sexta-feira, 20 de maio de 2011

 
Uma pessoa (uma mulher) por um filho adia qualquer coisa. A cabeça continua a funcionar, tem ideias, arrisca umas "curtas". Há permanente angústia por não conseguir concretizar a maior parte do que se lhe assoma ao pensamento. Sabe, todavia, que para escrever Literatura o empenho tem de ser total. Ainda há muito que aprender. Tudo, talvez. Pede ao Universo que a sua hora tarde, para conseguir, um dia, ter a disponibilidade de que o seu Amor necessita. Adiar não é desistir. É tão-só a latência que se lhe impõe por existir alguém, muito maior do que ela ou os seus desejos, que precisa que esteja a seu lado. Uma pessoa (uma mulher) não fica triste se isto acontece, porque aprende com as entranhas a renunciar ao egoísmo. Mas, não esquece. A sua exigência de escrita manifestar-se-á sempre, ainda que de forma subtil e habitar-lhe-á o peito até ao dia derradeiro.

A. a 13 de Maio de 2011 às 13:00

Choro muitas vezes por esta pessoa (uma mulher). Apiedo-me dela desconhecendo se a(s) sua(s) impossibilidade(s) se trata de injustiça, ou natureza, da sua condição. Ignoro se desistiu deveras e a criação é o álibi perfeito para a desistência. Se aguarda paciente a sua oportunidade de usar o tempo a seu bel-prazer. A decisão foi tomada. Não há retrocesso. Desejo que não tenha decidido privar-se do seu modo de ser e que o Universo lhe ouça a prece: "Morte não te antecipes." Choro muitas vezes por esta pessoa (A quem não reconheço como vítima).

Uma mulher.

CONTINUA.

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