Recebo a newsletter da "Everything is New" e lá vinha esta notícia:
JUDAS PRIEST, MEGADETH E TESTAMENT NUMA NOITE ÚNICA (17 de Março, Pavilhão Atlântico).
Na minha (fugaz) incursão pelo "heavy" MEGADETH (a par de Metallica) era(m) a(s) minha(s) banda(s) de eleição. Era de tal forma fã e de tal forma heavy que tinha (e tenho, apenas) dois álbuns: "So far... So good... So what". (e "Master of Puppets" dos Metallica - Já não sou heavy mas considero-o um grande álbum e ainda hoje gosto de ouvir e não estou a gozar).
Tentei nesse tempo colar-me à minha amiga Ticha que era assim meia hippie (adorava Jim Morrison) e tinha livre passe junto dos heavys da escola. Dava-se bem com eles todos e eles gostavam dela. Já de mim era outra história. Ou pura e simplesmente não me viam ou olhavam para mim como quem olha para o emplastro atrás do jornalista a dizer "O pinto da costa é o meu pai". Eu não dizia isso, mas olhava para eles esperançosa de entrar para o grupo tentando vestir-me a preceito e acompanhando algumas vezes a Ticha ao canto deles no pavilhão D (naquela sala em que se comprava o material de papelaria e as senhas para o bar). O "algumas vezes" a que me refiro, resumiu-se a 2 (máximo 3) pois sentia-me peixe fora de água e uma completa persona non grata junto deles que topavam à distância que eu não era efectivamente uma heavy das puras. Era-me difícil sê-lo. Os meus pais não me deixavam comprar umas Doctor Martens tendo assentido apenas que eu comprasse umas dos género, mas que não eram "aquelas" e que ao mesmo tempo que não os agredia tanto como pais ao verem sua filhota com as botifarras da tropa, também não permitiam que essa mesma filhota se enturmasse com os seus quase "semelhantes". Fiz uma última tentativa de pertencer ao grupo ao apertar umas calças levis velhinhas que eu dizia serem pretas mas que eram no fundo cinzentas tal o nível de desgaste. Apertei-as muito. Apertei-as demasiado. Apertei-as ao ponto do calcanhar ter dificuldade em dar o jeito para passar. Achei que tinham ficado o máximo e resolvi envergá-las no dia seguinte na escola. Resta só dizer que estavam de tal maneira apertadas que eu mal conseguia andar e dada a complexos que era, não saí do pavilhão todo o dia com vergonha. Pedi encarecidamente a uma amiga que me fosse trazendo de comer e de beber e só fazia os percursos estritamente necessários para chegar às salas de aulas. Nesse dia um dos "heavys" chegou a olhar para mim, mas desconfio que não foi tanto por eu estar deveras atraente como foi por eu estar de facto RIDÍCULA. Nesse dia, com muita pena minha desisti de ser heavy.
Não desisti porém de me vestir mal. Passei ao movimento então emergente: o GRUNGE. A farda consistia em 4 (máximo 5) camisas aos quadrados, t-shirts castanhas/brancas/pretas/cinzentas/antracite que colocava por cima de camisolas de manga comprida (isso ainda hoje se usa e devo confessar que GOSTO e também não estou a gozar) e calças de ganga. Cheguei a ir à feira da ladra comprar camisas da tropa e mochilas a condizer tudo "verde-seco" a minha cor favorita (caqui em linguagem moderna/la redoute). Ora este parágrafo mais não serve do que para passar ao tópico seguinte:
A minha band list de 1995/1996:
Pearl Jam 4 ever :)
Candle box
L7
Bush
Stone Temple Pilots
Nirvana
Bad Religion
Faith no More
Green Day
Ugly Kid Joe
Soudgarden
Mother Love Bone
Temple of the dog
The Nixons
ADENDA VITAL: Alice in Chains (cá está prima)
E esta bandlist veio a propósito de ontem ter estado no youtube numa nostalgia desgraçada a ouvir puro GRUNGE.
Há uma grungy chick dentro de mim que jamais morrerá.
Deia in grunge mode.
Etiquetas: Música, RECORDAÇÕES
# Ideia partilhada por Andreia Azevedo Moreira @ 12:44
