segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

 

Sou tão "pequenina"...(Diamante de sangue)

Sábado à noite fui ver o filme, "Diamante de sangue". Qual filme? Aquilo não é um filme. Aquilo é. E eu fui sacudida. Abanaram-me mil vezes. ACORDA ESTÚPIDA. Vê. Vê o que se passa à tua volta. ACORDA ESTÚPIDA. E levei murros no estômago, muitos. E foi crescendo em mim uma angústia, uma tristeza profunda pelo mundo em que vivo. Pelo mundo que não vejo. Pelos meus olhos que fecho todos os dias para poder viver alegre e ligeira. Sou feliz! Ser feliz é para quem pode. Não é para toda a gente. E este é só um exemplo do mundo em que vivemos. Zonas de conflito, de guerra, muitas. Atrocidades. Barbaridades. Violência. Nada faz sentido ali. Não há regras. Não há códigos de honra. Não há ética. NADA. Só violência. Só DESESPERO. Nenhuma das minhas teorias sobre a realidade pode ser aplicada ali. E eu sinto-me mal. Sinto-me profundamente mal. Porque hoje a minha vida é de novo alegre e ligeira mas aquelas realidades existem e repetem-se dia após dia. E eu aqui, no meu mundinho, preocupada com uma roupita nova para os meus anos que aí vêm, se faço ou não um jantar de anos, com uma ruguinha em cima do lábio, ou um bocadinho de celulite aqui e ali. (Oh queria ser uma capa de revista e não sou). E sinto que sou tão pequenina. Tão impotente. Tão mesquinha. Problemas? Eu não tenho problemas... Eu tenho uma vida onde posso ser quem eu quiser. Onde posso fazer tudo. Onde posso mudar tudo se quiser. Como? Como consigo viver quando o mundo está "assim". Como consigo (conseguimos) fechar os olhos dia-a-dia? E cresce mais ainda a minha admiração por aqueles que deixam tudo para trás para ir para o terreno ajudar. Arriscando-se a morrer. Porque ali não há reconhecimento a quem pratica o bem, a quem quer ajudar. Basta estar no sítio errado à hora errada e lá vão pessoas que abdicaram de tudo para dar o seu contributo a situações que não têm remédio. Porque não é possível haver solução. Enquanto o Homem tiver esta GANÂNCIA (e há-de ter sempre infelizmente), enquanto a humanidade andar assim, de olhos fechados aos sentimentos e bem abertos ao dinheiro vamos continuar nesta marcha (já não tão) lenta de autodestruição. Sacudiram-me mil vezes. ACORDA ESTÚPIDA, és tão pequenina.

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