terça-feira, 29 de junho de 2010

 

INSTANTÂNEOS - I

Até ao último fôlego reservou os primeiros momentos do acordar do dia, quieta, perscrutando a penumbra do quarto e envolvida num calor que não vinha dos cobertores, àquele que acontecera não lhe ter acontecido.

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domingo, 27 de junho de 2010

 

INSANIDADE VOU-ME EMBORA

É tão difícil conviver com as frustrações,
Com as desilusões de uma vida e combater a amargura
que tantas e tantas vezes quer contaminar-me a alma.
Espinhoso não me sentir amada e lutar contra a inveja,
que espera sorridente, que me deixe tentar e me deleite com ela...
Penoso quando a fé se esvai,
como areia entre os dedos
e o que resta é sombra do que um dia foi crença.
Acreditava nos sonhos, na beleza das histórias de amor
em felicidade na terra. Dar um sentido à vida.
E agora?
Sou rocha. Assisto indiferente à passagem do tempo.
Não me comovo, não acredito, (e)s(t)ou imutável.
Sinto-me dura. Sinto-me nada.
Sinto-me vento.


Clara.

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sábado, 26 de junho de 2010

 

VIAGEM ACTUAL


Tenho andado de mão dada ao Caminhante Solitário de W.G. Sebald. Ao início estranhei, derivado a ser um tipo de livro muito díspar do último que li. Entretanto embrenhei-me nele e percebi que aqui não me irei comover/arrebatar/revoltar/apaixonar (tanto como é costume embora não negue a possibilidade de ainda vir a acontecer), antes aprender. Como é sabido é "coisa" que muito aprecio e à qual me dedicarei até ao último dia. Vai de maneiras que estou a gostar muito.

Adquiri-o em Novembro do ano passado, NESTA LIVRARIA que é muito linda, com uns pormenores na decoração deliciosos (Destaque para a máquina de escrever muito e muito antiga que é uma perdição), habitada pelo melhor da Literatura. Aconselho vivamente que visitem e aí façam despesa, para que não haja mais despedidas/"até já"s com um aperto no peito, por deus.

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LEIAM, PASSEM PALAVRA, O MUNDO SOMOS TODOS. (Obrigada Raquel pela partilha.)

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sexta-feira, 25 de junho de 2010

 

MUSA 2010 - 2 e 3 de Julho


Ver também AQUI.

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quinta-feira, 24 de junho de 2010

 

Deia a sombra de São Domingos de Rana


ATENÇÃO: Hoje (26) última representação. Em podendo ir, não percam. Apaixonante e envolvente. Quer pela magistral representação de Dinarte Branco, quer pelo belíssimo texto de NCS (Boa Stôr! Amei de paixão. Garanto que não estou a ser facciosa.). É lamentável que uma coisa tão boa só esteja acessível por 4 dias (1 nos Açores e 3 em Lisboa). Ministério da Cultura por onde andas?

O que é que me leva ao teatro? O texto, por exemplo. Ou o dramaturgo falecido e por demais conceituado que dizem que era do melhor a escrever peças. O(s) actor(es). Aquele que já admiro de outras andanças e adapta um texto (encenando-o também eventualmente) de outrem, lá está, aclamado (falecido* ou não). O tema. A sugestão de um amigo/a/prima/desconhecido que passa na rua e me oferece um manjerico (em vez de flores ao que eu lhe respondo: "Então mas isto não é Impulse pá.") O teatro em si, do qual recebo as newsletters e me diz "olha que temos esta em cena muito boa e que é melhor para ti que não percas." Enfim tudo isto me leva ao teatro.

O que é que me vai levar ao dito cujo este fim de semana perguntam vocês em ânsias de curiosidade.

A minha taradice de fãnzia obstinada (e sem qualquer pejo assumida) no acompanhamento das carreiras dos meus queridos stôrzinhos. Desta feita é Nuno Costa Santos o (verdadeiro) artista Boininhas gravo-te na ZON BOX tu não te apoquentes que eu gosto tanto do papá como da mamã e jamais seria capaz de optar entre os dois.) quem me leva à cadeira do São Luiz.

Ide vocês também que é coisa para durar só três dias, a partir já do dia presente e confiem na sugestão que o artista é um bom autor. Digo-vos eu. Um daqueles a quem se tira o chapéu. Caladinho é certo, todavia, talentoso.

E vai de maneiras que parece que é sobre aquele grande maluco que foi o Jacques Brel quando apanhou uma carraspana no Faial.

PAM.

*Não me interpretem mal não considero que o falecer seja mais valia para o autor.

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quarta-feira, 23 de junho de 2010

 

Só os "meus" lindinhos para conseguirem ISTO caraças:


Dia 10 e PASSES de 3 DIAS ESGOTADOS.


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terça-feira, 22 de junho de 2010

 

See You Soon -Coldplay from ian Davis on Vimeo.

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domingo, 20 de junho de 2010

 

INSANIDADE VOU-ME EMBORA

Francisco:

Escrevo-te a três meses de te conhecer. Já sabes muito, tens crescido em mim. Herdaste os meus genes e os do Miguel, mas eu ainda não sei de ti. Almejo que nasças “limpo”. Toda a história por escrever. Narrativa redigida por ti. Para ti. O que mais desejo é ver-te saudável (dizemo-lo todos) e livre (tantos o esquecemos). O pensamento, sobretudo. Livre. Fiel a ti, aos teus sentimentos. No presente, eu e o teu pai ainda nos amamos com intensidade. A tua vinda é motivo de felicidade imensa. Não sei se seremos felizes "para sempre" como nas histórias de encantar. Gosto de acreditar que sim, não posso, contudo, assegurar ser esse o nosso destino. A alegria de te termos gerado é perene. Não servirá, no entanto, como desculpa para permanecermos ligados, se deixar de ser bom estarmos juntos. Jamais quereremos que te sintas responsável por nós. Tentaremos nunca agir de forma a que te sintas sem escapatória, ou culpado do que quer que seja. Tudo faremos para permitir que cresças por dentro, como te acontecerá natural e exteriormente. Deixar-te desenvolver sem espartilhos, sem te incutirmos medo, culpa ou as nossas frustrações. Não será isso que todos os pais desejam? Os meus também talvez o quisessem. Sei que fizeram o melhor de que foram capazes. Por ti escrevi a minha história, à qual anexarei esta carta. No fundo não se te destina verdadeiramente. É para mim que a escrevo. Para relê-la se algum dia me perder e agir ignorando-te. Sei que as gerações contam as suas histórias, umas às outras, sem que se ouçam palavras. O sofrimento passa no sangue e leva angústias antigas, a corações novos. Acredito igualmente, todavia, que a vida é estória a ser tudo o que quisermos que seja. Quaisquer que sejam as circunstâncias. A vida que tão-só gerámos é deveras tua, demasiado fugaz para que a confies a terceiros. Agarra-a com as duas mãos, leva-a pelos caminhos que decidires percorrer e se preciso for, levanta uma dessas para nos fazeres parar, quando considerares ser o momento de te permitirmos prosseguir sem “ajuda”. Hoje já não receio ter-te, trazer-te para este mundo, nem tão pouco temo dar-te o meu amor. O medo já não me habita de todo. Sinto-me preparada para ter um filho. Um que desejo, com todo o ardor, saber deixar partir na hora certa. A tua. Vens para ter a tua vida. Não para continuar a minha, a nossa, ou suprir sonhos que não cumpri(mos). Não tarda conhecerás trilho desprovido de cordão umbilical. É saudável que assim seja. A jornada é tua filho.

Realiza-a com verdade, intensidade e, sobretudo, em liberdade. Luta para seres em cada precioso momento.

Um grande beijo da mãe:
Mariana Almeida.
11 de Novembro de 2007

P.S. Sê IM(PERFEITO) Francisco. Manda-nos à merda se um dia te fizermos sentir isto:


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sábado, 19 de junho de 2010

 

A TRAMA despede-se hoje do Rato :'(





Desejo O MELHOR à Catarina e ao Ricardo. São admiráveis. Que a TRAMA possa continuar noutro lugar. Os (nossos) lugares são as (nossas) pessoas. Onde eles (e todos os que se apaixonaram pela TRAMA e com essa criaram laços) estiverem estará A TAL NOSSA LIVRARIA.

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sexta-feira, 18 de junho de 2010

 

R.I.P.

(1922-2010)

Estou triste.


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quinta-feira, 17 de junho de 2010

 

PROGRAMA DAS FESTAS - POESIA EM VINYL

Vai de maneiras que teremos:

Os nossos magníficos anfitriões: Raquel Marinho e Luís Filipe Cristóvão.

Uma belíssima poeta (Ouvi dizer. Nunca li.): Catarina Nunes de Almeida.

A querida* Margarida Cardeal de voz suave, todavia, penetrante.

Os fantásticos Dead Combo.

O apoio da RADAR.

Um ambiente bem acolhedor.

Boa comida e bom vinho.

Tenho muita, muita pena, mas pela primeira vez desde que tudo isto começou não irei estar.

Ide. Ide e depois contai-me por obséquio.

*Brinquei com ela quando era pequenita. Os nossos pais eram amigos. Guardo boas recordações do tal Bairro Augusto de Castro aka Av. Assis Chateaubriand...

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quarta-feira, 16 de junho de 2010

 

MYRA comoveu-me cá de uma maneira que não tenho conseguido pegar, com mãos de ler, noutro livro (pá)

Myra arrebatou-me. Agarrou-me firme pelo braço e levou-me para dentro do livro, de onde ainda não consegui sair e já passaram alguns dias, desde que o terminei. Não fosse conveniente falar-vos um pouco mais sobre a dolorosa viagem que fiz com Myra – a admirável imigrante adolescente - e Rambo – o cão “assassino” mais humano que já conheci. – e defini-la-ia numa palavra: HOMBRIDADE.

Esta obra que Maria Velho da Costa (1938) nos lega é um tratado à força que um carácter pode encerrar. (Inata. Desmedida. Invencível.) Àqueles espíritos indomáveis que nos ensinam ser possível não vergar, independentemente das circunstâncias em que nascemos, ou que a vida (o acaso) nos permite.

Confrontamo-nos com uma escrita repleta de beleza que vos não consigo transmitir nestas parcas palavras, pelo menos jamais do mesmo modo que a autora o faz: Sublimemente. Não desmotivem ante o léxico, não raras vezes, complexo. Enriquecerão decerto. Ouçam a melodia encantatória dos seus parágrafos, que vos conduzirão docemente na tragédia e dancem a coreografia de um destino inevitável.

No decorrer da narrativa do disforme emerge o belo. Da mais desconsolante indiferença o bem-querer. De uma besta pode chegar o amor em estado puro, incondicional. (O raciocínio mais lúcido, até.) Da condenação advir a liberdade. Da fealdade dos homens aproveita a “nossa” menina-mulher a beleza que há na literatura e no saber. Chama carinhosamente Rambô ao cão, aludindo a um escritor que admira (Rimbaud). O assombro é constante enquanto devoramos estas 221 páginas.

Acima de tudo trata-se de uma busca pelo sentimento de pertença. Não conseguindo alcançar o que almeja, a heroína prosseguirá sempre, resoluta. Assim se ligou ao pitbull terrier que encontrara ferido numa cabana de praia, após luta de morte vencida, aquando do início da demanda. E assim cruzará o caminho de inúmeras personagens como Dona Mafalda – a rude pintora que a subestima; Frei Bento – o clérigo liberal que lhe oferece uma boleia; Alonso o cego que vê; ou enfim Gabriel Rolando, o mutilado que lhe ensinará que a sua morada pode encontrar-se muito distante do ponto cardeal que perseguia obstinada (Leste), e nessa falar-se língua universal, díspar da que falava sua avó (russo) - único ponto de referência da sua vida feita, até então, de perdas.

Diz Myra no princípio de tudo:

“A minha vida não é igual às outras, Rambô. Fui proibida de existir. Roubada de poder ser.”

Pudera eu dizer-lhe: Enganas-te. Existes deveras e com maior pujança que muitos de nós afortunados desconhecendo a que sabe uma vida vivida com a coluna vertebral incólume.

195 BPM – O livro arrancou-me à realidade, fez-me entrar dentro da história e ia-me provocando um ataque cardíaco de tanta comoção. Inesquecível. Destaque para as ilustrações de Ilda David. A adquirir. Sugerir a leitura.

PUBLICADO AQUI

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JÁ HÁ CARTAZ

E salta e pula e salta e pula olé, olé.

TUDO AQUI.

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segunda-feira, 14 de junho de 2010

 

O som (ininterrupto) das vuvuzelas durante os jogos

Dá-me vontade de cortar os pulsos.

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domingo, 13 de junho de 2010

 

INSANIDADE VOU-ME EMBORA

Há uma voz em mim que não é composta da mesma matéria deles e, embora cá se encontre por sua causa, não permitiu que guardasse todas as mentiras:

Que vidas são estas?
Quantas farsas engendradas,
quantas máscaras colocadas,
Fica tudo por dizer.
Faltará a nós coragem?
Para ver o que é de ver?
As circunstâncias? Queríamos mudadas.
Mas temos medo de sofrer.
Vivemos então numa peça,
por nós tão bem decorada,
que a mim enoja, repugna
e me deixa angustiada.
E do que tenho mais medo,
é de esquecer o que realmente sou
e fundir-me com este papel,
que alguém para mim inventou.


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PARABÉNS CUNHADINHA

Aquele xi-coração apertado!

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AGORA A SÉRIO

Poucos aguentam "The real thing". Por isso é que se sobrevive fingindo-se não se importar. O que é duro. Porque como diz Henry "Não te importares é o mesmo que não amares." E não raras vezes não temos dúvidas que amamos (e somos correspondidos) deveras (por) outrem. Há, todavia, outras interrogações, cintilações, "possibilidades" que nos sussurram amores idílicos e sentimentos talhados (decerto) no céu. Um começar limpo que garanta que não somos/acabamos como os restantes. E somos/acabamos todos como os restantes. Que não restem dúvidas que com gradações todos nos assemelhamos e todos nos amamos crentes que a nossa história é ÚNICA.

E não é.

Jamais será.

A banalidade virá e com essa a dor, eventualmente (um)a traição, possivelmente o perdoar e andar para a frente, silenciando o orgulho, acarinhando o amor (ou a falta de auto-estima consoante os casos); ou chegará a incapacidade de encaixar o que nós mesmos já fizemos ou tivemos vontade de fazer e frustrados com a falta de coragem, disfarçada de nobreza, castigamos aquele que arriscou e nos ofendeu com a sua audácia.

Qual de nós quer realmente saber o que pensa o outro?

Qual de nós suporta que o seu amor deseje outrem?

Qual de nós admite que tem vontade de errar?

Creio que nada disto põe em cheque o Amor. (Reparem: o Amor.) Concordo com a miúda da peça. A que tem a visão mais livre do dito. Mas é difícil/impossível ser ela. É utopia a verdade. A crueza com que a mesma nos presenteia é tempero por demais desagradável.

Há pouco li um pensamento de Kafka que cai aqui como uma luva (pelo menos para mim). Dizia o gajo:

"Um primeiro sinal de que o conhecimento começa é o desejo de morrer."

Trunquei-o porque o resto já não se adequava ao seguimento da minha ideiazinha.

Se se vivesse constantemente em "verdade", com a "verdade" de cada um que nos compõe a existência, não sobreviveríamos. Esta é a minha verdade.

Aceito as minhas limitações, convivo com as daqueles que amo e sonho. Sonho muito. Porque a realidade é para os honestos corajosos e eu, como disse outrora, não passo de pusilânime ser.

Ainda que um dia te diga vá "Agora a sério". Não ligues. Não aguento. Deixa-me acreditar tanto, para sempre, em ti.

(MEXIA QUERIDINHO ESTÁS LÁ!)

(SENHORES ACTORES GOSTEI MUITO.)

(O CENÁRIO? ESPECTACULAR MÉNES!)

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sexta-feira, 11 de junho de 2010

 

AULAS DA PRIMAVERA

Eis que findaram as Aulas da Primavera. Óooooooooooooooo.

(9 de Abril - 4 de Junho)

Frequentaram-no inúmeras pessoas do meio académico e depois havia uma alien. Euzinha. “C’est moy que je peins” (escrito em francês arcaico tal e qual me foi providenciado no resumo da última aula) ideiazinhas luminosas e então é ver-me atirar para o meio de mestrandos, doutorandos, professores universitários, alunos de intercâmbio e frequentadores dos cursos da especialidade. Ora quando é que me sentia caída da nave espacial? Quando se punham a ler poemas inteiros em francês por deus. Eu até entendo a língua lendo, com muita calma e algumas consultas a dicionários online, agora assim, em directo, sem anestesia, perdi-me, ora pois. Momentos houve em que o auditório todo se riu, exceptuando esta querida que vos fala. De que me adiantaria pedir “Oh expliquem lá as piadinhas que também me quero rir!” se me encontrava só. Dir-me-iam por certo “Ó Engenheira Florestal do camandro mas que ideia foi esta e o que é que vieste fazer para aqui pá? Não vês que é tarde para ti?” E não teria resposta para lhes dar, porque há decisões na minha vidinha que se tomam por si. Chegou-me o link, já nem me lembro por onde, aos olhinhos e já me encontrava a enviar um e-mail à Professora Teresa dizendo que não me situava, claramente, na situação “avançada” (Curso Livre de Estudos Avançados de Literatura) mas que gostava muito de estar presente e eis que ao receber a abébia de quem de direito - “que teriam muito gosto em ter-me por lá” – nem pensei outra vez, antes de preencher a fichinha e transferir o guito. E sabem que mais? Não me arrependo. Porque tirando esses momentos que me gritavam “Quem és tu Deia Meia? E o que fazes aqui?” foram 8 (7- tive de me baldar a uma com grande pesar.) sessões muito e muito proveitosas para o meu ser interior.

Principais conclusões a retirar:

1) Repetirei a experiência se oportunidade semelhante se me oferecer e cá dentro me apetecer.

2) O meu lugar (já) não é (nunca foi?) ali.

3) Reforço o que disse há uns tempos: há muito na teoria que, para mim, é violência.

4) Não obstante o proferido em 3) jamais me recusarei a abrir horizontes, a conhecer, quanto mais não seja, para poder dizer com propriedade “Não é para mim.”

Cenas que me agradaram e com importância deveras questionável para outrem (algumas das quais pejadinhas dos meus preconceitos):

1) Havia um piano no auditório 2 da Torre B. Gosto tanto.

2) Há professoras de Literatura, especializadas em Fernando Pessoa, muita giras, modernas e com ar de quem apanha sol e gosta da vida vivida (o que me reconfortou).

3) Há professores que correspondem exactamente à figura geométrica que tem os quatro lados todos iguais.

4) Há professores com um sentido de humor maravilhoso e que tenho muita pena de não ter tido (nem vir a ter) como mestre. Falo de uma pessoa em particular, que pela escrita já me havia cativado e feito rir inúmeras vezes, que ao vivo me enterneceu, porque vi genuíno cuidado com os alunos, profunda dedicação e companheirismo. Um exemplo sem dúvida.

5) Há professoras de sorriso franco e voz amiga, preocupada, incentivando os orientandos a prosseguir, fazendo mais, melhor. Mente aberta e despretensiosa que me deixou fazer parte deste curso, quando tudo indicaria que não encaixaria ali.

6) Há professores grisalhos com um charme indescritível que se põem a falar do Pessoa e quê e a pessoa até se esquece das horas.

7) Há professores que podem até ser brilhantes (como ouvi) mas que como oradores não convenceram e foi uma tortura sobreviver-lhes ao tom monótono e desprovido de emoção.

8) Ele há de tudo portanto.

9) Todos os temas me interessaram sobremaneira. Uns chegaram cá melhor que outros derivado ao modo como os oradores os expunham. Captei inúmeras dicas, pontos de partida para explorar diversos temas, se me aprouver, e aos quais não teria tão directo acesso, se acaso algum mos pusesse defronte. Daí a utilidade da experiência: triagem. O tempo é escasso. Se alguém conhecedor nos ajudar “Há isto. Há aquilo e aqueloutro.” Mais facilmente percebemos por onde queremos, ou não, ir.

10) Foi isto e foi MUITO BOM.

(Ou de como já não me apetece escrever mais sobre o assunto.)

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quinta-feira, 10 de junho de 2010

 

Raquel Cipriano - just a chick (the coolest chick)

Parabéns menina! Para ti um hit do ano em que se passaram umas férias memoráveis, na "nossa" lagoa de Santo André.

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quarta-feira, 9 de junho de 2010

 

FOI UMA MARAVILHA! (ontem no CCB)


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PARABÉNS TWINS!



Ó Ricardo pá, temos saudades. Não mandamos mails, não falamos no messenger, não escrevemos postais, não (nos) telefonamos, mas não te (vos) esquecemos. Que tenha sido um dia "daqueles". Sei que não me lês mas tinha de te falar aqui. Bjinhos menino.

Com o mano falámos lá está.

Vai Seu Jorge que fala a tua nova língua e é muito e muito boa onda.

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terça-feira, 8 de junho de 2010

 

OLÁ E ADEUSINHO

Os actores são muito e muito bons.

O texto não me arrebatou. Houve um qualquer factor que não sei determinar a manter-me à distância, do lado de fora da peça. (E eu cá gosto de me imiscuir nas cenas.)

Contudo, uma pergunta restou a martelar-me o espírito. E é sempre profícuo quando certas e determinadas questões - Daquelas que nos fazem evoluir, ainda que lhes não demos resposta. -se nos assomam à mona para nos sacudir (d)a letargia. Eis a "minha" questão:

"Até quando pretendes usar como desculpa o passado para te desresponsabilizares da/na TUA vida?"

(Passado recente, remoto, pouco importa porque PRETÉRITO.)

Até quando?

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segunda-feira, 7 de junho de 2010

 

Não me peças para te salvar.

Não sou capaz. Não quero.
Jamais hei-de o fazer.
Sou somente uma pessoa.
Tão perdida quanto tu.
O sorriso é uma (minha) escolha.
Todavia a miséria semelhante. A incerteza também.
A mágoa é de cada um.
Não queiras que chore por ti.
Nem eu, nem outrem.
Não te peço que o faças comigo.
Chorei sempre sozinha,
e foi só que as lágrimas (mais pesadas) limpei.

O sorriso que hoje envergo,
pode agredir a quem
julga que só existimos no mundo
se apiedarmos alguém.

(Recuso esse modo de estar. Nele vivi há muito e ao mesmo não hei-de voltar.)

Ainda que dilacerada,
não espero que penem por mim,
porque cada passo que dou
é meu, fui quem o escolhi.

Nada tenho para te dar.
Não sou heroína.
Nunca o fui.
Perdoa se com a minha aparente força
acabei por ter enganar.

Faço o melhor que posso,
para prosseguir vivendo:
Limito-me a respirar.

(O resto? Coincidências e vagas que me vão transportando. Se me afogar, fá-lo-ei, como no momento do parto: eu, vísceras e sangue. Que nenhum "doutor" me auxilie que hoje já tenho pernas para andar. Que ninguém sofra pelo meu percurso fui eu quem o quis trilhar.)

Andreia Azevedo Moreira
11h41 de 06/06/2010.

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Um aninho já caraças!

O Diogo faz hoje um ano. Estive com ele no Sábado. É um menino iluminado. Um sorriso que nos enche da certeza que o perfeito existe.

Que a vida te deixe manter sempre (parte d)essa inocência
e (d)essa alegria inata.

Um grande xi-coração desta amiga para ti e para os papás, claro.

Um ano e já tanta vida.

Tudo certo. Sente-se. Tudo certo.

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domingo, 6 de junho de 2010

 

INSANIDADE VOU-ME EMBORA

Nada justifica a tortura.

Pouco sei da tua história. O que conheço, pode tentar-me a compreender. Encarar-te com alguma complacência. Enxotado pelos teus pais da terra quente, és criado por um padrinho tirano que te maltrata, te invade o corpo e a alma, sugando-te a inocência. O abraço dele envolve-te e não de ternura. É forte, determinado, penetra-te as entranhas enquanto te envenena o sangue, toldando-te a percepção. A realidade é demasiado cruel para ser mastigada, quanto mais engolida. - Lamento por ti. - Durante muito tempo acreditei que podia atenuar-te o sofrimento com devoção, com o meu amor, e o perdão constante às maldades. Esses actos perversos e pejados de desumanidade. Incrédula de os considerar tão sórdidos. A suposição de um passado dilacerante que te estilhaçou a mente em múltiplas personalidades esquivas, mascaradas, disfarçadas de alegria e bom humor. Pessoas dentro de ti que te falam e confundem levando-te a agir paradoxalmente. Esse pretérito que me baralha e submerge em culpa.

Não posso chegar atrasado. Não posso chegar atrasado!

O pensamento que lhe ocupava o íntimo, enquanto o chão escapava sob os pés. Sabia o que o aguardava. Um punho a um ínfimo pretexto de distância. Este. Era tarde demais para correr. Ia sofrer as consequências da sua meninice e no entanto corria. Corria. Corria! Corria como se disso dependesse a vida. Ei-lo e ao cinto, prontos a desabar-lhe. As pernas paralisaram, o coração acelerou, se ainda o era possível depois de tamanho esforço, e a sua ânsia de ser digno não evitou o terror que sentia. A urina quente percorreu-lhe as pernas de menino, magrinhas e sujas de jogar à bola. Até tão tarde. Ofendia tanto. O corpo, a alma, ele que não entendia porque teria vindo parar ali. Era feliz na terra quente onde a cada dia um bicho novo, um outro cheiro. Porque o mandara embora sua mãe? Para tão longe... Para os braços deste padrinho? Quem o escolhera? Odiava aquele homem com toda a sua vontade. Aquele monstro endeusado que as convenções e o medo obrigavam a apelidar de padrinho, com desproporcionada reverência.

(Porquê mãe? Porque me mandaste para aqui? Para este inferno.)

Deixou de amar aquela mãe. O pai. Enquanto morria pouco a pouco, a cada dia que passava junto daquele padrinho.

Mirava as pombas no poleiro. Aproximava-se, pegava nelas abusando da confiança que tinham na mão que horas antes as alimentara ou acariciara e perguntava:

- Como é que te chamas? Não dizes? - Crack.

E assim lhes torcia o frágil pescoço sem motivo aparente ou emoção. Deixava aquelas vidas esvaírem-se nas suas pequenas mãos, de petiz, sem esboçar esgar que denotasse um qualquer sentimento. E a verdade é que não nutria qualquer tipo de sensação pela morte. Morto estava ele. Alheio. Quando morrera? Quem o matara? Teria estado, um dia remoto, vivo? Gostava de falar sozinho. Muitas vezes o fazia. Não brincava como os da sua idade, excepto quando jogava à bola. Elaborava rábulas distorcidas, pregava pérfidas partidas, torturava animais.

- Onde estiveste?
A voz. Estremecia. Suores frios percorriam-lhe o corpo. Sabia de cor o que se seguiria.

- Vim directamente da escola para casa.

A bofetada fê-lo deslocar-se até à porta. Metros, portanto. Não chorou. Sabia bem que de nada lhe valeriam lágrimas. Outra chapada se lhe colou à face. Outra. Outra, ainda. Uma tempestade de agressões à cara que lhe conferia identidade. Encolhia-se o mais que podia.

- O padrinho não te disse já que tens dez minutos desde a hora de saída da escola até entrares por aquela porta? Precisas de cinco para o fazer, já te dou outros tantos de tolerância.
- Sim padrinho. - A voz sumida, a insuportável mágoa do corpo. Pior a da alma.

( Porque me mandaste para aqui mãe?)

- Não jantas. Espera por mim no quarto.

O aposento. A escuridão. O ânimo esvaindo-se em fiapos. A luz que jamais voltaria a iluminá-lo. A raiva. O grito contido. A dor.

(Porque me mandaste para aqui mãe? Odeio-te.)

Uns dias menos tortuosos que os outros.

(Hoje não fui sovado. Hoje não fui abraçado. Hoje e apenas por hoje, estou a salvo.)

Não recordava quando havia começado a ser diferente. Não se lembrava da primeira vez que tinha sentido genuíno prazer em torturar. Teria sido com os pombos? Aquele íntimo gozo que a fragilidade de terceiros lhe trazia. Não conhecia o remorso. Sentia-se tão-só vingado. Quem se tinha apiedado dele? Quem vislumbrou a necessidade gritante de ajuda? Ninguém. A farsa. Somente o embuste. Uma "família" unida. - ah ah ah - Muitos miúdos em redor. Afilhados. Estórias contadas à lareira. A comunhão fictícia. O(s) abraço(s). Repugnante amplexo. Inúmeras vezes, demasiadas vezes. Sem hora marcada ou pré-aviso. Sim, dava-lhe prazer ver outros a sofrer. Sim, queria percebê-lo nos outros. E mais que perceber, queria ser ele a provocá-lo. Sobrevivera. Desprezava-os. Oh como os condenava a todos. Tantos afilhados. - Passaremos todos pelo mesmo? - Interrogava-se muitas vezes. A austeridade não deixava margem, porém, para confissões. Nunca o partilhara com vivalma e nunca quisera questionar. Doía demais a humilhação. Os anos passaram, a grande impostura perpetuou-se e o coração, uma vez de pedra, deixou de bater, deixando simplesmente de ser humano. O sangue corria-lhe gelado nas artérias, congelando-lhe o corpo outrora quente, de menino vulnerável que se fez homem rocha. Era, contudo, agradável para todos. Procurava ajudar, ser de alguma forma prestável, útil na vida das pessoas que consigo se cruzassem e assim construiu uma imagem. Uma representação para o seu corpo desprovido de consciência.

Eis que o seu caminho se cruza com o dela.

Nesse momento Rita vislumbrou apenas o que os olhos de fora lhe devolveram. E o que viu de certa forma a deslumbrou.

- Salva-te. - Dir-lhe-ia pudesse falar-lhe na altura. – Corre. Foge o mais que puderes. Tanto quanto as pernas to permitam. - Pudesse tê-lo feito e não estaria hoje, neste diário, a registar esta história.

O que é que se conhece dele? Sabemos apenas o que nos quis mostrar, o que permitiu que nos chegasse. Garantias de veracidade nenhumas. Eis o seu trunfo. De tanto a viver, passou a ser a própria farsa. A que noutros tempos o agredira e transmutara. Seria o mais cruel dos homens para uma única pessoa (mais tarde duas) e a mais dócil das criaturas para os restantes. Dessa forma, Rita, seria como ele foi, prisioneira na própria vida. Quem acreditaria nela? Quem crera nele e na sua história nojenta? Quem olhara para o padrinho e lhe teria dito: Basta. Ninguém. Essa mulher sentiria o abandono, a vulnerabilidade, o frio, todo o horror que ele vivera. Ninguém o vislumbraria. Plano por demais perfeito para ser intuído. Divertir-se-ia como uma criança com brinquedo novo e refulgente.

Foge. - Quero dizer-lhe. – Corre. Não olhes para trás.

Talvez possa nascer de outro homem. Não me importaria de não existir. Se pudesse dessa forma evitar-te tudo o que se passará. Antes não tivesse existido um “eu”.

Ela encarava-o com veneração. Conhecedor, orador nato. Sentia orgulho desmedido nele. E ele proferia piadas subtis mas envolventes que semeavam alguma insegurança. Ela não o saberia definir, embora finas farpas se lhe fossem entranhando no pensamento e apesar de não ferirem, ainda, verdadeiramente, incomodavam. Formulava: É brincadeira.

E ria-se descontraída.

Ainda.


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E ao 4º mês chegou o sony vaio e ela serenou.

(Pensavam que me tinha deixado disto né? Pois. Nem pensar. Foram as contingências do falecimento do Toshiba.)

PARABÉNS A VOCÊ(SES)

Foi em Fevereiro / Março que o calvário começou.
O Toshiba adoeceu, falhava-me de dia p'ra dia,
até que o écran azul ficou
e mais nada a fazer havia.

Começou por esses dias Dona Deia a falhar
nas mensagens de aniversário
que tanto apreciava enviar.

Onde?

No Buddy! Xa la la la.

Onde?

No Buddy!

Xa la la la.

Do telefonema/sms jamais se esqueceria.

Eis que chega o 27 de Abril
e não há post para a primaZita.
Uma doce criatura que aproveita cada dia
com medo que seja o último.

Vai daí a 9 de Maio
Inês Belo também não levou
com a posta relembrando o quanto esta amiga a adora
desde o ano de 88.

(Dava jeito para quase rimar. Foi muito antes linda bem sei.)

A catorze do mesmo mês
foi o piratinha Vicente.
Menino das covinhas marotas.
Que anda sempre muito contente.
(Amo-te muito priminho.)

E eis que chega o 18
e eu nada digo à Van.
Já sabes querida "comadre"
não te esqueci, só adiei.
(Aquele abraço pelo teu dia!)

Vai o mês adiantado e eis que a falha é com dois,
chega o dia 21 e nada de Júlio ou de Gui.
Parabéns queridos amigos!
Mais vale tarde que nunca, ora pois.

Logo no dia a seguir,
ouvi o oceano gritar-me:
"Bem sei que já ligaste ao Marinho,
mas quando é que para ele vais postar?"

Disse: Amado azul não temas, que o Abrantes compreende.
Isto de falecer o Toshiba arrasou com a tradição
mas em breve honrarei o tema.

Chegou o 5 de Junho e o drama prestes a terminar,
por ora escrevo à mão à Cláudia,
mas amanhã por esta hora, um post de PARABÉNS para todos estes meus
queridos, já cá há-de cantar.

Onde?

No Buddy!

Xa la la la la.

E vai de maneiras que é isto.

I'M BACK.

(NOTA que me enche de felicidade: PUBLICADO À HORA REAL.)

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sexta-feira, 4 de junho de 2010

 

Quem quer um amigo/a para amar incondicionalmente?




APELO AQUI.

P.S. JÁ TÊM TODOS UM LAR! Obrigada se consideraram ligar.

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quarta-feira, 2 de junho de 2010

 

Ó Amilcar tentei meter o Rossio na Bette(s)ga com isto pá.

Gostei de te conhecer. Foste por demais inspirador. Saravá p'ra ti. Olaré.

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