quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Cá está:
2008 foi para mim um ano em cheio. Fiz 30. Eu e mais uns quantos que me são queridos. Entrámos nessa maravilhosa nova faixa etária onde nos sentimos ainda jovens, mas somos olhados já como cotas especialmente pelos "pequenitos da geração morangos" que nos dizem "Desculpe..." Ou "Olha a senhora cuidado..." e tratamentos deferentes afins.
Em Fevereiro jantei com a Lídia Jorge num encontro mágico proporcionado pela Bertrand. Um momento único que me deu conhecer uma pessoa encantadora, sensível e de uma simplicidade que torna impossível não gostarmos dela, assim de imediato sem muitas explicações.
Foi também em Fevereiro que assumi o luto que há muito se impunha em mim.
Em 2008 morreram-me pessoas. Morreram pessoas aos que amo e sofri com eles as (suas) perdas. Sinto agora mais do que nunca a nossa efemeridade. Pessoas que julgamos eternas na nossa vida e que de um momento para o outro se vão, deixando-nos buraquinhos no peito. Buraquinhos que se enchem de saudade. Uma saudade que às vezes sufoca.
Partiram também amigos de quatro patas. E isso, embora inconcebível para alguns, dói tanto como quando partem pessoas.
Foi um ano em que li mais, embora ainda não o suficiente. Fui ao teatro e a concertos vários. Vibrei como sempre com essas artes. Alguns baldes de água fria, mas lá está, prefiro sempre arrepender-me de fazer do que ficar a pensar no "E se..."
Neste ano saiu o filme da minha vida: Into the wild.
Comecei a comprar a LER uma revista que gosto muito e me ajuda na luta que travo contra a minha ignorância.
Nasceu o Francisco e outros bébés se geraram no nosso grupo de amigos. Uma nova fase. (Que me assusta é certo. Não quero deixar de ser "EU" mas que encararei quando chegar a altura como tudo o resto "Hei-de ser capaz".)
Em Junho acabei por não ficar no desemprego.
Algum voluntariado. Pouco. Sei que devo mais. Sei que posso mais. Afastar o egoísmo. Urgente.
MUSA 2008, não correu como merecia. Mais uma vez, uma aventura gratificante e enriquecedora. Havendo lá estarei em 2009.
Durante este ano ouvi muitas coisas: "É bom" "É muito bom" "É comovedor" "Está incompleto" "É juvenil" "É maravilhoso" "Não tem qualidade" "Não gosto do princípio". Ouvi. Aceitei. Alegrei-me. Engoli em seco. Doeu-me às vezes. Às vezes quis parar. E ainda não decidi o que fazer. Sei que não foi em vão. Sei que serviu para mim, para o meu crescimento. Sei que uma amiga "encontrou" ali o seu amor. E por isso já fez muito. Talvez tudo. Talvez esteja cumprido o seu papel. Foi o início. O meu início. E por isso é grande. É meu. Talvez esteja pronta para desistir dele e começar tudo de novo. Sei que estou. Sei que quero caminhar, não quero apenas chegar.
E depois houve o curso de escrita criativa que durante 10 sessões me deixou num enlevo, me desafiou e me fez ver que tenho ainda muito que trabalhar, muito que aprender. Conheci pessoas que me encantaram, fiz uma AMIGA. Daquelas que espero continuar a acompanhar. (E mais uma vez cai-me por terra a teoria que não se fazem amigos na vida adulta. Fazem sim.)
Viajei. É onde emprego o dinheirinho com mais gosto.
Termino o ano com uma resolução que me deixou feliz (não, não é aquilo de andar nua, é outra coisa). É no hoje que eu vivo e é neste hoje que pretendo ser feliz. Pouco me importa o dia que poderá vir e em que talvez, tudo não seja tão risonho.
Tenho uma vida cheia e se morresse hoje não me importava. Embora tivesse pena de não poder continuar a preencher o meu caderno.
FELIZ 2009
(Posso dar-me ao luxo de dizer estas coisas todas. Há quem não tenha semelhante sorte em muitos - demasiados - países. É injusto.)
Beijinhos e tudo de bom em 2009!
Cláudia tenho a certeza que este ano é só a melhorar! Farei um workshop subordinado ao tema "Como se sentir bem na sua pele, ainda sem rugas, aos 30" eh eh eh. Um grande beijinho e que 2009 só vos sorria. Chega de lágrimas. Abraço apertadinho.
Van: cá estás. Não nego não. Nunca mais nego. eh eh eh. Bjinhos aos molhos AMIGA!
BOM ANO 2009!
Mónica
<< Home
Free Counter