quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

 

Ainda pulso na GERAÇÃO-C ah pois é que não sou de quinar do pé p'ra mão.


PUBLICAÇÃO ORIGINAL AQUI.


Este ano, na feira do livro de Lisboa, assisti a um debate sobre alguns dos “novíssimos da literatura”. Do painel fazia parte Afonso Cruz (1971), o qual conhecia, de ouvido, de outras andanças - The Soaked Lamb – e que é, também, ilustrador e realizador de filmes de animação.

Publicou o primeiro romance – “A Carne de Deus” - em 2008. Em 2009 viu o seu “Enciclopédia da Estória Universal” agraciado com o Grande Prémio do Conto Camilo Castelo Branco. Trata-se de um talento, mais do que promissor, comprovado. O título que me despertou para a sua escrita foi “Os livros que devoraram o meu pai.” (Prémio Literário Maria Rosa Colaço 2009) e era por esse que pretendia principiar a lê-lo. Tinha o destino outros planos para a minha leitura e eis que ao assistir ao lançamento do livro hoje proposto, o dito se impôs aos restantes. Falo de: A boneca de Kokoschka (Quetzal Editores – 2010).

Deparar-se-ão com narrativa(s) que prima(m) pela ORIGINALIDADE. Poderão percorrê-la(s) como vos aprouver que acabará(ão) por fazer sentido. Como um baralho de cartas que depois de baralhado se vos revela com as cartas ordenadas por naipes e sequencialmente (Ideia sublime do autor.) Há um segundo livro, dentro do primeiro, que tanto pode ser encarado com à parte, como constituindo chave do outro e em que Afonso numera os capítulos com a sequência de Fibonacci almejando, quem sabe, a proporção áurea. O crescimento. As razões coincidentes. A certa altura diz-se que uma das personagens, Bonifaz Vogel, “vivia no meio de metáforas”. Viverão, pois, rodeados dessas e maravilhosas, acrescente-se, ao longo das 241 páginas do volume. Encerra frases preciosas que quererão reler mais tarde. (Sublinhem-nas.) Destaco as ilustrações do próprio escritor que enriquecem, ainda mais, as estórias já de si tão inteiras.

Que não se rotule esta obra prolífera em criatividade. Leia-se duas ou três vezes para que nos cante como os mais belos trinados que imaginamos para a loja de pássaros de Vogel. Pássaros com as “gaiolas dentro das cabeças”, como nós, quando nos privamos da(s) liberdade(s) porque temos medo.

Perguntam vocês: “E onde é que a boneca, mandada construir por Oskar Kokoschka, para representar a amada, Alma Mahler, de quem se havia separado, fica no meio de tudo isto?”

Para mim é o aglutinador entre Bonifaz Vogel, Isaac Dresden, Tsilia Kacev, Mathias Popa, Anasztázia Varga, Adele Varga, Filip Marlov, Edwa, Miro Korda, personagens oníricas, ou fidedignas representantes de pessoas autênticas e todos nós, que para crermos que existimos deveras necessitamos das percepções alheias. Carentes que nos ouçam, nos vejam e, mal ou bem, nos considerem.

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Comments:
caraças amiga estás de volta! e bem de saúde benza-te deus :)
depois queixa-te de te pedir sempre os livros emprestados :)
beijos muitos
 
Ai linda agradeço a fé em mim mas isto estava de reserva. É anterior ao estado actual da minha mente... :) Fica a recordação caso não recupere. ehehehehe. bjinhos gds
 
a minha fé em ti não esmoreceu não penses :)
 
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