sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
É isto a moda meus amigos
Ora no colégio onde eu andava, todos os anos havia a festa de Natal. Poderão dizer "ah isso há em todo e qualquer colégio que se preze.". Tudo bem, mas vocês não estão a ver o "muito à frente" que aquelas festas eram. Aquilo metia fatiotas todas feitas em papel (mas muito giras atenção e cheias de pormenorzinhos brilhantes que faziam as delícias das crianças frequentadoras do colégio - especialmente das meninas.)
Entre números de ballet, havia cantorias de natal para as quais vestíamos uma fatiota standard: calções de ginástica azuis, t-shirt dizendo "Externato Balão Azul" e sapatilhas. Eis que a boa da Deia, na festa que decorreu em 1900 e 80 e qualquer coisa, na Tabaqueira, se esquece dessa fatiota de transição. Eis que não deixam Deia ficar de saia de pregas xadrez vermelho e azul escuro para não destoar dos colegas. Eis que a mandam para o palco somente de collants (cor de rosa, translúcidos) e sapatinho de verniz a atar no tornozelo. Deia não se fica e ainda os consegue ludibriar na primeira música, envergando a sua gabardina azul, embora aberta, lá está, para não destoar tanto. Eis que um qualquer carrasco se apercebe e a obriga a tirar a dita. (perdoem a repetição alarve do "eis" mas como dizê-lo de outra maneira?)
EIS que deia canta a música seguinte, que lhe pareceu toda a eternidade e mais um bocadinho, olhando na diagonal para cima (para o cantinho do tecto no fim da sala).
Quem não sabia de toda a humilhação que Deia sentia, poderia eventualmente pensar que Deia encarava o infinito porque se encontrava sobremaneira compenetrada na música. Ou porque se quedara pensando, com desmedida esperança, no futuro. Encarando-o (ao porvir) com altivez. O que quem pensou isso não percebeu, é que Deia queria tão-só evitar olhar para uma plateia de dezenas de pais e amigos que a viam, no fundo, de cuecas a cantar num palco.
Isto tudo para dizer o quê?
Que não vos digo o que a minha amiga do trabalho respondeu quando lhe disse:
"Eu sei que é tarde demais para perguntar, mas por acaso achas que parece que hoje me esqueci das calças?"
Etiquetas: A deia precisa de ir a um daqueles programas em que ensinam as matrafonas a vestir, BABOSEIRAS, Traumas de infância
Muito bom :)
Quem me dera lá ter estado... mas prometo que não me reria! Juro!!
Afinal houve vários episódios. E eu a julgar que o best-of da indumentária era aquele belo vestido-cor-de-rosa-modelo-não-aperta-atrás!!
Sou a tal pessoa coberta de ridículo do princípio ao fim. Ridiculous is my middle name.
Manda *Epiden aí em casa.
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