quarta-feira, 2 de maio de 2012

 

Cada um faz o melhor que pode. - Declaração de intenções III

Não sou uma palavra, uma frase, uma mania. Não sou um trejeito, um tom de voz, uma maneira de escrever. Não sou o meu sentido de humor, a(s) minha(s) música(s) preferida(s), as causas que abraço. Não sou o Amor que sinto, os meus filhos, nem os meus amigos. Não sou a única aluna, leitora, não sonho sozinha. Não sou o meu animal preferido, a cor que mais me diz, o(s) livro(s) da minha vida. Não sou o trabalho diário, a forma de me rir, ou o andar desajeitado. Não sou as minhas crenças, ou indignações. Não sou as peças de teatro que me arrebatam, ou os filmes que assisto na tela maior. Não sou a vontade. Não sou o que vivi, as paixões, os desgostos. Não sou o meu mau-génio, as minhas inseguranças, as minhas dores. Não sou o meu doentio ciúme. Não sou o medo de não ser, do escuro, de perder o indefinível. Não sou a minha desmedida fé, tão pouco a massacrante desconfiança. Não sou o(s) desejo(s) que me consome(m). Não sou o que me (de)move. Não sou o meu olho direito torto, ou as unhas curtas, sem cor. Não sou a paranóia, nem o bom-senso, ou as minhas decisões. Tudo o que, isoladamente, não sou, o sou inteira.

(Eis que me sinto melhor.)


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