quinta-feira, 14 de maio de 2009

 

O RISO DE DEUS

Desta vez deixo que seja o livro a falar por si. Porque sim, a(lguma)s frases que sublinhei.

Os mortais não perdoam aos heróis o mais pequeno sintoma de humanidade.

(...) alguma coisa começa na nossa vida quando tomamos consciência de que, possivelmente, no fundo, somos únicos e sós e que isso é necessário para que a aventura com os outros não fique condenada ao fracasso.

(...) É aí que eu vejo o amor:
uma vibração que não vem da inteligência e nem sequer dos sentimentos mas da natureza mais íntima e mais profunda do meu próprio ser.

Muito melhor do que uma concepção épica da vida é sermos capazes de nos reconhecer num destino pícaro.

Não nos libertamos daqueles que morreram e ainda bem porque até a sua lembrança nos protege.

Vocês estão a andar todos tão depressa que as vossas almas ficaram perdidas e acho que já não vos vão encontrar.

(...) Quero ver se tenho tempo para ser eu próprio.

(...) Vamos ficar por aqui, a fazer aquilo que podemos e sabemos, certos de que fazemos muito pouco em relação aos sonhos que moram no nosso destino (...)

(...) não quereria que por minha culpa fosse introduzida no mundo nenhuma injustiça.

(...) possivelmente só o sentimento é natureza e tudo o mais é cultura.

(...) há outros (dias) em que caio numa enorme tristeza, e nem em mim, nem nos outros, encontro a paz que desejo.

(...) Ela acha que eu sou um conhecedor profundo e que tudo isto me sai a poder de estudo e reflexão. Eu estou é a dizer lugares-comuns, lugares-comuns qualificados, eu sei, mas a verdade é que não acabei de ler "O homem sem qualidades" - mas continuei a rábula, a fazer considerações sobre a Cancânia, conforme tinha lido numa revista francesa. (Quantos não o farão? Obrigada António, por isto em particular.)

A verdadeira história não é a história do poder e muito menos a história das ideias:é a história dos mecanismos de manipulação dos sentimentos que estão mais activos numa determinada época, de modo a integrarem-se e influenciarem o "espírito do tempo".

A gente demora muito a admitir que o destino do homem está fora das ideologias e que as coisas importantes acabam por ser vividas connosco ou, quando muito, na pequena roda dos nossos afectos.

Eu sei que há os amigos com quem a vida se vai urdindo mas também há aqueles que, às primeiras falas, se vê logo que afinal os conhecíamos desde o princípio do mundo.

As pessoas demoram muito a usar a sua vontade.

Há uma imensa força de tudo o que nos rodeia que nos proíbe a liberdade.

Talvez seja possível fazer um treino da alma que nos deixe aceitar com naturalidade os nossos limites.

Creio que o melhor da vida está nos ritos de fragilidade, mas esses cavaleiros do bem precisam todos de ser muito fortes e muito duros porque trazem sobre os ombros a tarefa gloriosa de escrever para a história universal e não sabem que aquilo que nos redime e salva é a história pequenina do que escrevemos uns com os outros.

(...) é sempre maior a aventura da confiança do que o fracasso de ter confiado em vão ou, por outras palavras, quando já somos fortes, podemos darmo-nos ao luxo de ser fracos.

(...) o mais importante é cultivarmos a nossa singularidade.

(...) explorar até ao fim aquilo que somos.

(...) é a tal arte de realizar a nossa singularidade sem nos deixarmos destruir pelos outros.

(...) A gente sofre muito mais por causa das coisas herdadas do que por causa das coisas escolhidas.

Nós confundimos solidão com carência e dependência
.

São fases em que uma certa incomodidade se instala porque não sei bem por onde pegar a vida.

Posso (ainda) não saber por onde pegar a vida, mas estou mais optimista depois de te ler. Obrigada António por este livro. Um manual de (sobrevi/convi)vência que muito me agrada pela sua essência. Saudades. (Ficam cá as tuas palavras)

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