhar para o canto superior esquerdo deste estaminé) e que a alegria dele na praia era desmedida e semelhante à do cãozinho do filme. Era tão efusiva como hoje é a minha por cá andar.

(Não me encontro fazendo covinhas na areia para enterrar a pedra que me atiraram, nem abanando o rabinho, mas estou feliz, ai isso estou.)

OBRIGADA A TODOS os que me acompanham e me têm lido os desvarios.

AQUELE (GRANDE E SENTIDO) ABRAÇO.


P.S. Ó F. continuo grata. Foste a tal luz na minha vida.

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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

 

Os (tais) 5 em Marrocos


Era hora de ir a São Miguel fazia muito tempo. Mário partira há anos e a saudade que sentiam dele - Carla e Andreia - era uma enorme mão oprimindo-lhes o peito. Decidiram que não podiam adiar mais. Nesse Verão cumpririam a promessa de o visitar na verde ilha. Ele duvidara. Há anos que as desafiava e elas há muito falhavam. Uma acordou um dia e decidiu: "este ano vou aos Açores". Comunicou-o a Mário (que não acreditou que o realizasse deveras), à amiga (que imediatamente anuiu à ideia) e disse ao babe que não admitiria réplicas. Iriam e "prontos".

Seriam, por conseguinte, 5. As duas amigas, os companheiros e Rita, a amorosa menina de 2 anos(a caminho dos 3) que se convencera que a viagem seria a Marrocos.

Quão árduo é arrancar uma ideia da cabeça desta pequena que sai, sem tirar nem pôr, a sua mãe: Carla Nogueira aka Miss ideias fixas e irremovíveis.

Rita crê com desmesurada fé, por exemplo, que o primeiro nome da amiga de sua mãe é "madinha" perfazendo a bela graça "madinha andéia muéia". É certo que ainda não foram à casa do senhor oficializar a relação (o que, abra-se aqui um parêntesis, nem é necessário que aquilo está mais que oficializado e para madinha andéia o que conta é (são) o(s) sentimento(s)), todavia, felizmente para ela, a dita não se chama, de facto, madrinha. Chama-se Andreia. Tão-só Andreia. Isabelinha não aderira às modas das Andreia's Alexandra's, tão costumeiras em 1978.

Estavam todos por demais entusiasmados com a perspectiva de uns dias passados no arquipélago, do qual já tanto tinham ouvido falar. Meteram-se no avião da SATA e ala que se faz tarde. São Miguel com eles. Marinho Abrantes quando os viu, em carne e osso e alguma celulite, há que dizê-lo - não revelamos em quem para não ferir susceptibilidades - ia caindo para trás. Não fora o carro alugado e teriam de se ter debatido com os quase 43 kg que aquele homem de fundos e sinceros olhos azuis arrasta, com dificuldade, em cada dia de existência.

Estavam finalmente na terra amada de tanta gente que lhes é querida. Havia muito para conhecer, trilhos por explorar, lugares a visitar e portanto a melhor estratégia seria, sem dúvida alguma, ir imediatamente para uma praia descansar um bocadinho.

DESTINO DIA 1 - Milícias. Ah. A areia é preta! Ah. É preta. Ah. Preta. (Crrwooooaaaaa - som de papagaio) Ultrapassada a estranheza, Andreia apaixonou-se perdidamente pelo negro areal. O contraste daquela escuridão com os seus pés hipnotizava-a e passava horas fotografando as bases. Certo dia Carla ter-lhe-á dito, embora não tenhamos tido tempo assegurar a veracidade do que se relata:

"Ó Deia pára de fotografar o chulé, olha ali aquela conchinha tão linda."

Guardou um bocado da areia, num saco de plástico, para levar para o continente e virou a objectiva para o mar azulão.

- Ah que ondinhas tão estranhas ali ao longe. Ah.
- Serão golfinhos?
- Serão cachalotes?
- São mais de 20 caraças!
- Ah!

Eram golfinhos. Apenas para AM, é certo, mas eram. Os outros descriam no milagre.

Marinho dizia, olhem que aqui nunca os vi. Andreia padecia de miopia nos dois olhos e ainda assim afirmava, contra todos, "eram golfinhos, eram. Há certas coisas que não se vêem com os olhos, vêem-se com a alma. E golfinhos são uma dessas coisas."

Os amigos entreolharam-se num WTF is she talking about? colectivo e permanecerem crentes que não passara de ilusão de óptica.

DESTINOS DIA 2 - Lagoa do Fogo, Caldeira Velha, Praia de Santa Bárbara, Trilho do Salto do Cabrito, Caldeiras da Ribeira Grande, Jantar n'O Silva.

Não há palavras que descrevam tamanha beleza. (Lagoa do fogo.)

Quem é que se está a mijar aqui pá? Está um calor que já não se pode. E também não se aguenta o cheiro. Vá lá a ver. (Caldeira velha.)

Atravessaram um riacho a pé. Foi maravilhoso. Sentiam-se em fusão com a natureza. Estavam felicíssimos porque esse passeio fora acompanhado pela família do Mário. Maria Odília e Luís dois encantos de pessoas que os receberam como se de família se tratasse. (Salto do Cabrito)

"Só vejo um muro branco. Voltemos para trás! Não deve ser aqui". Mais tarde, já com os locais a orientar, constataram que eram ali, de facto, as caldeiras. Deram nota negativa aos porcalhões que se dedicavam a atirar lixo para a água fervente. (Caldeiras da Ribeira Grande).

Venha de lá o albacora ou que é. Comeram, beberam, riram e fingiram que haviam de continuar em convívio diário para sempre. (O Silva)

Eis que este narrador abrevia, ainda mais, porque um romance de 777 páginas seria incapaz de transmitir o que uma viagem destas representa. Experiência(s) semelhante(s) vive(m)-se. Tenta-se o relato, ok. Mas e as sensações? Os vibrares? Só vivida se pode saber, por muito mérito que se atribua a esses que dedicam a vida às canetas (teclas e afins).

DESTINOS DIA 3 - Morfaram uma data de queijadas da ilha. (Boas mas boas!) Fizeram snorqueling no ilhéu de vila franca com os oculinhos sportzone comprados a bom preço para viagem anterior; almoçaram um peixinho que era uma vergonha, num restaurante à frente da marina, enquanto barcos carregadinhos do dito, chegavam do mar, para o mandar para outros destinos que não aquele restaurante, por certo; desceram à lagoa do Congro, um local de paz e beleza únicos, envolto em silêncio arrebatador que impunha algum respeito; passaram na Caloura na senda de um mergulho de fim de tarde, que se revelou impossível e acabaram a jantar no Nacional.

DESTINOS DIA 4 - Ribeira Grande, Porto Formoso, Praia da Ribeira Quente, Furnas, Cozido no Tony's, Poça da Dona Beija e Parque Terra Nostra (onde tomaram banho na imensa piscina central - porque é suposto já que ali se está - incapazes, contudo, de contrariar o pensamento insistente "ca nojo" que se instalara, dada a falta de transparência da água, aliada ao quente asfixiante, e também ao facto de estarem num recipiente aparentemente sem circulação de água e de inúmeros casalinhos estarem, com grande grau de confiança / baixa margem de erro a copular no mesmo espaço.

DESTINOS DIA 5 - Houve certos e determinados elementos do género masculino que puderam fazer cenas muito e muito giras como mergulho e whalewatching. Avistaram mesmo baleias piloto (9m! Não brinquem...), peixes voadores, golfinhos de diferentes espécies e peixinhos coloridos. As restantes, aka gajas, ficaram pela cidade, banharam-se nas piscinas, passearam debaixo de calor abrasador (sem carro e sem passeio para ver baleias, coitaaaaadiiiinhas.) e quedaram-se no jardim António Borges* fazendo tachinhos de comida de terra e flores. Uma especialidade. Reencontraram-se, não à esquina a tocar a concertina - letra, música e esquinas, que Rita muito apreciou, enquanto madinha andéia muéia desafinava e fingia conhecer uma dança tradicional apropriada ao solidó - antes no café central, acabando enfim o dia numa jantarada no Corisco (Ó huguinho tirei a foto da placa para vocês e vosso porquinho da índia).

DESTINOS DIA 6 - Tentaram a lagoa das 7 cidades três vezes (em dias distintos) e em todas as tentativas viram gorados os planos. Uma foto já os prevenira do que havia de suceder, mas nessa altura não entenderam. Só mais tarde realizaram que não haviam de observar essa maravilha da natureza (uma das 7) na qual haviam votado, ainda antes de a ver com os olhinhos da cara. Tomem lá que é para não serem antecipados. Seguiram para os Mosteiros, passaram pela Ponta da Ferraria (onde águas vivas flutuando os impediram do mergulho redentor, pelo qual ansiavam pejadinhos de calor), almoçaram em Feteiras, dormiram a sesta na Praia de Santa Bárbara e uma vez retemperados atiraram-se ávidos nas límpidas águas. Terminaram jantando no Esgalha, não esgalhando, contudo, nem árvores de fruto, nem o que quer que fosse em público, muito menos num restaurante, por serem pessoas de inegável decoro e, obviamente, por haver uma criança entre o grupo, bem como uma mulher que desconhecia o significado de esgalhar.

(Os restantes não quiseram dar-lhe cabo da inocência.)

DESTINOS DIA 7 - Nordeste. Que portento. Paisagens sublimes, assombrosas, que os faziam prever uma força criadora dotada de extremo bom gosto e sensibilidade. Ribeira dos Caldeirões; Povoação; Caloura - banhos finalmente!; Jantar em Lagoa.

DESTINOS DIA 8 - Último dia. Com alguma tristeza a sussurrar-lhes dedicaram-se à ilha como se fosse a última vez. Foram onde puderam, fazer o que ainda não tinha sido feito (comó outro dos óculos escuros) e aproveitaram o mais que conseguiram as últimas horas na ilha e perto dos amigos (ainda que gostassem de ter dado muitos mais abraços. A cena de as pessoas terem de trabalhar/estudar aos dias de semana deram-lhes cabo do estreito convívio ansiado.

Nota 20 à porreiraça da senhora da residencial que os deixara ficar até à última com os quartos de maneira que fruíram esse dia como se não fosse o último.

Despediram-se com o nó na garganta de quem não sabe quando se revê, respondendo à pergunta sábia de Mário Abrantes "E o que é que se faz à saudade?" com a reposta do próprio, não menos iluminada: "Guarda-se na cabeça.".

Beijos, abraços, apertos, até já's!

Avião de regresso.

Ora de tudo o relatado o que é que falta ainda deixar registado? Que vieram com os D.A.D. em turística no avião. Verdade. A crise anda aí e a banda já não tem a fama de outrora. Regressavam do festival "Maré de Agosto" que decorria nesse fim-de-semana em Santa Maria.

Carla questionava: Quem?
Deia respondia: Os DAD! Aqueles do "cause I'd like to share my point of view..." - Enquanto confirmava entredentes com Sérgio. Ó pá são mesmo eles? Tens a certeza?

(Não tinha. Confirmou em casa, no youtube.)

Carla: Ah... Não estou a ver.
Deia: Mas não é porque canto mal pois não?
Carla: Não! É que não ouço música há muito tempo. Tu és um rouxinol, não te preocupes.
Rita: Eu quéo as chavininhax tá béim? Dá-me a tua chavininhá!
Tiago: Quem? Não ouço. Que dizem? Quem?
Sérgio: Tenho tanto sono mas não consigo dormir. Zzzzzzzzzz... Estou com alguma dificuldade zzzzzzzzzz em passar zzzzzzzzzzzz pelas brasas zzzzzzzzz.

(Avião aterrado. clap clap clap clap. Há quem ainda bata palmas nesta era de omissão de sentimentos.)

Espera pelas malas de quase 45 minutos.

Rita, a nossa menina, lança a pergunta que se impunha e talvez a única que verdadeiramente importasse:

Ó mãe chá chigámox ao Marrocox?


* Errata by Marinho Abrantes (Tinha um Coelho a mais...)

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domingo, 12 de setembro de 2010

 

INSANIDADE VOU-ME EMBORA

O Luís procurou-me. É um homem muito bonito de traços fortes. Cabelo escuro de madeixas grisalhas ladeando-lhe a fronte, que lhe conferem subtil charme. Envelheceu décadas com o que aconteceu. A tristeza solta-se-lhe dos olhos, dos ombros descaídos e a derrota declara-se vencedora, pela postura desistente. Incrédula, pergunto-lhe o que quer. Não será, para ele, definitiva a morte? A derradeira conclusão?

- Preciso de falar contigo.

- Sobre quê? Acabou tudo. Que posso fazer por ti?

- Ajudar-me. – Mergulha a cabeça nas mãos num pranto desesperado.

- Como queres que te ajude? Faço o que estiver ao meu alcance mas não vejo o que…

- Quero compreender. Como é que pôde fazer isto?

- Andamos todos assim, revoltados. Não creio que tenha sido por causa da vossa ruptura, se o que procuras é aplacar qualquer tipo de culpa.

(Culpa: sentimento pesado, opressor, asfixiante que nos torna reféns sem que consigamos definir o que nos prende.)

- Não me sinto culpado. Perdido, talvez. Mesmo com o recente afastamento… Não o considerava definitivo. Algo nos ligava. Ainda que não falássemos, nem nos víssemos. Ela estava em mim. No que fazia, no que pensava, nas minhas opções. Não se tratava apenas de desejo. Foder, fode-se com qualquer uma. Era um reencontro. Como se sempre tivéssemos feito parte um do outro.

- Tretas românticas. Desculpa dizer-to. Se assim era, como conseguiste ser tão racional? Se sentias isso tudo por ela, como te mantiveste passivo, ao lado de outra que, estou certa, também não merecia essa deslealdade? Repara, não estou a julgar-te. Mas tens de reagir homem. As coisas são o que são!

- A minha mulher sabia de tudo, Mariana. Não fui desleal com ela. Estava doente e fragilizada. Implorou-me para não a deixar. Senti que lhe devia isso. Já abdicara de tanto por nós…

- Que ilusão. Ter-te aprisionado por pena. Ter o teu corpo e não o teu ânimo. Três vidas desperdiçadas. Lamento. Compreendo o teu sofrimento, mas nada posso fazer.

- Podes. Sei que ficaste com a chave do apartamento dela. Deixa-me ir respirá-la e trazer algumas coisas.

- Que masoquismo. Tens a certeza? Não me importo de… Mas não será penoso demais ires lá?

- Preciso disto. Vou buscá-la e trago-a comigo. Viverei só de lembranças, se for capaz.

- Não sejas ingénuo. Sabes demasiadamente bem que a vida continua, não tarda terás filhos com a Celeste, o teu quotidiano retomará o seu ritmo conhecido e, mais tarde ou mais cedo, tudo parecerá ter sido um sonho.

- Não argumento contigo. Deixa-me lá ir. Tens tempo agora? - Olho para o relógio e confirmo que o posso fazer nessa altura. Coloco-lhe uma mão no ombro e seguimos em silêncio, a pé, para casa da Clara. Abro a porta e informo-o que voltarei dentro de duas horas.

- Fica à vontade. Se precisares de alguma coisa liga-me. Até já.

Não me responde. Parado, absorto, percorre com o olhar desconsolado a sala onde ainda se sente o perfume fresco da Clara. Faz-me tão mal entrar em casa dela, mas os pais foram incapazes de o fazer e incumbiram-me de dar um destino às suas coisas. Não sei por onde começar. Como a casa lhes pertence, vou deixar passar um tempo até iniciar a mais ingrata das tarefas: Desmantelar a presença da minha amiga no mundo. A companheira de toda uma vida.

O Luís nunca havia estado em casa da Clara. Tinham-se conhecido num aniversário de uma amiga comum e os seus encontros casuais, apesar de carregados de emotividade, jamais tinham sido materializados com algo mais do que carícias, abraços e beijos apaixonados. Afigura-se-nos ridículo. Tanto desespero por uma relação platónica que não teve tempo de ser consumada, muito menos consolidada. Quem, no entanto, os visse juntos entenderia que a harmonia daquelas duas almas era algo que transcendia o sexo.


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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

 

Das bandas sonoras da vida:

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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

 

Ando preocupada com este homem e não vos vejo a fazer nada:

www.senhorpalomar.com

O que é que se passa por deus?

Estás bem?

Vais voltar ou posso pôr-te (com grande pesar, atenção) na listinha dos que quinaram?


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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

 
VIM DAQUI:




VOU PARA AQUI:



'Ódepois' em 'sítio' (site em estrangeiro) apropriado logo vos falo dos BPM e quê.

Se não sabem do que falo então é porque não me ligam e vai de maneiras que também não vou explicar.

Aquele e tal.

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terça-feira, 7 de setembro de 2010

 
Enchem os filhos do(s) seu(s) vazio(s) e acalentam a expectativa que eles se sintam preenchidos.

Haverá logro maior?

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sábado, 4 de setembro de 2010

 
Vocês já me vão conhecendo. Sabem que sublinho os (meus) livros. Pois no “Que cavalos são aqueles que fazem sombra no mar” umas das muitas frases que se me entranhou dizia:

“(…) tudo o que vive oculto e se manifesta sem ruído me intriga.” (Pág.269)

Curiosamente não a sublinhei. Coloquei um asterisco perto e na página da esquerda, em branco, resolvi-me, como se pudesse decidir o que já era:

Viverei oculta e manifestar-me-ei sem ruído.

(Eis o modo de ser em que me sinto melhor.)

Não espero, por conseguinte, que dêem por mim. Calcularão o assombro que senti, regressada de férias, ao receber um e-mail do José Alexandre Ramos dizendo que me lera no Geração-C e que vinha desafiar-me a integrar a equipa do blogue dedicado ao António Lobo Antunes (ALA) e à divulgação da sua vida literária.

Se me acagacei? Pois claro. Pu-lo imediatamente a par do atraso que tinha, face aos restantes elementos, no que toca ao conhecimento da sua obra. (E não só.) Reafirmei, contudo, a minha sentida paixão e que a vontade de saber mais é, de facto, imensa.

(Levou-me para perto deles, apesar da ignorância.)

(Sou leitora, não sou? Chega-lhes.)

Fiquei feliz. Vocês sabem lá como isto me trouxe alento, num momento em que temo que a vida se me altere para sempre e me esqueça de quem tenho sido, eis o sinal que precisava para saber que as coisas andarão sempre pelos caminhos que quiser trilhar.

(Apesar do que T. virá fazer em mim e que ainda desconheço.)

(Aguardo-o serena, todavia, num misto de felicidade extrema e receio.)

Com estes sopros da vida reforço a crença que persistirei, pois, em ser o que sempre fui:

'Escreleitora'

(Ai meninos que palavra horrível, bem sei. Perdoem.)

E que só não faço/atinjo o que não quero. Dependerá, sempre, da minha VONTADE.

(E se eu a tenho aos molhinhos.)

Agradeço ao José e aos restantes elementos terem-me acolhido AQUI. Darei o meu contributo o melhor que posso e sei. Farei por não os deixar mal, nesse espaço que vêm alimentando com tanto empenho.

Os companheiros de blogue:

António Bettencourt
António Carlos Coelho
Bruno Carriço
Ismahêlson Luiz Andrade

José Alexandre Ramos
José Roldão
Maria Celeste Pereira

Paula Dias
Sofia Cunha
Teresa Brandão

Obrigada a todos.

Quanto a vocês? Visitem-nos!

Aquele abraço.

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PARABÉNS VERA (3) E FRANCISCO (4)

Vera e Francisco dois 'grandas' beijinhos pá!

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quarta-feira, 1 de setembro de 2010

 

A nossa solidão:

AQUI

Nota: Tenho muitas saudades e ando cheia de fornicoques para regressar, ideiazinhas e quê, uma ou outra novidade, mas tenho andado com falta de tempo (a tal muito e muito velha desculpa). Aquele abraço a todos. (Até breve, breve, breve. Prometes? Prometo.)

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