domingo, 5 de dezembro de 2010

 

INSANIDADE VOU-ME EMBORA

Tive um baloiço na ombreira da porta da cozinha.
Montaste-o para meu deleite, minha alegria.
Era contente há muito tempo.
Hoje (mais) silêncio.
Não te interessa falar sobre a verdade?
A minha.
A tua.
Capaz de te dizer tudo quanto me entupiu.
Afastaste-te. Prurido nenhum.
Perdemo-nos.
Para sempre? (Desconheço a resposta.)
Fugiste.

Não te irei procurar.
Não queres perceber este vazio?
O baloiço?

Vazio.
Para a frente. Para trás.
Vazio.
Queres alcançá-lo?

(Sentava-me e confiava, enquanto me embalavas.)

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