Todos os dias ando com o livro, do momento, para ler. Desde que aderi ao movimento marmita a companhia, à hora do almoço, da minha querida Ivaninha, é tão boa, que não é incomum passear o livro de casa para o trabalho e do trabalho para casa, sem lhe tocar. Ora certo dia enchi-me de coragem e resolvi deixá-lo no conforto do lar.
«Nunca o abres Deia. As cruzes já não são o que eram e andas carregadita sem necessidade.»
Pois que nesse dia Deia não levou livro e Ivaninha, não obstante ter levado marmita, teve convite irrecusável para fora com outra amizade, de modo que não a acompanhou à sala do microondas, para efectivar o aquecimento do conteúdo da dita.
«Ah. E agora, por deus, como ocupar os 30 minutos, ou assim, que o tupperware me deixa livres? »
Vá de ir ao quiosque da Dona Rosário,
que nunca mais lá esteve, o que me preocupa, mas não quero estar sempre a perguntar aos senhores que a substituíram na venda para a) não ser chata b) não correr o risco de lhe ter acontecido alguma coisa e estar a ser involuntariamente cruel com a insistência na pergunta. (Cada vez que lá vou digo boa tarde, bom dia, levo isto ou aquilo, muito obrigada e depois com os olhos pergunto por ela, mas eles nunca me responderam, ou não lhes sei ler o olhar.)
adquirir qualquer coisa. Já tinha a LER.
«Olha é um Jornal de Letras, fazendo o favor. »
Bom... Lá ia folheando a coisa (não sou fã, fã, mas pronto) eis que: PAM. Conte connosco e tal.
Resolvi participar.
(Participar é, igualmente, o meu nome do meio.)
Cria que os trabalhos não eram todos lidos. Enganei-me. Há, pelo menos, UM elemento de júri deste tipo de concursos que os lê deveras.
O José Luís Peixoto leu centenas de trabalhos para chegar à selecção final.
OBRIGADA.
Essa foi a alegria maior, constatar que trabalhar compensa.
Esfolar os joelhos da alma não é em vão. Levantar e cair, escrever, apagar, ouvir "és uma merda" inúmeras vezes, não esmorecer porque se faz o que se é e não o que os outros esperam.
Este é o meu caminho e ainda que não tivesse sido seleccionada nele permaneceria, mas que me soube bem esta luzinha no céu, isso soube. A alegria imensa que senti, naquele momento em que pensei "há justiça" ninguém ma tira.
E continuo na minha qual Margarida Rebelo Pinto: Não há coincidências, foda-se!
(O foda-se é meu, claro está.)
EISIO:
Moro na página 113 (Que lido ao contrário dá a minha data de nascimento. Não há, né?)
E no fundo é isto.
Aquele abraço a todos os que me acompanham aqui.
Etiquetas: ACREDITAR, ALENTO, ESCRITA, No fundo sou uma histérica..., O José Luís Peixoto é generoso e ser-lhe-ei grata até ao dia derradeiro por me ter lido, Weeeeeeeeeee
# Ideia partilhada por Andreia Azevedo Moreira @ 07:00
