sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

 

Exercícios na TRAMA (15/12/2009)


MOTE: Temos um quadro à nossa frente. Nesse, um homem vestido com um traje típico olha para trás encarando-nos. Está a olhar porque o chamámos. Encetar um diálogo com essa figura.

Aí vai/foi alho:

- Hey. Não vás! Pelo menos não já. Tenho perguntas, ainda.

Carapaqueclé estaca e vira-se, de expressão benévola no rosto, embora sem denotar qualquer intenção de me dizer mais do que já disse. Fica parado, simplesmente, com aquele olhar doce só dele, a boca uma meia-lua optimista, as feições belíssimas, denotando elevação, dignidade. Retira o chapéu sagrado da cabeça e segurando-o com as duas mãos olha para o chão como quem me autoriza a prosseguir. Assim o faço.

- Não vi tudo. Sabes? Mostraste-me a paisagem, é certo. O horizonte longínquo, da roupa que me servirá. Deste-me uma ideia. Aceito-a. Mas não vislumbro a estrada. A vegetação é tão cerrada. Achas que consigo?

Continua sem proferir palavra. O seu olhar diz-me o que preciso, mas os meus ouvidos clamam, narcisistas, um qualquer som que os conforte.

Encontramo-nos numa densa floresta. É escura, embora não assustadora. Digamos que é de tal maneira densa que dará trabalho sair desta.

Carapaqueclé ensinou-me o essencial e nada mais.

Ele acredita que cada um tem de sair daqui pelos seus próprios meios. Sei que é sábio, este meu amigo. Fui seu discípulo atento e sorvi avidamente o que me quis transmitir.

Porém, por vezes, a preguiça, um bicho que aqui na selva gostamos de apelidar “vagarinho” encarna em mim, cruzo os braços e sento-me prostrado e mandrião.

Carapaqueclé não tolera esse tipo de comportamento. Por isso, olha-me apenas e nada diz.

Está à espera que a birra me passe, e que me faça finalmente ao caminho.

Andreia Azevedo Moreira
21h e qualquer coisa.

Se me dão licença, vou fazer-me ao caminho, que já se faz tarde. Obrigada, Carapaqueclé.

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Comments:
é essa a mensagem para todos, nós não é? :)

bela forma de o dizer :)

apenas acho que o pai não gostava dele :D

beijos muitos minha amiga

ps- olha está *supel* é o que te digo :D
 
eheheheehehehehe. Foi a mãe sabes? Tinha a mania de ser original com os nomes e quê. Embora a mãe tivesse alturas em que gostava mesmo muito de ter nascido homem e como tal acho que podes dizer pai. Esquece o que disse "portantos". ehehehehe. Bjs mts a ti tb amiga da voz doce e reconfortante.
 
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