quinta-feira, 30 de junho de 2011

 

É AMANHÃ! IDE, POR FAVOR!


1 e 2 de Julho em frente à Praia de Carcavelos. O Festival que se PREOCUPA(S-TE?) com o ambiente.

Mais informações: http://www.festivalmusa.org/

Aquele abraço.

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quarta-feira, 29 de junho de 2011

 

BEM-VINDO VASCO!

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domingo, 26 de junho de 2011

 

AULAS DA PRIMAVERA – O REGRESSO

“Diz” que os filósofos explicam a literatura (ou então não, ou então sim, ou de como continuo a constatar que quanto mais aprendo menos sei, porque mais violenta é a consciência da magnitude da minha ignorância.)

“Sobre aquilo de que não posso falar devo calar-me.” Acreditava tratar-se de cobardia minha, avassalador pudor que sinto pelo quanto desconheço e afinal é uma proposição de Wittgenstein. - A sétima(!) do Tratado Lógico-Filosófico.

Pois é, meus amigos, acabou-se-me mais uma edição desse maravilhoso curso livre que são as Aulas de Primavera.

A propósito, por onde têm andado que por lá vos não vi?

Preciso destas coisas como de pão para a boca; de coentros para a açorda; de alho para o azeite que tempera o bacalhau cozido no Natal; de leite meio gordo para o chocapic... E por aí adiante. Como tal, neste exacto momento, estou de ressaca. Sinto dores no corpo todo, tremo desmesuradamente, as náuseas agrilhoaram-se-me à garganta e o pensamento dominante é: “Quando é que há mais? Quando é que há mais? Quando é que há mais?” (Três que é a conta que o senhor lá de cima fez.)

Professora Teresa, Professor Abel (a vós o lancinante grito): Compadeçam-se desta Vossa aluna adoptada e realizem duas edições de aulas livres por ano, por deus, que menos é para a menina em questão genuíno padecimento.

Ora, sobre emoções nunca me viram calar (posso sempre falar do que me move), vai de maneiras que se tiverem paciência (claro está) sigam-me o testemunho subsequente organizadinho em alíneas:

a) Como qualquer iniciativa, ou relação amorosa, a coisa teve altos e baixos. Momentos de paixão, outros de tédio. Estados de arrebatamento e combates bravios contra o sono (que em algumas sessões quase perdi).

b) Continua a verificar-se que nem sempre génio é sinónimo de encanto, quando se não consegue passar aos outros a grandiosidade que nos habita e podemos, até, ter redigido cuidadosamente 3477 páginas em letra muito pequenina para o efeito e não conseguirmos agarrar os ouvintes pelos colarinhos. Levava uma camisolinha de alças, é certo. Não é desculpa.

c) Mesmo se a entrar em coma de tanta sonolência há sempre oportunidade para aproveitar um ou outro tópico que me acicatam a curiosidade e orientam a jornada porvir.

d) Denoto nestes eventos alguma animosidade entre companheiros. Pode ser errónea a percepção. É somente minha a dita. Nenhum de vocês apareceu, como tal, não tinha colegas de carteira com quem discutir o tema. Trocam piadinhas entre si, cochicham quando na audiência, fazem esgares (Alguns acertaram-me no olho esquerdo.), sorriem sorrisos irónicos que me não pareceram bonitos e assim. Penso: “Raisparta a natureza humana.” (Raisparta eu e os outros.) Ora peçam a um cão a ironia e vem de lá, quando muito, a lambidela, ou o rosnar leal, olhos nos olhos. Há ironia e ironia. Há aquela que aprecio e a que desprezo. E há demasiado texto nesta alínea. Perdoem a verborreia.

e) Factos e elementos que aos restantes soam a banalidade por viverem d(n)aquilo, a mim fascinam porque possuo, nesta área (bem como noutras o que agora não vem ao caso), a ingenuidade das crianças.

f) A inteligibilidade é directamente proporcional ao interesse que se devota. Jamais outrora me dediquei tanto.

g) Numa prelecção sobre Jacques Derrida encontrei os fundamentos para a (“minha”) palavra: ESCRELER.

h) Há professores ainda jovens que são já furacões no seu enlevo de partilhar conhecimento e arregaçam mangas e tudo. Foi espancamento seguido de K.O. Gostei muito da tareia, salvo seja.

i) Sessões decorreram sem que percebesse patavina do que queriam demonstrar os oradores. Andavam para a frente e para trás demandando citações assinaladas com post-it’s nos livrinhos, como se fora óbvio o que estava em causa e para mim, moça de cabelo castanho-clarinho, não era. Não era. É que não era pá! E depois vocês já sabem que embirro um ‘cadito com esse grande refúgio que é a citação.

j) Quem lecciona nos E.U.A fica com uma entoação característica. Deixo aqui a pista para uma tese de doutoramento. Sintam-se à vontade para usá-la que sou uma altruísta e por ora não me dá jeito fazê-lo.

k) Tive a oportunidade de “O” ter como mestre. (Consultar ponto 4. das cenas que me agradaram do post em link s.f.f) Weeeeeeeeee. Não fora o acaso e não se teria dado o feliz evento, que me fez vir, de propósito de Tróia, de umas férias à beira-mar para “O” ouvir. Tivesse sido mantido o programa e eu, com todo o respeito pelo jeitoso do Professor que fecharia nessa semana o curso, não teria tirado os pés de molho. Mas era “aquele” professor em substituição do outro e não podia de forma alguma perdê-lo. Que é que vos digo? Bendita seja eu e as minhas premonições. Teria perdido uma das três sessões que classifiquei como magistrais ou, trocado em BPM uma das que classificaria com 195 BPM. Aquilo sim foi lição para nos agarrar do princípio ao fim. Sem “cábulas”, citações em demasia, ou ensaios elaborados. Coração, sabedoria e vontade de agitar os intelectos.

l) E (para mim) foi isto.

Aquele abraço.

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sexta-feira, 24 de junho de 2011

 

As ondas - Virginia Woolf

Quedo-me em contemplação. Defronte o mar. Imenso azul. AS ONDAS rebentam calma e ininterruptamente. O som líquido cadenciado embala-me. Concebo que as vagas se assemelham, todavia, cada rebentar irrepetível. Como nós. Únicos na nossa (dis)semelhança. Deito-me. Sou submergida. Deixo-me ir com a corrente. Não morro de imediato. Entro noutro meio. Abdico do oxigénio que me asseguraria a sobrevivência como a conheço. Respiro literatura. Sou ligada à máquina (de escrever) de Virginia Woolf (1882 – 1941) sendo-me doce a extinção porvir. Há vida depois desta escritora. Existência maior porque mais plena.

Seis vozes se nos revelam por uma sétima “anónima”. Ou, dar-se-á o inverso e essa é-nos desvendada quando nos confrontamos com as restantes: Bernard, Rhoda, Neville, Louis, Susan e Jinny. Seis ondas e respectivas idiossincrasias. Com eles fui circulação. Sangue pulsando nas veias de personagens complexas. Como se fora possível conhecer-lhes(nos) deveras o âmago, os órgãos, a(s) dor(es).

Tamanho escrutínio ou lucidez são de enlouquecer. Não foi, por conseguinte, de ânimo leve que lhes acompanhei o crescimento. Fui leitora angustiada dos monólogos íntimos de cada um, enquanto amadureciam. Sós, como eu. (Como vocês.) Solidão desde a infância, ainda que então consideremos todos amigos; à idade adulta, quando já aprendemos a olhar os outros com desconfiança. Do berço ao caixão: isolamento. Ideia que perpassa o romance. A humanidade um oceano de solidões. As frases de Woolf na boca de cada um dos seis são terramotos que nos deixam sem abrigo, ineptos para as ilusões de outrora:

“As experiências da vida são incomunicáveis e é essa a causa de toda a solidão e de toda a desolação humana.” (Pág.125)

“Por um instante vimos entre nós o cadáver do ser completo que não tínhamos conseguido ser, mas que ao mesmo tempo não conseguíamos esquecer.” (Pág.222)

“Deus seja louvado por esta solidão que me libertou da pressão do olhar, da solicitação do corpo, da necessidade da palavra e da mentira. (…) Deixem-me ficar aqui para sempre, entre estas simples coisas, esta chávena de café, esta faca, este garfo, coisas em si, que me deixam ser eu.” (Pág. 237)

A história decorre em nove partes, do nascer ao pôr do sol, enquanto AS ONDAS se sucedem. Como se a vida se cumprisse num dia.

195 Batimentos cardíacos Por Minuto – Sublime. A adquirir para reler a vida toda. Sugerir a leitura.

Publicação original AQUI.

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quarta-feira, 22 de junho de 2011

 

TEMPO

Talvez um bálsamo ignorado se derramasse
sobre a sua cicatriz.
Como um perfume,
como o toque subtil de dois dedos enxangues.
Ao voltar à direita,
a caminho do guindaste,
sabia que o esperava uma barca sem remos,
e mais para cima havia um alpendre, com
trepadeiras que subiam.

Era isto o que o tempo fazia:
recomeçar, eternamente, um trabalho de oficinas
lentas.
Enredar no peito roseiras queimadas pela
estação das trevas.

E assim ia,
deambulando pelos campos,
com um archote inútil, que o vento apagava.

José Agostinho Baptista (1948) Filho Pródigo

NOTA: Encontrado no poemário Assírio & Alvim 2011.

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terça-feira, 21 de junho de 2011

 

INSTANTÂNEOS XI

Ia mais do que uma vez por dia à caixa do correio na expectativa de receber a sms que ele não enviara, porque apenas se permitia escrever e-mails. (Disso ela não sabia.) Entristecia-se amiúde por não saber ler. Fechava a porta da rua atrás de si, subia até ao apartamento e chorava lágrimas de ignorância, enquanto ele premia botões que não lhe estavam destinados.

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segunda-feira, 20 de junho de 2011

 

Do GRITO ou de como só me apetece dizer FODA-SE:

O que me irrita é quererem servir-se ao invés de servir a Escrita. Não se dão ao trabalho de ler para trás para dar um seguimento à estória, para ver nascer alguma coisa. Querem brilhar. Mostrar o quanto conseguem, sem entender que aquilo tal como se encontra nada é. Foda-se. Só me apetece dizer: FODA-SE. Leiam deveras quem vos antecedeu. (Foda-se.) Esqueçam os textinhos que já tinham preconcebido na mona. CRIEM. O que importa é que o que escrevem dê força (Tesão estão a ver?) e coesão à narrativa. Vocês ou as vossas aspirações nada são. Nada somos, entendam isso. Trabalhem em prol do grupo se o projecto é colectivo. Se amam a Escrita é isso que têm de fazer, ou, pelo menos, TENTAR. Ponham de lado o ego. Foda-se!

P.S. Queridos leitores que desconhecem sobre o que falo, perdoem a ordinarice, mas estava por demais aperreada. Impunha-se-me uma asneirola para limpar as entranhas. Tinha aqui o coração todo oprimidinho.

P.S.2. Voltei de férias claro está. :)

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sábado, 11 de junho de 2011

 

NO MORE


Eddie Vedder - No More from Innocent Bystander on Vimeo.

I speak for a man who gave for this land
took a bullet in the back for his pay
spilled his blood in the dirt and the dust
and he's come back to say
That what he has seen is hard to believe
and it does no good to just pray
he asks of us to stand, and we must
end this war today
With his mind he's saying NO MORE
With his heart he's saying NO MORE
With his life he's saying NO MORE WAR
With his eyes he's saying NO MORE
With his body he's saying NO MORE
With his voice he's saying NO MORE WAR
Nothing's too good for a Veteran
yeh, this is the way they say
so nothing is what they will get
in this new American way
The lies that were told to get us to go
were criminal, let us be straight
let's get to the point where our voices are heard
behind the White House gate
With our minds we're saying NO MORE
With our hearts we're saying NO MORE
With our lives we're saying NO MORE WAR
With our eyes we're saying NO MORE
With our bodies we're saying NO MORE
With our voices we're saying NO MORE WAR
No more innocents dying
No more terrorizing
No more eulogizing
No more evangelizing
No more Presidents lying
No more war.

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domingo, 5 de junho de 2011

 

AQUELE IMPACTO DA SENSUALIDADE

Ai senhores tenho andado a pensar na vida e cheguei à conclusão que isto anda muito sério, o que não me agrada. Vai de maneiras que vos vou contar mais um episódio da (minha) existência em que me coloquei (me colocaram - que eu cá não contratei a miúda, embora tenha pago a parte que me cabia no evento) em situação por demais embaraçosa.

Então foi assim:

Tenho uma amiga que vai casar em breve e as madrinhas dela trataram de organizar uma despedida de solteira à maneira. O que é que sucedeu? Sucedeu que consideraram que havia de ser giro aprendermos a fazer surf e a dançar de forma sensual, ou não se chamassem “madrinhas da noiva”.

(Não aprendi a fazer surf porque estava numa de economias. Não sei bem se fiquei com pena. Conheço-me o suficiente para saber que raios a cair no mar, acompanhados de trovoada e implacável carga de água, seriam o gatilho perfeito para afogar o Ulisses - o instrutor - e mais duas ou três parceiras de aventura enquanto gritava: “Eu não quero morrer, deixem-me criar o menino.” Por isso acho que foi pelo melhor não me ter metido num fato justo onde e passo a citar outrem: “algumas pessoas já fizeram xi-xi.”.)

Tal e tal, almoço com hambergas gordurosas; aula de surf; chuva intensa (fiquei à parte com a grávida – uma pessoa que adorei conhecer melhor, de sua graça Joana e o cão do surfista, de seu nome Spanky. «Spank o quê Ulisses, mamen?» debaixo da porta do porta bagagens de uma carrinha carregada de pranchas de surf, sapatinhos de plástico e chops, ou lá como é que se diz); 10 banhos; 10 toilettes brancas; 9 crachás a dizer “amiga da noiva”, 1 a dizer “Eu sou a noiva”; 10 parzinhos de pés rumo ao lounge não sei quê na Ericeira.

Eis que nos aguarda uma jeitosa, muito alta e magra, com umas mamas e um rabo firmes e hirtos, absolutamente surreais de tão perfeitos, disponível para nos ensinar a chegar ao êxtase do striptease, conhecido no meio, fiquei a saber, como: “AQUELE IMPACTO DA SENSUALIDADE”.

Material: 1 Cadeira e, se possível, longa melena que ajude a causar…(todas juntas)… “AQUELE IMPACTO DA SENSUALIDADE”.

Ora, aquilo resume-se a caminhar dengosamente em torno da cadeira, onde o homem/mulher se senta, acertando-lhe na cara ora com os cabelos, ora com as mamas, ora com o rabo para causar… TODAS!... “AQUELE IMPACTO DA SENSUALIDADE”.

Quando o gajo/a já está completamente maluco/a, a gente senta-se-lhe no colo e agarrando-lhe nas mãos, com as nossas por dentro, percorremos todo o nosso corpo sem que ele/a nos toque. ATENÇÃO: Neste singelo momento reside o mais profundo que existe “N’AQUELE IMPACTO DA SENSUALIDADE”. Porque, meus amigos, embora já nos tenhamos roçado a níveis inimagináveis; já tenhamos atracado a púbis na cintura do/a espectador/a – enquanto nos lançamos para trás apoiando uma mão no chão, realizando em simultâneo movimentos circulares, que para cópula só lhes falta mesmo a penetração e já tenhamos tido, inclusivé, o nariz do/a dito/a entre as mamas (com grande pesar não sou capaz desta proeza) ele/a NÃO NOS TOCA com as manápulas. NÓS TEMOS O PODER. O poder! Imagine-se.

Ela disse ainda…

(Perdoem mas não lhe retive o nome, porque o esforço para tentar atingir uma décima parte “D’AQUELE IMPACTO DA SENSUALIDADE” foi qualquer coisa de extenuante.)

…E passo, novamente, a citar:

«Os homens gostam do confronto. Porque causa “AQUELE IMPACTO DA SENSUALIDADE”. Sei disso, por experiência própria. Acreditem em mim.»

E de súbito um silêncio sepulcral. Pois é… Os ("nossos") homens gostam efectivamente de assistir “ÀQUELE IMPACTO DA SENSUALIDADE” e nós (salvo uma ou outra excepção) temos a graciosidade de focas fora de água.

PENSAMENTO GERAL: Ó minha granda $%&”#!?@?«» É melhor estares caladinha com esse rabo e mamas fantásticos e fingires que te dedicas exclusivamente ao ensino de canastronas como nós, antes que te vamos à tromba, pelas litradas de baba que já despoletaste nos respectivos de outras companheiras nossas. Está bem? (Ok. Só posso garantir que foi minha esta reflexão.)

E então o que é que vos posso dizer sobre esta experiência? Que sei que “AQUELE IMPACTO DA SENSUALIDADE” existe sendo, todavia, fenómeno ao qual nasci alheia. Há quem nasça sem os dentes do siso, eu nasci desprovida “D’AQUELE IMPACTO DA SENSUALIDADE”. Se isso me entristece? Não, pá. Sei fazer ponto de cruz e a menina se calhar não sabe e depois vamos ver quando formos velhas atacadinhas de artrite e reumático o que é que dá mais jeito.

Ah ah ah ah ah ah ah ah

(Riso maléfico enquanto me debruço para trás na cadeira de onde vos escrevo, sem atirar o longo cabelo, ou realizar movimentos lúbricos, não por não possuir “AQUELE IMPACTO DA SENSUALIDADE” - Tento não ser menina de não fazer algo só por não ter jeito p’ra coisa. - mas porque me encontro num local público com wireless…)

P.S. IDE VOTAR!

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quinta-feira, 2 de junho de 2011

 

INSTANTÂNEOS X

O funcionário dos CTT recordava-se dela de uma vida inteira de carreira contributiva a enviar sonhos por carta registada.

30/05/2011

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