terça-feira, 13 de julho de 2010

 

INSTANTÂNEOS - II

Dirigia-se à bomba de sempre, por ser perto e pela comodidade de colocarem o combustível por si. Ele alegrava-se quando a avistava e corria para poder atendê-la antes de qualquer colega. Apesar da aliança no seu dedo - O anelar ocupado era dele. - e disto não acontecer tantas vezes quanto desejaria. Ela não dava pelo olhar terno e esperançoso; ou pela invariável carícia ao polegar, enquanto se demorava a tirar-lhe a chave da mão; tão-pouco notava o que lhe diziam os olhos dele, enquanto aguardava ouvir o que já sabia de cor: São 35€ de gasolina sem chumbo. E mais tarde um: "Obrigada." seguido de um tímido sorriso.

Eis as únicas palavras que lhe ouvia que, todavia, soavam como a mais doce declaração de amor.

Poder-se-ia saber em que pensava a miúda, invariavelmente, habitassem estes dois uma tira de BD:

"É que é mesmo, mesmo parecido com o Simão Sabrosa caraças."

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