quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

 

Uma pessoa tem falhas

Por isso volta e meia não é que me foge a mão no comando e pimba ponho no canal 6 (deliberadamente note-se) para ver a Opprah Winfrey?

Pois. Sou dessas.

Ontem um miúdo num programa tipo ídolos, dizia que gostava muito de cantar. Que era essa a sua vida desde os seis anos e que desde os seis anos (tem uns 13 agora, julgo eu) que era gozado e os colegas lhe batiam por cantar aquele tipo de música.

Fiquei logo com um aperto. Desde pequena que o "bullying" me choca e agride. Nunca me juntei a quem o praticasse e sempre me insurgi ao assistir. Prova disso tive há pouco tempo quando ao encontrar o "sornas" * (adormecia que se fartava nas aulas) ele se vira para mim e diz "Tu eras porreira. Tu nunca me gozaste." Pois não. E mais tarde também soube o quanto isso marca, porque eu própria tive uma coleguinha perita no "bullying", mas psicológico. Adiante.

O que mais me comoveu foi a resposta do rapaz à pergunta:

- O que fazes em relação a isso? (de ser gozado)

- Canto ainda mais.

Mandam cantar o puto.

E o que se ouviu não foi uma criança, mas uma voz de anjo. Uma voz fina e cristalina, mas meiga e não estridente, que imediatamente me pôs a chorar. Brotaram imediatamente as lágrimas e a garganta suspendeu-se num soluço contido, para o poder ouvir.

(Eu sei que não tenho credibilidade, que sou uma profissional do choro, mas se vocês o tivessem ouvido teriam percebido do que falo).

Como gozar com um dom assim?

E ele? Grande. Responde ao "ódio", à inveja, à frustração alheia, com o que de mais belo tem para dar ao mundo: a sua voz.

É assim que vejo a vida. Não ao rancor. Não à mágoa. Não é propriamente ser otária, é deixar que as pessoas se afundem na sua própria escuridão sem permitir que me arrastem.

As más acções ficam para quem as pratica.
Sou responsável apenas pelas minhas acções.

Nem sempre consigo passar por cima de algumas atitudes, mas esforço-me por isso. Esforço-me por apagar da memória o mal que me tentam fazer, porque de nada me serve tentar mudar os outros. Só posso responder por mim e é assim que tento viver.
* E para os "más-línguas" que já estejam a pensar "Ah e tal não gozava mas só sabe a alcunha... Ele era Pedro.

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