BUDDY

Ora bem, o que eu menos gosto em mim é o facto de corar. Corar por tudo e por nada. Com razão e sem razão. Encavacada ou não, eu sou aquela pessoa que cora. E que sente que cora o que é pior e agrava a situação. Começo a sentir o rubor e é então que aguardo derrotada a frase fatídica: "Olha, estás a corar". Pois estou... Olha que merda... (É o que eu penso, enquanto o rubor desce até aos ombros. Sim eu coro até aos ombros e desculpem a expressão... Mas é mesmo assim. Primeiro: Dope! E depois: um "olha que merda" resignado). E não pensem que coro apenas quando há motivos... Hoje de manhã por exemplo, a fazer uma manobra com o carro, só porque as pessoas tiveram que esperar um bocadito enquanto eu invertia a marcha, de forma exímia diga-se, mas ainda assim demorando o seu tempo, pimba, corando, corando, corando, até sentir a cara inchada do calor. Às vezes tento passar a mensagem que não me importo antecipando-me às impiedosas piadinhas e dizendo: "Já estou a corar não é?! Eu sinto!" (como se isso fosse uma capacidade extraordinária que os impedisse/inibisse de gozar com a situação, o que acaba por não resultar uma vez que é demasiado tentador gozar com a coradinha). E dizem-me: Ah deixa lá que isso passa com a idade. Ao que eu respondo mentalmente ou não, conforme a proximidade com a pessoa que me deixe revelar este ponto fraco despudoradamente: Não passa não... Tal como penso nunca vir a gostar de ouro amarelo, penso que (pareço o outro) corarei até ao fim dos meus dias... Infelizmente. Vá impiedosos deste país gozem com a menina que cora. Gozem à vontade. O que não tem remédio remediado está é o que eu vos digo. Vá, vou para ali, corar mais um bocadinho...

BOM FIM DE SEMANA!!