terça-feira, 13 de setembro de 2011

 

BEGINNERS ou de como PRINCIPIANTES somos todos.




Um filme sobre o(s) princípio(s).

Creio, até ao último fio de cabelo, que estou sempre a tempo. Embora viva mais para o presente, faço alguns planos. Remeto para um futuro, que almejo próximo, aquilo que me sinto incapaz de fazer hoje. Vibro com os filmes do youtube, que me enviam por e-mail, em que senhoras de oitenta anos se permitem, finalmente, viver o que um dia sonharam e por falta de iniciativa, ou oportunidade, não conseguiram. Os princípios tardios comovem-me de forma indizível. Há, todavia, em mim uma voz que me sussurra insana e insistentemente que não devo arriscar a espera. Não me posso adiar. É o que até agora não me permitiu desistir, nem ceder ao cansaço, ou vergar-me ante os obstáculos fictícios que eu própria erijo para mim e para as minhas coisas quixotescas. «Coisas quixotescas» digo, como se fossem dislates do meu apaixonado pensar. Já não sofro (tanto). Acabou-se(-me) o lamento cobarde. Arregaço as mangas da alma e combato(-me) a delonga. Por mim. Pelo quanto me trás de bom e me amansa. Não pelos “Então?” inquisidores e massacrantes. Não pelas expectativas alheias que me asfixiam. Não pela glória que se me afigura limitada. Não pelo que me dizem de melodioso, que tantas vezes me tem amparado. (Não tenho dúvida que ajuda.) Porque me cumpro. Tão só.

Um filme sobre o princípio que (quase) condena.

Uma criança cresce no pavor de repetir a experiência do que vi(ve)u com os pais. Amadurece com palas e filtros nos olhos que a impedem de acreditar que consigo diferente. Está muito, ainda, por decidir. Há a sua liberdade. As escolhas díspares que pode, efectivamente, fazer. Há uma vida nova a ser escrita em cada dia. Se foram (in)felizes para sempre, não é fatal que também o seja. A criança que fomos habita-nos, não raras vezes, da pior maneira. Ao invés da inocência e da alegria, resgata a tristeza e a solidão sentidas. Amputa-nos as pernas. Mente-nos: “Eles não conseguiram. Andarás no seu encalço. Amanhã não te distinguirás.” Foge-se devastado do desconhecido, para escapar do horror daquilo que é, por demais, familiar. E assim nos aproximamos inexoravelmente do que jamais tencionámos reproduzir. Vemos o filme repetir-se e desresponsabilizamo-nos, como se não estivesse na nossa mão trocar a película (e está). A cada segundo podemos agir diferente, pensar diferente, ser diferente. É querer.

Nunca é tarde mas é melhor começar cedo.

O quanto antes!

AGORA.

P.S. Amei tudo neste filme. Do primeiro ao último momento. (Assim é o amor? Por amor de deus "vocês" mais as vossas adaptações dos títulos pá.)

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