sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

 

Aprendam!

- Como é que uma miúda de 15 anos convence a mãe a dar-lhe um cão?

Nota de extrema importância:
depois de 3 anos consecutivos a deixar fotografias de cães no roupeiro, no pijama, na almofada, atrás das portas, de recados escritos em várias línguas (até desconhecidas para a própria...) onde se podia ler "EU QUERO UM CÃO" "I WANT A DOG" "YO QUIERO UN PERRO" "JE VEUX A CHIEN" (Atenção, terá os erros que eu daria na altura, embora deva admitir que realmente para mim parece bem escrito, visto daqui...) and so on and so on; depois de sempre que se ia às compras ir invariavelmente à secção dos animais, apontar o preço de todos os adereços, de todos os utensílios, das camas, da comida, etc. e ir (ingénuamente diga-se) mostrar o papel e dizer "Vês como a minha mesada dá?!" sem nunca os conseguir convencer/comover com a minha persistência? Depois de à pergunta "Gostavas de ter um maninho?" por outras pessoas eu responder "Eu gosto mais de animais... Um cãozinho é que eu gostava mesmo muito!" (Com os olhos a brilhar, a brilhar). Dizia eu que o meu sonho era ser veterinária... Qual quê. Eu queria mesmo muito era um cãozinho!

Sabem? Sabem? Sabem?

Disse: Se eu morresse amanhã, não me terias satisfeito o único desejo realmente importante que alguma vez tive na vida.

E o Buddy lá veio todo saltitante e reguila num dia de Dezembro de 1993.

E eu jamais quis/pedi o que quer que fosse. No dia em que cedeu, relativamente a isto, a minha mãe fez por mim realmente o que eu mais desejei com toda a intensidade em toda a vida.

Em todo o caso preveniu-me: Que tenha sido a última vez Andreia que usaste este argumento para o que quer que fosse. Porque eu nunca mais na vida o quero ouvir.

E eu tudo bem! Era só isso mãezinha, um Buddy! OBRIGADA!!!

E agora a parte didáctica do e-mail:

(psst psst então ninguém me alerta que isto não é um e-mail? Está tudo a dormir?)

E agora a parte didáctica do POST (assim é que é...):
Depois de se conviver com um animal, depois de lhe conhecermos a personalidade, de crescermos/envelhecermos com ele, depois de lhes ganharmos tanto amor, começamos a entender o lado deles.

FUI UMA EGOÍSTA.

Um cão NÃO é para se ter num apartamento. Uma data de horas sozinho, enfadado, nervoso pelo peso da solidão. Deixar um cão dia-após-dia fechado em casa sozinho, uma data de horas, é o mesmo que uma pessoa estar presa em regime de prisão semi-aberta...
Ia com ele à rua 4 vezes por dia no Verão e 3 no Inverno... Demorava perto de 20 minutos de cada vez. No máximo o Buddy experienciava 80 minutos de liberdade... Só depois de o ter percebi o que lhe fazia... Se me fizessem o mesmo odiaria... 80 minutos apenas para andar no laréu e isso na melhor das hipóteses? É aberrante, pois.
Desculpa Buddy... Fizémos o melhor que pudémos...

Extrapolando... Imaginem agora o que eu sinto em relação aos animais no circo...

ABOMINO.

Animais (selvagens ou não), domesticados, uma vida INTEIRA de cativeiro.
ABERRANTE.
(A propósito disto, o filme "instinto" do qual já falei foca bem o que o cativeiro faz aos seres que assim vivem)
Se enquanto pequena, eram precisamente os animais que me atraíam ao circo, assim que entendi o que aquilo significava passei a não suportar.
E no fundo sou uma hipócrita, porque fiquei toda satisfeita em Cuba a nadar com os golfinhos e aquilo é outra atrocidade... Uma imensidão de azul à volta e eles aprisionados num tanque de pedra... A fazer gracinhas para nós. Sempre nós... Enfim...

Dá para alguém me calar esta consciência que ferve em contradições?

Agradecida!

Comments:
Prima podes acrescentar aos 80 m diários do Buddy aquelas tardes que ele conseguiu desfrutar de algum ar livre, no quintal dos meus pais (enquanto não aprendeu a saltar o portão e correr para a liberdade, enquanto eu andava aos berros - histérica mesmo - à procura dele) lol

Quanto ao circo, concordo contigo a 100%, sinto-me indisposta só de pensar nisso, mas ainda pior do que o circo é o Safari na China, onde se pode ver vacas vivas que são largadas aos tigres para se alimentarem e o povo a ver (só mesmo um povo ESTÚPIDO é que tem o prazer de ver uma barbárie destas) eu nem consegui ver a notícia até ao final, confesso. Bjs trintona ;)
 
Gostei muito deste post. Coitada da tua mãe... o que deve ter sofrido! Realmente, esse não é um argumento válido. :)
 
Prima: Sim quando ele esteve em vossa casa é que esteve bem...

Cláudia: Foi o único capaz de a convencer...

Bjitos
 
Só tu Andreia...
Mas as atrocidades só existem pq nos´(ser Humano)assim o pedimos e queremos p nos contentarmos sem meias nem medidas!!mas tu és consciente e ja pensar nisso é bom p NAO voltar a repetir!!beijoz
estes posts sao optimos p passar a mensagem...o prazer de uns pode ser a amargura de outros!! Zita
 
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