sexta-feira, 14 de agosto de 2009

 

Ou é isto, ou foi do que comi ao almoço.

Gosto das coisas simples.
Ser simples, ser simplesmente.
Conforta-me, deveras, a ausência do ataque.
Um ataque qualquer.
Sinto-me presa, ainda o predador não decidiu investir.
Aprecio ser invisível entre os outros.
Ser eu, sem que alguém se desiluda.
Aguento mal que se desiludam comigo.
(E sou capaz de desiludir tanto.)
Defeito mais do que feitio. Defeito atroz.
Defeito porque mais não é do que incomensurável comodismo.
Medo. Inércia.
Incapacidade para SER perante os outros.
Cobardia sim, podem dizê-lo.
Tanto tenho de heroína, feita em combate,
pronta para as tormentas,
capaz de aplacar os mais duros golpes,
como de alga frágil ou medusa a flutuar informe,
nas vagas da vida vivida.
Tanto tenho de sabor,
como de ensossa.
Tanto tenho de corajosa,
como de chama apagada.
Nunca estive tão perdida como agora,
tão incerta daquilo para que sirvo.
Presunção esta de achar que sirvo para alguma coisa.
Talvez o problema seja esse,
passar a vida a pensar,
em vez de me mexer.

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