sexta-feira, 13 de outubro de 2006

 

"O Homem Almofada" uma peça ARREBATADORA!!

Ontem assisti à melhor peça de teatro dos últimos anos! ARREBATADORA é o termo que melhor a pode descrever e será dificílimo fazê-lo (já disse uma vez... colocar sentimentos muito intensos por escrito, sabe-me sempre a pouco) mas eu vou tentar, porque realmente há muito tempo que uma peça de teatro não me emocionava tanto como esta! Primeiro os pormenores técnicos: um cenário fabuloso, pensado ao pormenor, uma cela que era realmente uma cela, suja, o pormenor da humidade (que parecia mm humidade!) nas paredes, mãos de sangue aqui e ali, o guarda roupa igualmente perfeito até ao último detalhe, as luzes, os sons, tudo a envolver-nos como se fosse real. Os ACTORES! Que fascínio! Que grandes actores nós temos! Que qualidade! Que interpretação! Os tiques, nunca esquecidos pelo Albano Gerónimo (Ariel), de alguém marcado pela vida a fingir ser um durão. A voz calma e ritmada do João Pedro Vaz (Não me lembro do nome da personagem), o falso polícia bonzinho, totalmente frio e indiferente à vida, sem compaixão, com um papel a cumprir (Também ele marcado? Ele diz/mostra que não... Mas claro que sim!). O Katurian K. Katurian (Gonçalo Waddington), o prisioneiro, que começamos por julgar culpado e acaba por nos mostrar toda a sua humanidade e grandiosidade de actos (uma excelente e vibrante interpretação!) e por fim o Marco D'Almeida soberbo no seu papel de uma pessoa com um atraso mental, mas que acabamos por perceber ter uma grande percepção da realidade, alguma ironia, capacidade crítica na sua ingenuidade e acaba por revelar sabedoria em algumas das suas decisões. FANTÁSTICOS estes quatro actores! E por fim, a história... Que história penetrante! Assistimos à peça a suster respiração, com um aperto no peito e uma angústia a crescer. É cómica, é dramática, é interrogativa, faz-nos pensar em muitas coisas dolorosas mas verdadeiras, toca directamente na(s) ferida(s). Pode uma infância "de merda", cheia de abusos e torturas justificar crescermos pessoas ruins? NÃO! Pode o sofrimento passado justificar provocar o sofrimento em novos inocentes? NÃO! É possível das histórias mais hediondas fazer nascer algo belo, útil, válido? SIM! É possível... É possível amar alguém que se revela capaz das maiores atrocidades? É difícil... Mas foi possível para o Katurian. Perdoou, amou, protegeu e deixou um legado (que protegeu até ao fim) para que o sofrimento que o fez escrever as suas histórias, macabras é certo, mas que sararam feridas profundas, não tivesse sido em vão. E as histórias sobreviveram-lhe. Lágrimas mal contidas perante uma dose tão brutal de realidade. Palmas de pé, ensurdecerdoras, como só uma peça de teatro como esta merece! ARREBATADORA!

Deia :)

P.S. Deve ser maravilhoso sentir o carinho do público!

Comments:
bzuu...fiquei com vontade de ir ver!!
em que teatro está a peça?
beijos
 
Está no Maria Matos mas é só até dia 15 de Outubro... Muitos beijinhos. :)
 
minha linda, adorava ver essa peça... mas já percebi q é tarde de mais - hoje já é 15 e parece q n vou a tempo!! adoro o trabalho do albano jerónimo e tinha muita curiosidade em ver o pillow man! enfim! fica prá próxima vez! bjocas!
cris
 
É engraçado como somos tão diferentes :). Vi a peça na semana passada e simplesmente não bati palmas, não me levantei e ´saí de lá com a nítida sensação de perda de tempo. Isto tudo porque não gostei das diversas histórias que são contadas durante a peça (estilo Tim Burton mas pior qualidade)muito por culpa da minha aversão ao mundo fantástico. Achei a maioria dos actores bons, a moral da história (achei engraçado no final entregarem a história em papel)e o cenário também estavam bons, mas aquelas histórias não lembram ao diabo :).
Beijinhos
 
Que pena Cris... Pode ser que reponham! Bjinhos

Pinaster como é que é possível?!!! eh eh eh. Bjinhos :)
 
Obrigada prima! Este post foi o impurrão que eu precisava para ir ver esta peça tão fabulosa! Sem dúvida que concordo contigo! Mtos beijinhos! Tu e o Sérgio são mto bons anfitriões!
 
Com as críticas que li (incluindo a tua) fiquei cheio de vontade de ir ver a peça. E fui. Adorei a história, tão brutalmente crua que nem era capaz de me rir nos momentos em que o humor surgia como que a amenizar o tema.
Só achei que as interpretações ficavam um pouco aquém. Eram boas, mas esperava uma intensidade equivalente à da história. Mas valeu bem a pena.

Beijinhos.
 
Prima fico feliz de teres gostado da peça e de estar na nossa casinha ontem!! Bjinhos

Guinho ainda bem que contribuí para ires ver a peça. Mas discordo qdo dizes que eles estava aquem. Achei-os fantásticos. Mts bjinhos!
 
Prima fico feliz de teres gostado da peça e de estar na nossa casinha ontem!! Bjinhos

Guinho ainda bem que contribuí para ires ver a peça. Mas discordo qdo dizes que eles estava aquem. Achei-os fantásticos. Mts bjinhos!
 
Concordo plenamente contigo andreia.
Mesmo não gostando de contos imaginários, pinaster, na forma a peça esteve perfeita.
Quanto à interpretação também achei praticamente perfeita, talvez com inicio algo trémulo.
E a personagem do João P. Vaz chamava-se Tupolsky.
 
É isso ensaio, Tupolsky! Obrigada pela lembrança e pela visita! Andreia
 
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