quarta-feira, 5 de outubro de 2011

 

PARABÉNS BUDDY MEU FILHOTE.

Lembro-me de ti cachorro. Ganias as entranhas sozinho na varanda. Quando me chegava a ti na madrugada iluminavas-te numa agitação alegre. Pegava-te ao colo e nada havia para além de nós. Lembro-me da tua barriga desproporcional de bebé e das corridas doidas no jardim da frente. Eu louca por não te conseguir agarrar, tu feliz com a brincadeira desconhecedor, ou desafiador, da minha zanga. Recordo as orelhas presas com uma mola para não as mergulhares no arroz de trinca com miúdos, lombardo e cenoura. Sei do primeiro banho e da primeira vez que alçaste a perna. Recordo o sentimento de perda avassalador quando te esqueci na rua, no dia seguinte ao acidente de acelera com a Cátia, enquanto recordávamos os pormenores para falar com o perito. Não sei o que teria feito se não tivesses voltado. Conheço de cor os teus gostos e as antipatias. Sinto, ainda, o frémito da tua busca quando de ti me escondia atrás de uma porta. Ouço-te as patas no soalho de madeira. Sinto-lhes as almofadinhas. Tenho o teu cheiro colado ao olfacto e os sons de satisfação da tua garganta pendurados nos ouvidos. A maciez dos teus lábios na ponta dos indicadores. Os grãozinhos no lombo quando infestado de pulgas. O pavor do banho. A corrida frenética que o sucedia. As lambidelas que levei, húmidas no rosto. Agarro-as com as palmas das mãos. O passado não nos morre. Tu não me morres(te). Andas aqui e parte de mim é o que contigo viveu. O criar-te, a curta vida, a morte. A decisão que tomei. Tenho muitas saudades tuas. Amo-te piturrinho. Muito. A gente vê-se, novamente, um dia. Tenho fé. Até lá, mais um ano em que recordo, sem te poder abraçar, o dia em que nasceste.

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Comments:
não me faças chorar no trabalho pá! sou logo apanhada :)
lindo!
beijinhos
 
:)
 
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