terça-feira, 20 de maio de 2008

 

NENHUM OLHAR de José Luis Peixoto

Acabei ontem de ler este livro. Gostei. Gosto muito da escrita dele, mas este é um livro profundamente triste. Negro. Que fala, melhor, que grita, sobre solidão. Uma solidão avassaladora e irremediável. Várias solidões assim. Vários desesperos assim. Vários desânimos assim. Só resta acabar. Acabar uma, duas, muitas vezes. Cada um acaba pelas suas razões. Talvez um vislumbre do que se passa no Alentejo profundo. Talvez um vislumbre que explique os suicídios que lá se conhecem. Talvez simplesmente histórias inventadas mas que podiam mesmo ser reais. Triste muito triste. Uma tristeza poética. A frase que mais me marcou no livro e que é muito bela e realista:

"Penso: talvez o sofrimento seja lançado às multidões em punhados e talvez o grosso caia em cima de uns e pouco ou nada em cima de outros."

E depois pura poesia: "Penso: talvez o céu seja um mar grande de água doce e talvez a gente não ande debaixo do céu mas em cima dele; talvez a gente veja as coisas ao contrário e a terra seja como um céu e quando a gente morre, quando a gente morre, talvez a gente caia e se afunde no céu.”

A não perder SE não se estiver deprimido!

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Comments:
quero ler...mas vou esperar mais um pouco :)
beijo bzuuzinha
 
Sim bzuzinha nós agora só queremos ALEGRIA! :o)
 
Ainda bem que gostaste, achei que ias gostar mesmo! :)

Adorei aquele pensamento do céu e do mar, é realmente belíssimo!
 
Obrigada pelo empréstimo tânia é mesmo daqueles livros que valem a pena e que não se devem deixar de ler!
 
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