terça-feira, 10 de julho de 2007

 

MULHER EM BRANCO

Vale a pena ler. Foi daqueles livros pelo qual não fiquei logo rendida mas à medida que avancei na história fui ficando presa e fui começando a gostar até me embrenhar totalmente devorando-o até ao fim. É uma história profunda, ao contrário do que pensei ao princípio, a essência da história não está no desaparecimento da criança em si, mas nas relações humanas. O fulcro da questão não é o "rapto"/"acidente" do menino, é mais o papel que esse menino desempenhava na mecânica da relação dos pais. É um livro de um realismo brutal e contém algumas descrições de uma vivacidade que quase me levaram à náusea tal é a brutalidade que retratam. Está também muito bem conseguido do ponto de vista das relações amorosas. Dos mecanismos de defesa que as pessoas arranjam para não enfrentar a verdade que é tantas vezes dolorosa. Um dos temas que o livro retrata é o quotidiano. Como pode assassinar as relações, como pode ser um carrasco para o amor. Mas para mim, a mensagem essencial e a que mais me toca, é que uma criança jamais será o cimento de uma relação. Jamais servirá para colar os pais um ao outro. Pelo contrário, se as coisas não estão bem, uma criança só servirá para afastá-los mais e quando crescer, essa criança irá sofrer horrores porque lhe será dada uma tarefa impossível, ir buscar o amor dos pais a parte incerta, fazer força para os manter juntos (à sua custa) e por fim desistir, vendo que isso não é possível...Muito triste, muito real. A ler sem dúvida.

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