terça-feira, 18 de novembro de 2008

 

Vamos por partes

1) Não morri. Continuo viva e de boa saúde. Por enquanto.

2) KEANE, não é banda para me aquecer mas foi um excelente concerto. O público português é o melhor e tenho dito.

3) MEC a entrevista na LER. OBRIGATÓRIA. (...) "Só respeito verdadeiros escritores. Pessoas que são realmente escritores. Ou seja pessoas que não passam sem escrever. A razão de ser delas no mundo é escrever"(...) "Posso não gostar dos livros e posso até achar que escrevem mal ou que poderiam escrever melhor - mas são escritores." (...) "Porra as pessoas não têm culpa de escrever. As pessoas não têm culpa de não ser génios" "Só tens de fazer o melhor que consegues". Mai'nada. Retirei só algumas partes. Aquelas que me aquecem mais a alma (porque sou egocêntrica). Um homem terra-a-terra. Sem papas na língua. Que diz o que sente e o que pensa sem se deixar prender/amordaçar pelo politicamente correcto. Pelo erudito. Gostei de um subtil "chega p'ra lá" ao CVM. eh eh eh. Adoro pessoas desconcertantes que dizem às pessoas na cara aquilo que elas nunca julgaram ser possível passar do implícito para a realidade. Pás. Tipo chapada com as costas da mão.

4) Ontem no autocarro assisti ao seguinte:
entram duas daquelas alminhas que passam a vida em outra dimensão por causa da "branca"+"castanha"=amor (como diz certa parede da meia laranja. O "= a amor" não tenho a certeza se inventei ou se está lá, confirmarei numa das próximas viagens). Não fazem mais nada, às 8h30 da manhã resolvem passar à frente de uma fila interminável de gente. Gente que incluia 2 senhoras mortinhas por dizer mal da vida, do condutor, daqueles "parasitas da sociedade" e do país em geral. Um dos senhores, de forma ponderada e calmamente chamou a atenção das alminhas para não passarem à frente das pessoas, possivelmente porque já não podia ouvir as duas senhoras a cacarejar. Um deles tudo bem. O outro devia ir a ressacar e desejoso de aviar alguém. Passámos então a ter dois coros de vozes. Os das senhoras contra os "parasitas da sociedade" (palavras dela, que coitadinha paga o passe e eles "que aquilo é só droga" não pagam porque o condutor tem medo. - nota mental minha: pois concerteza, quem tem cu tem medo. Eu também não me meteria com eles se tivesse de conduzir todos os dias aquele mesmo autocarro - e tudo e tudo e tudo (como diria a nossa Rueff feita Roseti) e a voz da alminha que devia ir mesmo com falta da branca (ou da castanha ou do amor) a dizer que lhe dava um banano (devia ir mesmo mal. Já não se diz "banano" há imenso tempo. É um termo deveras desactualizado), porque ele não sabia com quem é que se tinha metido e ia ver. Amanhã é que ia ver. Ele nunca mais seria amigo dele. (Espera, isto já foi introduzido por mim.) O senhor coitado que achava que podia falar calmamente com o "conflituoso" acabou por levar uma cabeçada na testa. E é nisto que pude constatar que é verdade que as pessoas antes de lutar despem o casaco. Ora eu até entendo isso, não entendo é que ele o tenha despido para o deixar cair no chão. Se ele tirasse o casaco e o colocasse de forma terna num dos bancos e lhe dissesse "Espera aí que o dono vai ali dar umas murraças àquele atrofiado e já vem" e o deixasse limpinho e incólume em cima do banco eu ainda percebia. Agora tirá-lo e deixá-lo no chão já me ultrapassa um pouco. É aqui que atingimos o climax, ele diz "Não me agarrem! Não me agarrem!" (isto depois de ter despido o casaco) e dá um aconchego ao outro. (Note-se que o amigo do outro, já num estado mais avançado de decandência não esteve para se maçar e ir em sua defesa). E é então (já me tinha apercebido antes mas vá) que me apercebo que a valentia e a cobardia andam de mãos dadas. Perguntam-me vocês porquê? E eu respondo assim: ora, o atrofiado cheio, pela coragem artificial de uma qualquer substância de um tom que poderia ir do branco ao castanho ou um mix das duas e de confiança que ninguém diria o que quer que fosse (com medinho), ladrou, ladrou, ladrou até morder (ie dar a cabeçada) no outro. À volta tudo calado. Ninguém interveio. Assim que o outro despiu o casaco e o enfrentou, levantaram-se três ou quatro pessoas (as duas senhoras revoltadas foram as primeiras) prontos para se unir num linchamento nesse autocarro em movimento. O atrofiado baixou a crista e deve ter desejado interiormente com muito ardor que o condutor parasse depressa para ele se pôr a andar dali para fora e ir ter com os amiguinhos. As senhoras revoltadas tiveram muita pena de não lhe poder chegar a roupa ao pêlo (já que era todos juntos a aviar), as restantes pessoas, onde me incluo, incomodadas com a situação e atónitas nada fizeram. O condutor, lá está, não se meteu porque coitado tem de fazer o trajecto todos os dias (solidarizo-me com ele por isso) e nisto tudo o único que esteve bem foi o que o enfrentou sozinho. Primeiro calou-se e deixou-o falar, depois, ao levar a cabeçada, reagiu e enfrentou-o. Ainda assim com alguma cordialidade depois do primeiro aconchego "Não havia necessidade. Não te faltei ao respeito. Estava só a dizer que não devias passar à frente das pessoas." Tenho a certeza que o outro não o ouviu nem viu. Ele foi apenas o veículo da sua raiva reprimida. Talvez o "amor" lhe esteja a lixar a vida. O que eu sei é que há muito boa gente à espera apenas de um pretexto para poder esfolar alguém vivo e a maioria não se encontra com a visão toldada por qualquer vício (que não seja o da amargura).

5) Ando com um aperto no peito. O que vale é que se tudo correr bem parto, em breve, numas férias merecidas para Cuba onde me banharei em águas límpidas e tépidas que me levem a saudade e onde beberei mojitos que me alegrem as noites e me façam atenuar a pontadinha no peito do que já não passará nessa altura de uma doce recordação...

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Comments:
lol...que episódio mana!!! Metem-se na droga e depois é isto. Coitadinho do senhor motorista, que não tem culpa nenhuma e é agredido assim, sem mais nem menos... Energias positivas!!! Tás quase na tua pausa Kit Kat!!! ;) Bjos
 
psst psst oh mana leste o texto na diagonal :P Então o senhor motorista nem piou! Não vês que ele faz aquilo todos os dias, não pode armar-se assim aos cucos. Quem levou a cabeçada foi um dos senhores da fila que lhes chamou a atenção por passarem à frente... Bjinho gd.

'Tá quase 'tá mas já vou tarde... :)
 
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