sexta-feira, 11 de junho de 2010

 

AULAS DA PRIMAVERA

Eis que findaram as Aulas da Primavera. Óooooooooooooooo.

(9 de Abril - 4 de Junho)

Frequentaram-no inúmeras pessoas do meio académico e depois havia uma alien. Euzinha. “C’est moy que je peins” (escrito em francês arcaico tal e qual me foi providenciado no resumo da última aula) ideiazinhas luminosas e então é ver-me atirar para o meio de mestrandos, doutorandos, professores universitários, alunos de intercâmbio e frequentadores dos cursos da especialidade. Ora quando é que me sentia caída da nave espacial? Quando se punham a ler poemas inteiros em francês por deus. Eu até entendo a língua lendo, com muita calma e algumas consultas a dicionários online, agora assim, em directo, sem anestesia, perdi-me, ora pois. Momentos houve em que o auditório todo se riu, exceptuando esta querida que vos fala. De que me adiantaria pedir “Oh expliquem lá as piadinhas que também me quero rir!” se me encontrava só. Dir-me-iam por certo “Ó Engenheira Florestal do camandro mas que ideia foi esta e o que é que vieste fazer para aqui pá? Não vês que é tarde para ti?” E não teria resposta para lhes dar, porque há decisões na minha vidinha que se tomam por si. Chegou-me o link, já nem me lembro por onde, aos olhinhos e já me encontrava a enviar um e-mail à Professora Teresa dizendo que não me situava, claramente, na situação “avançada” (Curso Livre de Estudos Avançados de Literatura) mas que gostava muito de estar presente e eis que ao receber a abébia de quem de direito - “que teriam muito gosto em ter-me por lá” – nem pensei outra vez, antes de preencher a fichinha e transferir o guito. E sabem que mais? Não me arrependo. Porque tirando esses momentos que me gritavam “Quem és tu Deia Meia? E o que fazes aqui?” foram 8 (7- tive de me baldar a uma com grande pesar.) sessões muito e muito proveitosas para o meu ser interior.

Principais conclusões a retirar:

1) Repetirei a experiência se oportunidade semelhante se me oferecer e cá dentro me apetecer.

2) O meu lugar (já) não é (nunca foi?) ali.

3) Reforço o que disse há uns tempos: há muito na teoria que, para mim, é violência.

4) Não obstante o proferido em 3) jamais me recusarei a abrir horizontes, a conhecer, quanto mais não seja, para poder dizer com propriedade “Não é para mim.”

Cenas que me agradaram e com importância deveras questionável para outrem (algumas das quais pejadinhas dos meus preconceitos):

1) Havia um piano no auditório 2 da Torre B. Gosto tanto.

2) Há professoras de Literatura, especializadas em Fernando Pessoa, muita giras, modernas e com ar de quem apanha sol e gosta da vida vivida (o que me reconfortou).

3) Há professores que correspondem exactamente à figura geométrica que tem os quatro lados todos iguais.

4) Há professores com um sentido de humor maravilhoso e que tenho muita pena de não ter tido (nem vir a ter) como mestre. Falo de uma pessoa em particular, que pela escrita já me havia cativado e feito rir inúmeras vezes, que ao vivo me enterneceu, porque vi genuíno cuidado com os alunos, profunda dedicação e companheirismo. Um exemplo sem dúvida.

5) Há professoras de sorriso franco e voz amiga, preocupada, incentivando os orientandos a prosseguir, fazendo mais, melhor. Mente aberta e despretensiosa que me deixou fazer parte deste curso, quando tudo indicaria que não encaixaria ali.

6) Há professores grisalhos com um charme indescritível que se põem a falar do Pessoa e quê e a pessoa até se esquece das horas.

7) Há professores que podem até ser brilhantes (como ouvi) mas que como oradores não convenceram e foi uma tortura sobreviver-lhes ao tom monótono e desprovido de emoção.

8) Ele há de tudo portanto.

9) Todos os temas me interessaram sobremaneira. Uns chegaram cá melhor que outros derivado ao modo como os oradores os expunham. Captei inúmeras dicas, pontos de partida para explorar diversos temas, se me aprouver, e aos quais não teria tão directo acesso, se acaso algum mos pusesse defronte. Daí a utilidade da experiência: triagem. O tempo é escasso. Se alguém conhecedor nos ajudar “Há isto. Há aquilo e aqueloutro.” Mais facilmente percebemos por onde queremos, ou não, ir.

10) Foi isto e foi MUITO BOM.

(Ou de como já não me apetece escrever mais sobre o assunto.)

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