terça-feira, 27 de fevereiro de 2007
Custa tanto...
Mas há por aí pessoas que só assim.
Deixá-las fazer o que querem...
Não merecem uma lágrima.
Não merecem preocupação.
Não merecem angústia.
Não merecem que se tente provar o que quer que seja.
Aqui têm:
A (minha) outra face.
Dêem à vontade.
Não me vão derrotar.
Sou forte.
Hão-de se cansar...
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

HOJE: Fui comprar os bilhetes para mais um concerto MUITO BOM: Dave Matthews Band. Nunca vêm à Europa pois o público americano usurpa todo o seu tempo de digressão. Porém, este ano vêm cá para dar apenas 4 concertos e o nosso país é um dos felizes contemplados (A par da Irlanda, Inglaterra e Bélgica). Yuuuuhhhhhuuuuu! (Isto é para ler como se eu fosse o Homer Simpson que acabou de ganhar uma entrada "All you can eat" para um restaurante).
Vocês sabiam que os Pearl Jam vão cá voltar?! Ah pois é. Em Junho. E o que é que eu digo a isso? Yuuuuhhhhhuuuuu!
Update de "Ontem não te vi em Babilónia": estou rendida ao génio.
E é tudo por hoje :)
Deia.
Etiquetas: Amizade, Ciclo de Cinema, Música
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007
22 de Fevereiro - Dia do Pensamento
Esta era a música que entoávamos todos os anos neste dia, julgo que ainda o fazem. Era neste dia também que em plena adolescência, enfrentava os meus complexos e ia fardada para a escola. Era para mim um tormento, chamar a atenção daquela forma, destoar tão vivamente dos restantes colegas, mas era ao mesmo tempo um orgulho. Eu adorei ser GUIA. Consigo ver que é uma associação um pouco antiquada (só tem pessoas do género feminino) e com algumas falhas, mas posso dizer que foi com as guias que vivi alguns dos melhores anos da minha vida. Foi quase uma década de aventuras. Com as saídas (acampamentos e acantonamentos) adquiri uma grande autonomia, o que sendo filha única poderia ter sido muito difícil de outra forma e fiz grandes amizades. Conheci pessoas maravilhosas que apesar de não ver há muitos anos, trago sempre na lembrança e se as encontro, o carinho que sinto por elas é imenso! Aprendi muito, adquiri princípios que até hoje me guiam, estabeleci uma ligação com a natureza inexplicável. Ainda hoje, se me disserem que tenho de dormir numa tenda, não me importo nada. Adoro aquela sensação de estar mesmo junto ao chão, adoro os barulhos do campo, adoro o cheiro, adoro acordar com o quente do sol a expulsar-nos da tenda. Adoro aquele retorno ao "primitivo". Baden Powell deixou uma obra, deixou lemas de vida, transmitiu princípios de civismo e de bondade, levou gerações e gerações a seguir um ideal. Por isso, neste dia 22 de Fevereiro, será SEMPRE recordado.
"Um sorriso leva duas vezes mais longe do que uma careta." Baden Powell.
E eu "ouvi-o" e por isso ando (quase) sempre a rir :)
Deia in the World Thinking Day spirit.
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007
Cá estou eu de volta...
Episódios marcantes da viagem:
1) Um motorista que tira os olhos da estrada por diversas vezes para falar com a minha colega, para lhe mostrar coisas que tem no bolso (nomeadamente códigos que retira da internet para desbloquear a sua "powerbox" pirata) para vermos que não mente. Que os tem a todos! Aos códigos. E eu histérica lá atrás a dizer oh Sr. ... eu acredito em si, por amor de Deus olhe para a estrada. Mas ele a fingir que não ouvia e a remexer o bolso da camisa, por baixo de um pullover para os tirar. E a camisa a dar luta. E eu histérica lá atrás... A minha colega calma. Deixando-o prosseguir a pesquisa e ele lá conseguiu. Não contente com o facto de os ter achado (aos papéis com os malditos códigos) passa então a olhar para o papel e apenas para o papel (relembro que o senhor ... ia a conduzir!!!) enquanto lhe explica as cores de cada código e repete milhares de vezes que o satélite é o NASTRA ou qualquer coisa que o valha porque eu histérica não conseguia ouvir o que ele ia a dizer. Só lhe dizia "Deixe lá isso! Deixe lá isso!"
2) Tive de dormir em pousadas dos serviços florestais e do ministério da agricultura com mais de 130 anos... Logo na semana em que feita parva me pus a ver o exorcista. Logo num dia em que houve uma tempestade que fazia com que todas as portadas batessem, com que o vento assobiasse enraivecidamente, com que a casa (aquilo era uma palacete!) já de si um pouquito assustadora me parecesse aterradora. E eu ali, ao lado de um espelho que de tão velho nos devolve uma imagem desfocada, ao lado de uma mesinha vinda de séculos passados em cima de uma cama que rangia ao mais pequeno movimento... Com os medinhos todos de uma criança de 10 anos a surgir em catadupa. Mas vá lá... Sobrevivi para vos contar a história.
Quero comentar que foi com grande alegria que vi o "SIM" no referendo ganhar.
Continuo a ler "Ontem não te vi em Babilónia". O que é que posso dizer? É difícil. É dificílimo ler António Lobo Antunes, ou pelo menos este livro dele. Mas ao mesmo tempo é viciante e envolvente. A minha primeira reacção quando comecei a ler o livro (posso dizê-lo logo na primeira página) foi: isto é incompreensível! Eu não consigo perceber patavina do que aqui está. Não consigo pronto. Vou deixar isto. Ele está a gozar connosco ou quê?! Mas depois e tendo em conta a minha paixão pelas crónicas dele na VISÃO e tendo em conta que sou teimosa como uma mula, continuei e fui-me deixando envolver pelas suas palavras, que parecem soltas mas não o são. Temos de ler este livro com entrega. Não é para ser lido de repente. Tem de ser lido linha a linha, com carinho, com dedicação, sob pena de não se entender mesmo nada da(s) história(s). Ainda não sei onde me vai levar, mas é como disse anteriormente, está a ser uma viagem alucinante. Já sei de um amigo que não passou das primeiras páginas... Compreendo-o. Não é fácil. Mas eu também não gosto da vida fácil :) e por isso continuarei até à página 479 e logo verei o que absorvi.
Já tinha saudades de andar por aqui... Abraços a todos os que por aqui passam.
Deia.
P.S. Lá me rendi ao novo blogger, estava cheia de medo de fazer mer... e de perder o blog mas por outro lado tinha medo que lhes desse na "veneta" e apagassem quem não aderisse à modernidade. Tudo correu bem felizmente e cá continuarei a partilhar as minhas ideias.
sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007
SIM À DESPENALIZAÇÃO
Eu voto SIM.
Carminho & Sandra
Carminho senta-se nos bancos almofadados do BMW da mãe. Chove lá fora. Encosta o nariz ao vidro para disfarçar duas enormes lágrimas que lhe rolam pela face. A mãe conduz o carro e aperta-lhe ternamente a mão. Há muito trânsito na Lapa ao fim da tarde. A mãe tem um olhar triste e vago mas aperta com força a mão da filha de 18 anos. Estão juntas. A caminho de Espanha.
Sandra senta-se no banco côr-de-laranja do autocarro 22 que sai de Alcântara. Chove lá fora. Encosta o nariz ao vidro para disfarçar duas enormes lágrimas que lhe rolam pela face. A mãe está sentada ao lado dela. Encosta o guarda-chuva aos pés gelados e aperta-lhe ternamente a mão. Há muito trânsito em Alcântara ao fim da tarde. A mãe tem um olhar triste e vago mas aperta com força a mão da filha de 18 anos. Estão juntas. A caminho de casa de Uma Senhora.
O BMW e o autocarro 22 cruzam-se a subir a Avenida Infante Santo. Carminho despe-se a tremer sem nunca conseguir estancar o choro. Veste uma bata verde. Deita-se numa marquesa. É atendida por uma médica que lhe entoa palavras doces ao ouvido, enquanto lhe afaga o cabelo. Carminho sente-se a adormecer depois de respirar mais fundo o cheiro que a máscara exala. Chora enquanto dorme.
Sandra não se despe e treme muito sem conseguir estancar o choro. Nervosa, brinca com as tranças que a mãe lhe fez de manhã na tentativa de lhe recuperar a infância. A Senhora chega. A mãe entrega um envelope à Senhora. A Senhora abre-o e resmunga qualquer coisa. É altura de beber um liquido verde de sabor muito ácido. O copo está sujo, pensa Sandra. Sente-se doente e sabe que vai adormecer. Chora enquanto dorme.
Carminho acorda do seu sono induzido. Tem a mãe e a médica ao seu lado. Não sente dores no corpo mas as lágrimas não param de lhe correr cara abaixo. Sai da clínica de rosto destapado. Sabe-lhe bem o ar fresco da manhã. É tempo de regressar a casa. Quando a placa da União Europeia surge na estrada a dizer PORTUGAL, Carminho chora convulsivamente.
Sandra não acorda. E não acorda . E não acorda. A mãe geme baixinho desesperada ao seu lado. Pede à Senhora para chamar uma ambulância. A Senhora não deixa, ponha-se daqui para fora com a miúda, há uma cabine lá em baixo, livre-se de dizer a alguém que eu existo. A mãe arrasta a Sandra inanimada escada a baixo. Um vizinho, cansado, chama o 112 e a polícia. Sandra acorda no quarto 122 dias depois. As lágrimas cara abaixo. Nãopoderás ter mais filhos, Sandra, disse-lhe uma médica, emocionada. Sai do hospital de cara tapada, coberta por um lenço. Não sente o ar fresco da manhã. No bolso junto ao útero magoado, a intimação para se apresentar aum tribunal do seu país: Portugal.
Eu voto sim . Pela Sandra e pela Carminho. Pelas suas mães e avós. Por mim.
Rita Ferro Rodrigues
quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007
Está a ser uma viagem alucinante...
segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007
Olhem que é de ir ver!
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