domingo, 27 de fevereiro de 2011

 

Eis a última lição que te deu:

"Não procures o(s) atalho(s), nem (me) peças direcções."

"Convém, até, que te percas."

E tu tudo bem que não tens pressa de chegar a casa da avozinha e há flores muito e muito lindas, pelo caminho, para admirar.

Grata por me abrir os olhos.

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sábado, 23 de maio de 2009

 

Voltar cá para dentro.

Saí de mim sem dar por isso e perdi-me. Andei por aí aos tropeções, caíndo, chorosa, desorientada, qual criança na praia de costas para o sol. A ver-me, longe. Gritei-me que voltasse. Que não era por ali. É fácil perder-me. Foi uma distracção. Momento para durar uma fracção de segundo e ainda assim, capaz de provocar um vendaval na minha Primavera. Foi mesmo assim. Um dia era o sol, o verde e os pássaros a cantar, para de repente, o céu escurecer e descer-me, implacavelmente sobre a cabeça. A angústia veio a correr e pôs-se a meu lado. Deu-me a mão. Eu tentei sacudi-la, abanei vigorosamente a mão. Gritei-lhe "Sai daqui. Vai-te embora." e ela teimosa ombro com ombro e com uma mão forte a agarrar na minha, sorrindo-me desafiadora. Pensei: Não pode ser. Ainda agora estava tudo bem. E ela ignorou-me e continuou comigo. Sei que a mente arranja subterfúgios, para me ludibriar acerca do que realmente me assusta. Como não quero ver que é "isto", digo que é "daquilo" e assim me perco em distracções e divagações. E mesmo tendo noção "disto" que acontece, volta e meia, lá me perco. Esqueço-me de quem tenho sido, esqueço-me de quem quero ser, esqueço-me das "coisas" que realmente me importam. Aquelas que não são palpáveis. O que realmente me importa, não se mede, não se pesa, não se cheira. O que verdadeiramente me preenche, pertence ao mundo das coisas (pres)sentidas, das que me enchem o peito, ou aceleram o coração e essas são incorpóreas. Mas é fácil esquecer-me disso. Uma distracção apenas e o ego e o materialismo a quererem impor-se. É uma luta porra. Isto é uma luta. Uma construção diária. Ergo-me cá dentro a pulso, erijo quem quero ser e às vezes, uma aragem apenas, passa-me por dentro, enche-me de calafrios e ameaça derrubar o que tanto trabalho me dá, dia-a-dia, atingir. Por vezes uma maldade alheia é o suficiente. Uma pérfida palavra. Um esgar de sorriso que pretendeu magoar. Uma insinuação. Outras basto-me eu e o meu orgulho. A minha vaidade. A insegurança. O simples desânimo. É e será sempre um TPC para cada dia. Construção que nunca verei concluída porque é a própria vida em si. Quando morrer, se puder julgar, julgá-la-ei imperfeita porque é sempre possível ser melhor, fazer melhor. Eu quero que seja assim, é assim que concebo a vida. Mas às vezes, visto-me de um cansaço que vem desta luta entre aquilo que quero ser e aquilo em que me estou a transformar.

Inside Job
Composer: Vedder/McCready

Underneath this smile lies everything
all my hopes, anger, pride and shame
make yourself a pact, not to shut doors on the past
just for today,... I am free
I will not lose my faith
It's an inside job today
I know this one thing well,...
I used to try and kill love, it was the highest sin
breathing insecurity out and in
Searching hope, I'm shown the way to run straight
pursuing the greater way for all,... human light.
How I choose to feel,... Is how I am.
How I choose to feel,... Is how I am.
I will not lose my faithIt's an inside job today
Holding on, the light of night
On my knees to rise and fix my broken soul
Again.
Let me run into the rain
To be a human light again
Let me run into the rain
To shine a human light today
Life comes from within your heart and desire
Life comes from within my heart and desire
Life comes from within your heart and desire

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segunda-feira, 4 de maio de 2009

 

RECAPITULANDO

(Tenho a nítida sensação que sou uma pessoa cansativa. Pelo menos para mim sou. Cansativa.)

1) Gosto de acreditar em outras vidas. Gosto de fazê-lo, porque se apenas me for concedida uma, isso afigura-se-me claramente insuficiente, para tudo o que pressinto que há para viver, o que me deixa, de certa forma, lixada (aka pissed). É assim como o número de caracteres que me são concedidos no twitter (por twittadela). É pouco. Às vezes apetece-me dizer mais por twittadela. E não posso.

2) TRANSACÇÕES: peço desculpa, por mais uma vez vir aqui acicatar-vos o ânimo para uma peça que já não poderão ver, pelo menos para já. Grande peça e excelente encenação! (Este tinha de ser... E estas também.) Lá fui, sem dar nada por ela (pela peça), apenas porque a minha mãe queria ver a Catarina Furtado ao vivo. E ainda bem que fiz a surpresa à mãezinha, porque aquilo a que assisti foi uma boa surpresa, para mim também. INTENSA. Gostei muito.
(Vêem que às vezes sou capaz de dizer as coisas em 3 palavras?)

3) A UNIÃO ZOÓFILA PRECISA DE AJUDA. Um saco de ração de 10kg custa cerca de 9 euros. Ajudem por favor. Vejam como podem fazê-lo: AQUI e AQUI.

4) Sinto falta dos tempos idos do ISA. Sinto falta da Mckenzie no meu dia-a-dia, de refilar com o Xavier quando ele se armava em esperto, sinto falta das viagens para o Alentejo onde respirávamos um ar leve, e enchíamos os olhos de serenas paisagens. Sinto muitas saudades dos veados, dos javalis com os seus filhotes, dos cãezinhos a quem mimávamos à entrada da Tapada de Vila Viçosa. Sinto falta de quando lhes dávamos comida e água, às escondidas da mulher (e do seu bêbado homem) ignorante(s) e vil(s) que os maltratava(m) e que os deixava(m) morrer (que os matavam, suspeitamos nós). Sinto falta (pasma-te amiga) de trabalhar sob o sol escaldante e das temperaturas de 40ºC à sombra. Sinto falta do contacto com a natureza, com o verde (no Inverno) e com os amarelos (do Verão), com o colorido das flores que irrompiam na Primavera. Do cheiro da esteva, até (e se cheira mal, a cuspo ou que é.). Das sandes que comíamos com as mãos sujas de terra, ingerindo, provavelmente, bateladas de micróbios mas de alma cheia de paz de espírito. Aperta-se-me o peito nesta cidade opressora, em que as paisagens são curtas, como as vistas das gentes que hoje me rodeiam. Sinto falta da gente sã com quem trabalhei, do companheirismo, da amizade. Sinto falta de poder confiar, de me poder entregar, de poder ser quem sou, sem reservas. Foram tempos felizes. Leves. Soltos. Foram tempos de alegria no trabalho. O trabalho não pesava, então. O trabalho era uma parte da minha alegria. A saudade às vezes é doce, às vezes magoa. Hoje (talvez por ser segunda feira) está aqui a arranhar-me (n)o peito.

5) "O riso de Deus." Quase a terminar já com pena que isso aconteça. Tudo tem um fim, não é o que dizem? "Uma conversa com um amigo" como alguém diz nas capas dos livros que escreveu. Uma conversa que leio enlevada. Uma linguagem que me fala e me desinquieta. Um livro todo sublinhado e com cantos de páginas dobrados. Viagem ao (meu) interior. Paz e distúrbio simultaneamente.

6) Voltaram os Contemporâneos. Há muito que a lembrancinha tocava em vão no telemóvel. Ontem, enfim o regresso e a lembrancinha justificada. Gosto muito. Mesmo quando não conseguem tão bem, já me conquistaram e ser-lhes-ei fiel. Porque sim. Porque sei que têm momentos de génio. E eu quando gosto de alguém ou de alguma coisa, gosto sempre. Com os defeitos e com as qualidades porque isso faz parte do gostar.

7) A música que hoje se me assomou ao pensamento:



http://www.youtube.com/watch?v=DETQYXejrZ0

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