sexta-feira, 6 de novembro de 2009

 

Passado a limpo

Há a chuva a precipitar-se aleatória.
O mar imenso, majestoso, cujo bater das ondas ininterrupto acontece, livre.
Há o verde, o azul, o céu.
Um cinzento nas nuvens inimitável.
Há árvores de todos os feitios e troncos com texturas e tons de castanho que são.
E os peixes?
O sangue quente dos mamíferos,
O canto das aves,
E as aves elas mesmas.

(Os insectos, os moluscos, os parasitas, até.)

Há noite e há dia.
O sol, a lua.
Todas as estrelas.
Ingente brilho autónomo.
Há luz.
(A luz.)

Independentemente.

As folhas que caem e as que permanecem.
O vento que sopra,
ainda que não haja face para o sentir,
ou cabelo para o acusar.

Há vida.
Há tudo e tudo haveria, ainda que jamais o testemunhasse.

Nada sou neste mundo.
Porém, já vi isto e só por isso sei ser feliz.

Andreia Azevedo Moreira
5/11/2009
11h04.

Etiquetas: ,


Comments: Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Website Counter
Free Counter