segunda-feira, 30 de novembro de 2009

 

Da relatividade dos sentimentos



São altamente mutáveis (os sacanas) todos sabemos.

Daí que o meu desespero seja eu a fazer birra. A não querer aceitar o que é como é.

"Dar tempo ao tempo."

A frase mais irritante que me podem proferir, quando o que quero é entregar-me à tristeza e chorá-la toda. Até me ver rodeada de poças salgadas, com os olhos pisados e a própria mão a passar-me pelo lombo como que a dizer "Coitadinha. O que havia de te acontecer".

Só que o tempo passa mesmo e mostra-me que hoje já não dói tanto como ontem e amanhã não só não me dói, como ainda me faz rir com ternura o que vivi.

Por exemplo: "Hoje" chegou a ser um dia digno de nota. Dia em que fazia contas de cabeça a ver quantos anos me separavam dele, quantos eu tinha, quantos ele faria (mais nove).

Hoje? Hoje já nada é, senão o 30 de Novembro de 2009. (Quer-se dizer, morreu o Fernando Pessoa, mas também não me vou pôr para aqui a celebrar a morte do poeta.)

E se eu chorei e me achei para sempre condenada. Do género: "É que assim já não vale a pena andar para aqui feita parva."

Redondamente enganada, claro está. Tudo por viver. Há sempre tudo por viver à nossa frente, seja qual for a idade, o género ou as circunstâncias.

"Dar tempo ao tempo." É isso é. Guardar o que de bom nos trouxe o que ficou para trás. Deitar fora o que nos tiver deixado um gosto amargo na boca, ou mácula no coração (esfregar se preciso for).

Irrito-te mas reforço: dá tempo ao tempo minha querida. Vai passar caraças. Que eu me chame Isménia, se não passa.

(Por amor de deus põe-te boa que me não quero chamar Isménia.)

Amo-te, já sabes.



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