terça-feira, 31 de março de 2009
Coisas que podem levar os outros a não me gramar
"Não comas o potpourri pá."
Etiquetas: Ideias parvas
segunda-feira, 30 de março de 2009
HÁ QUE DIZÊ-LO
Ao que eu prontamente respondi 'Bora!
E assim fui ver uma daquelas peças em que me apetece, efectivamente, correr para o "palco" (não o havia, estávamos no meio da acção) abraçá-los a todos, dar-lhes beijinhos e dizer-lhes muitas vezes: "Vocês são grandes". É este o tipo de teatro que eu mais gosto. Aquele em que nos colocam no meio da cena, em que nos fazem viver o que se vive deveras em palco (Não, eles não estão simplesmente a representar, aqueles grandes actores estão a viver intensamente o que representam). Entre bares de frequência, por certo, nórdica (Coppenhagen*, Dinamarquen* e outros que tais terminando em "en"), numa rua toda catita que há no cais-do-sodré, nada húmida, nada fantasmagórica, nada frequentada por pessoas que vestem cintos em vez de saias, eis que defronte ao grande Jamaica (que só conheço de nome e de ouvir que é supé giro, sei lá) o local: CASA CONVENIENTE.
Não sei qual de vocês fez figuinhas mas resultou, porque íamos a caminho das Amoreiras para ver o Gran Torino, após nos terem desfeito ilusões com um "não há hipótese, ninguém desistiu" eis que recuam no veredicto e nos atiram um redentor "Estamos a contar com vocês". E nós tudo bem que queríamos mesmo, mesmo assistir à peça.
O que vos posso dizer é que espero que a reponham. Foram poucos dias e a assistência é limitada (30 / 40 lugares?). Alguém que apoie estes "miúdos" porque eles têm vocação e são mesmo muito bons no que fazem. Destaco o rapaz das botas vermelhas (o que se contorce logo ao início e se molha e se magoa verdadeiramente, tal é a entrega) uma promessa sem dúvida, uma vida a seguir, a querer ver crescer. Destaco-o porque a prestação dele é arrebatadora, mas reforço que são todos muito bons.
As palavras do Cesariny, a sua mágoa, a revolta, a resistência, a irreverência, o grito, as frustrações, as vontades, os triunfos e as derrotas, honrados de forma sublime neste tributo. Há-de se sentir feliz, onde quer que se encontre por se ver relembrado desta forma tão intensa, tão bela.
Saio deste tipo de espectáculos com a sensação que não preciso de muito para ser feliz. Gratidão por mais um momento pleno nesta vida.
* Inventados. Não me lembro dos nomes correctos ok?
Etiquetas: A NÃO PERDER, ARREBATADOR, TEATRO
sexta-feira, 27 de março de 2009
Dia mundial do teatro
Etiquetas: TEATRO
A minha cabeça é um lugar (muito) estranho
Amanhã 20h30 apaguem as luzes. Eu apagarei as minhas. Bom fim de semana!
Etiquetas: ESCRITA, PENSAMENTOS, VIDA
quinta-feira, 26 de março de 2009
A rampa
Etiquetas: PENSAMENTOS
quarta-feira, 25 de março de 2009
É mesmo hoje.
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cómico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e erróneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Álvaro de Campos
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terça-feira, 24 de março de 2009
APONTAMENTOS
Nota: o rapaz ou é prodígio ou tem todo o tempo do mundo nas mãos. Ou ambos.
2) Casa Fernando Pessoa, a palavra aos poetas
3) No Teatro da Cornucópia: A TEMPESTADE.
Alerta: 3h de espectáculo (as "nalgas", passo a expressão, ressentem-se um pouco) que vale MUITO a pena. Gostei. Não é daqueles que me fazem querer correr para o palco e dar-lhes beijinhos e apertá-los muito, mas ainda assim gostei bastante. O "nosso" Nuno Lopes brilhante, para não variar. Embora a personagem desse ali uns toques de "chato". Volta e meia quase ia jurar que ele ia sair-se com o "Esjcuta. Vai majé trabalhar."
4)
5) É só isto. Obrigada.
P.S. Usei a expressão "muito bom" duas vezes. Muito bom é algo que gosto muito de dizer. Dizer muito bom é muito bom.
segunda-feira, 23 de março de 2009
HUGO:
Etiquetas: Amizade, ANIVERSÁRIO
domingo, 22 de março de 2009
22
Deram um nome à dor
É um aperto no peito,
uma pressão que oprime,
são lágrimas que não secam,
uma tristeza que (por palavras)
não se exprime.
A isto chamam “saudade”,
deram um nome à dor!
Se eterna desespero,
quando é que fico melhor?
Quando irei eu sarar
desta chaga que a morte me abriu?
Levou-te de mim...
Mas o meu amor por ti?
Não conseguiu.
Andreia Azevedo Moreira, 2002
Etiquetas: AMIZADES, DOR, SAUDADE
sábado, 21 de março de 2009
O homem do acordeão (no semáforo)
O homem do acordeão (no semáforo) toca resignado. Olha os que por ele passam com o ar de quem já nada espera do que lhe coube em sorte. Este homem não pede, não se finge disforme. Não pretende piedade. Dá aos outros, os dos automóveis confortáveis, o que sabe fazer, esperando que alguém o entenda. Alguém que sinta empatia e lhe ouça a melodia pungente. Não pede. Dá. Trabalho como qualquer outro. Presta um serviço: o de musicar a vida dos que vegetam no trânsito, repetitivo quotidiano. Não estende a mão, não se finge incapaz, antes solta a sua melodia e aguarda resignado que alguém perceba a situação que ali se apresenta. Sei fazer isto. Aqui está. Decidam. Poucos o entendem. Vejo-o daqui (do autocarro). Trancam-se portas, sobem-se vidros, viram-se caras receosas. Ignora-se. Aqui, distante, vejo-o bem e angustio-me. A distância, não raras vezes, a revelar-me tudo mais nítido (apesar da miopia). Do autocarro posso afirmar convicta que o entendo e que o ouço. Se lá em baixo, tê-lo-ia visto? Tê-lo-ia ouvido? Ou um pensamento: lá vem mais um, enervado e intolerante. Uma janela que subi, a cara que virei, a porta que tranquei. Não sei. Eis que uma mulher o vê. Abre a janela, conversa com ele, esgaravata o cinzeiro em busca do que lhe possa dar. Sorri-lhe. Não é que ele se alegre ou se mostre efusivo, a resignação não deixa espaço para manifestações desse calibre. Alegro-me eu porque ela o viu. Sorrio também, daqui distante. Porque aquela porta não se trancou, a janela não subiu, a cara permaneceu direita a encará-lo, a vê-lo. Aquele coração que não se fechou. Outro dia, fotografias de rafeiros de Lisboa, penduradas numa parede. Alguém vira estes rafeiros, achou-os dignos de nota. Alguém os viu, não virou a cara. Alguém os imortalizou para que outros os vejam, para que outros saibam que eles andam por aí, olhar meigo. Não pedem esses cães. Não se fingem disformes ou incapazes. Dão o que têm para dar, se os deixarem. Olhar resignado com o que lhes cabe em sorte. Hoje é o dia em que me alegro, porque há pessoas que (ainda) vêem. Ainda bem.
“HAPPY GO LUCKY” o filme de ontem. Um alerta subtil. A mensagem disfarçada de muito riso. Não se enganem, um filme alerta. Filme bofetada. Espero que andem por aí muitas “Poppy”. Coração e mente abertos. Alegria de viver. Acreditar que é possível fazer pelo menos uma pessoa feliz. Coração que vê e ouve. Todo o filme me falou (me gritou), a cena porém que mais me tocou é aquela em que ela segue o lamento de uma voz. Um sítio escuro, assustador e ainda assim atender ao queixume, mais importante que o medo. Encontra um homem, aparentemente louco. Discurso desconexo. E mantém-se ao lado dele a ouvi-lo. Simplesmente ouvi-lo. Era tudo o que ele precisava. Que alguém o ouvisse. Que filme. Não percam. (Monumental).
Um lema que me falou a adoptar para a vida: “Não te fiques.” O dia-a-dia uma luta contra a banalidade e por vezes, na tentativa de realizar conquistas que são meramente pessoais, esqueço-me que não me devo ficar também noutros aspectos. Não me quero ficar nas injustiças. Não me quero ficar quando posso lutar. Não me quero ficar se puder fazer alguma coisa nem que seja, apenas, pela tal "uma pessoa". Não me fico. Por mim. Pelos que me rodeiam. O meu ridículo papel melhor que nada. Sacudo a inércia a partir de hoje. Não tenho plano. Acredito que se me irá revelando, desde que não vista o coração de egoísmo. Basta que ouça, que veja e queira estar atenta.
E hoje, depois de alguns dias em que a vida se me afigurou sem sentido (são dias em que me dá a travadinha), todos estes acontecimentos, aparentemente díspares, a encaixar-se e de novo o fôlego para não perder de vista o que (me) é realmente importante.
A propósito de hoje ser dia Mundial da Poesia:
DESPERTAR
É um pássaro, é uma rosa,
EUGÉNIO DE ANDRADE
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quinta-feira, 19 de março de 2009
Rua de Sol ao Rato
quarta-feira, 18 de março de 2009
O meu triunfo (ou não)
ADENDA: Tenho visto o "meu" Afonso Trindade de Noronha. Apetece-me abraçá-lo e enchê-lo de beijinhos, qual avô reencontrado.
ADENDA 2 - Esclarecimento de eventuais interpretações erróneas ao que escrevi:
1) "Em memória" deia refere-se ao facto de utilizar o nome de sua avó.
2) A minha avó não era uma velha cusca, eu é que tenho uma dentro de mim. Obrigada.
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terça-feira, 17 de março de 2009
A ESCANDALEIRA
A cadência da sua dança a inebriá-lo. Monta-o como quem lhe conhece o colo há uma vida.- Desde quando?Ela não responde e lambe-lhe os lábios. E brinca consigo explorando-o com a língua. Ele pouco resiste. Sempre se sentiu diferente. Sempre se viu monstruoso. Capaz de tudo. Mas disto não se recordava mesmo.Náusea. A música maldita que lhe regressara aos ouvidos. O deleite em simultâneo. Culpa. A incerteza insidiosa, agora, de um passado em que o inominável parece ter-se repetido até à exaustão. A forma como lhe conhece o corpo não é de agora. Percorre-o de forma certeira, como se, se satisfizesse a si própria.Os traços que recordava não eram, afinal, os de Anna? A última lembrança de Erika, era a dela criança ainda, pendurada no seu pescoço, numa qualquer despedida. Quando e em que circunstâncias se teriam reencontrado. Passar-se-ia isto desde então? E a culpa a fugir-lhe pelos poros, em cada beijo que recebia, em cada movimento sôfrego, no corpo da própria filha. Tudo se encaixava. Aquelas sessões ridículas no consultório de Vozone. Aquele escavar agressor da sua intimidade em busca disto. Delicioso. Pensa e ri-se com gosto. Talvez o quisessem chantagear para que entregasse o envelope. Desconcentra-se. Ela olha para ele de forma cúmplice e continua ritmada. Ele alterna entre a repulsa e o desejo. Não lhe parece que seja ele o carrasco. É ela quem comanda o que acontece. É ela quem brinca com ele, qual Lolita. Mas isto é pior. Isto é muito pior.
Sou pai dela. – Vai repetindo mentalmente.
Ela como se lhe adivinhasse os pensamentos acelera, brinca com ele, quer vê-lo rendido, desnorteado.
- Diz-me onde está. – Sussurra-lhe ao ouvido, puxando-lhe os cabelos na nuca, enquanto endurece os movimentos. Pancadas secas na estante.
– Onde é que está o envelope paizinho?
Começa a trautear a música que o persegue há meses, ignorando-lhe o pedido e ela pára petrificada. Levanta-se de rompante, com os olhos marejados de lágrimas, deixando-o vulnerável e despropositadamente erecto, agora que não o acolhe. Abandona-o no escritório naqueles preparos, atirando-lhe um último olhar de desprezo. O olhar que ele lhe deveria ter merecido enquanto o fodia, afinal de contas, é seu pai.
E jamais um pai deveria sujar um filho desta maneira.
- Mas afinal que música é esta?
E acaba sozinho o que ela começara, com um sorriso estúpido de prazer no rosto, ainda alheio ao que o esperava.
(Imbecil.)
segunda-feira, 16 de março de 2009
Quem faz dois posts faz três
Etiquetas: DECISÕES DIFÍCEIS
DÚVIDA
b) Se sempre achei que o hi5 não servia para grande coisa.
c) Para que fui eu aderir ao facebook?
E já agora ao twitter? (a explicação é, neste caso, perfeitamente plausível , quero seguir atentamente todos os passos desse grande festival que é o MUSA).
São tal como o sitemeter "acicatadores" da velha cusca que há em mim e eu de momento, ainda não tenho tempo para a soltar.
Outros assuntos: Dia 11 de Julho além de Dave Matthews Band que lá me levariam sempre, tenho agora o grande Chris Cornell e Black Eyed Peas, tudo no mesmo dia. E eu tudo bem!
Tenho também "Trouble Andrew" (Quem eu?) e "Los campesinos" que não faço a mais pálida ideia quem sejam. Perdão a eventuais fãs, pela minha profunda e completamente assumida ignorância.
Etiquetas: BABOSEIRAS, CONCERTOS, PENSAMENTOS
E chegou o dia em que o homem, cuja rectidão sempre foi inquestionável, se sentiu perdido.
O dia-a-dia vive-se.
Vive-se feliz.
Vive-se, sem o pensar. (Ao dia que passou.)
Até um dia.
Hoje, amanhã, um dia.
Um dia em que a própria vida nos interroga. Pergunta-nos insolente:
- É isso? (Assinto)
Pergunta-me insistente:
- É isto?
- Sim. (Assinto de novo) Eu sei que sim. (Porque perguntas?)
É isso. É isto. É o que desejo.
Com os seus senãos. Aceito. Ainda assim é tudo.
(Isto) Eu.
O meu pensamento, outra história.
Vida própria contida nele.
Vidas que não vivi (ou que não escolhi) sentidas por ele.
Mando-o calar:
- Cala-te!
Ele ignora-me brincalhão. Ocupa-se de melodias alheias às que escolhi.
Desinquieta-me matreiro.
E eu mando-o calar:
- Cala-te!
Ele enfrenta-me com gargalhadas desobedientes. Diz-me:
- Estou aqui.
E eu, já enervado e desorientado:
- Shiu.
Ele manso, dengoso, feito lobo vestido de lã:
- Não me consegues calar.
E eu:
- Vamos ver. Vamos ver.
Ri-se de novo, desdenhoso.
Aflijo-me:
- Meu Deus. Enlouqueceste?
sexta-feira, 13 de março de 2009
Fico tão feliz com isto:
Foi isto que senti quando li o livro.
(xi que abusava nos pontos de exclamação até mais não)
Parabéns Lídia.
Etiquetas: ALEGRIAS
DOUTOR TENHO UM PROBLEMA
Etiquetas: BABOSEIRAS
quinta-feira, 12 de março de 2009
PARABÉNS RADIO COMERCIAL
30!
PARABÉNS!
São uma grande equipa.
Etiquetas: AMIZADES, ANIVERSÁRIO
quarta-feira, 11 de março de 2009
CRÓNICA DA BIRRA
a) Ah. Caíste. Coitadinho. Anda cá que eu dou um beijinho. cutchi cuthi cutchi.
(Esta desencadeará uma choradeira pegada, não sendo possível prever as proporções que eventualmente tomará, bem como a duração da dita choradeira.)
b) Ó. Caíste. eh eh eh. UPA! Não foi nada! UPA! Já passou. Vês?
(Que arrancará, por certo, um belo sorriso ao petiz e lhe ensinará, assim de mansinho, que na vida e especificamente no que respeita às quedas, mais vale encará-las com um sorriso e levantarmo-nos sozinhos, sacudir a sujidade do rabo com a mão, enquanto nos preparamos para outra.)
Ora, às vezes, nesta vida adulta que levo, não me apetece seguir o precioso ensinamento de b).
Apetece-me simplesmente ficar amuada no chão, de braços cruzados, numa choradeira pegada, à espera que me dêem colinho.
Às vezes canso-me de ser combativa, apetece-me pôr as orelhas de burro e virar-me para o canto, amuada, embirrenta.
De vez em quando apetece-me, apenas, dormir.
Recrimino-me então, porque sei (a maior parte do meu tempo sei) que isto de andar cá é muito bom e temos de tirar o melhor partido. De um momento para o outro (infelizmente também sei isto demasiadamente bem) puf, já fomos.
Não sei se serão as hormonas, as culpadas destas oscilações de humor. Sim porque neste momento também não me apetece arcar com a culpa desta birra, nem assumir responsabilidades (ou não se trataria de uma birra como deve ser. Em birra que é birra:) A culpa não é da menina. Hormonas. Tudo bem. Hormonas.
Às vezes guerreira. Às vezes cobarde.
Às vezes lutadora. Às vezes um "Oh deixem-me estar. Vou só aqui dormir um bocadinho."
Uns dias crente, outros derrotada.
E lembro-me de ti pai. Quando me dizias que eu devia escolher, para fazer da vida, uma coisa de que gostasse verdadeiramente. Seriam muitas horas dos meus dias. Seriam muitos dias dos meus anos. Muitos anos da minha vida, por sua vez. Na altura não (te) percebi. Na altura diziam-me para escolher e eu num cadernito, folheado de véspera, tirei três "ao calhas" e nenhum dos três dizia respeito ao que eu mais gosto de fazer. E hoje pai, percebo. Pesa muito pai. Pesa muito. A competência é-me arrancada. Ultrapassar obstáculos em algo que não ambiciono é difícil, porque a falta de vontade me coloca 50kg em cada perna e eu só peso 57kg. E então é difícil dar os passos necessários, quanto mais erguer as pernas num salto. E hoje, se me dizem que não presto, eu acredito, porque sei que não me esforço o que podia. E recrimino-me novamente, porque olho em volta e vejo como está o país e sei que tenho muito, um muito que tanta gente merecia. (Talvez mais do que eu, que não consigo apreciá-lo, não hoje. Hoje estou com a birra.)
Que pena pai não te ter dado ouvidos. Mas a verdade é que na altura eu não sabia, ainda.
Eu não sabia.
Ainda.
Ontem caí e disseram-me UPA!
Obrigada.
Obrigada também pai pelas coisas que me ensinaste (e foram muitas).
E se hoje estou com a birra?
(que é paciência em americano.)
Etiquetas: CRÓNICAS
terça-feira, 10 de março de 2009
A teoria que durou apenas algumas horas
Está aqui a prova. Ele existe. http://bibliotecariodebabel.com/ficheiros/onde_esta_o_rogerio.jpg
Onde está o Wallério?
(calças roxas e gravata azul)
(Isto tudo porque ando a ler "Pastoral Portuguesa" com textos da autoria do dito-cujo postados no blog com o mesmo nome.)
Etiquetas: Delírios
Teoria
Etiquetas: Delírios
segunda-feira, 9 de março de 2009
Pontos de vista
Sendo assim retiro o que disse (da forma que disse). Foi estupidez (a forma como o disse).
E como tal guardo para mim o que pensava ter dito e não disse (pelo menos, não como queria ter dito), por não o conseguir expressar convenientemente. (É mais isto)
E pronto, é maravilhoso isto de estar sempre a tempo de mudar, de pensar diferente e de reescrever a minha maneira(zinha) de ver a vida.
Etiquetas: PENSAMENTOS
O LEITOR
"Love can mend your life
Ora o coração do Michael Berg partiu-se, ainda ele era menino e nunca mais se consertou. A troca que viveram os dois (ele e Hannah), a paixão e o amor em estado puro, determinaram-lhe para sempre a existência. Ele esforçou-se por retomar a vida, como ela se queria, "normalzinha", mas o que viveu aos 15 foi intenso demais para que qualquer outra relação, ou qualquer outra mulher, se pudessem algum dia equiparar. Pudessem algum dia preencher o vazio deixado por Hannah no dia em que fugiu.
1) A leitura carinhosa e empenhada
2) O sofrimento pela condenação embora a soubesse merecida (e apesar da cruel injustiça implícita). O respeito pela vergonha que ela sentia. O silêncio cúmplice (ao mesmo tempo compreensivo, desesperado e condenador).
3) As gravações feitas com dedicação e enviadas já depois de (saber) "tudo". Não remorso. Amor.
4) as flores no dia da saída da prisão, apesar de tudo. Apesar do sofrimento. Das vidas que correram apartadas e das omissões. Apesar do egoísmo dela.
5) o banho que lhe deu como que para o limpar da sua passagem pela sua vida (metáfora magnífica) embora essa marca fosse irremediável.
6) a aprendizagem tardia da leitura, não apenas por ela, mas por ele que não desistiu dela ou de a amar (ainda que à distância)
7) a escrita dela , primeiro tosca, melhorada a cada bilhete. Os (amorosos) recados. A ânsia pelo retorno agora que já conseguiria descodificar as palavras contidas.
8) a tentativa de amenizar o que ela havia feito, a procura pela absolvição da amada.
9) a revelação final e vital da sua existência. A prova de amor à filha, as explicações em falta todos esses anos. O vazio e a insatisfação eternos, enfim explicados.
Este foi um dos filmes que mais gostei de ver nos últimos tempos. Vale a pena ver. No fundo nada revelei aqui e para quem ainda não viu, tudo o que disse soará desconexo. Por isso o melhor que têm a fazer é ignorar-me e ir o quanto antes até a uma sala de cinema para o ver.
Outra questão se me levantou ao ver este filme. Este tipo de regimes faz-se de pessoas que se comportam como autómatos e se limitam a cumprir ordens. Posso ser simplória (não, não vivi aqueles tempos e não, não estou apta a julgar quem quer que seja, nem pretendo), mas ter 300 pessoas fechadas numa igreja em chamas e limitar-se a cumprir ordens, é coisa de autómato e não de pessoa com sentimentos e pensamento.
Etiquetas: A NÃO PERDER, ARREBATADOR, CINEMA
sexta-feira, 6 de março de 2009
PARABÉNS CUNHADO
Etiquetas: ANIVERSÁRIO
quinta-feira, 5 de março de 2009
PENSAMENTO DO DIA (quando o kompensan já não ajuda)
E também não comprarei produtos que se encontrem contidos nos 999 folhetos de publicidade que recebo semanalmente (embora não saiba os que não devo comprar visto que encaminho os 999 do correio para a reciclagem, sem passar pelos meus olhos).
E não me apanharão, jamais, em reuniões para conhecer a luz, ou Jesus, ou o Senhor. Porque eu não preciso de panfletos, falo com Ele quando me apetece. Cunhas. Não têm, azar o vosso.
O mau feitio apoderou-se de mim. Se me virem na rua finjam que não viram - não darei por nada, sou míope - não vá eu morder e depois era uma carga de trabalhos. Ainda tinha de ir à procura de um panfleto com o n.º da linha saúde 24 e todos sabemos que essa não é uma estratégia segura para resolver um problema, além de que EU NÃO GOSTO DE PANFLETOS (excepto os que distribuo do MUSA, são MUITO LINDOS e MUITO ÚTEIS.)
(Olha, estou melhor. Já percebo os ressabiados profissionais. Dizer mal, alivia a azia.)
(Compreendo perfeitamente - até vos instigo a fazê-lo - se quando me virem, lá para o Verão, a distribuir os ditos flyers do MUSA, me derem com eles na mona.)
(Digo mais, vocês daqui, vão mas é para aqui que isto sim é realmente importante e digno de nota. Não estas parvoeiras que me dão de vez em quando.)
Etiquetas: OFF, Workshop de auto-controle de azia
quarta-feira, 4 de março de 2009
2 a 3 apontamentos
2) Guisado, tenho andado para registar isto aqui: OBRIGADA.
Talvez não te apercebas do quanto me sinto grata e reconhecida por apostares em mim. Sem qualquer garantia. Acreditas em mim. Passas-me coisas para as mãos, deixando-me não raras vezes enrascada (e corada para não variar), com mais confiança do que eu alguma vez tive em mim e dizes-me com fé: ÉS CAPAZ. Isso é tudo. És grande.
Já agora: também te acho capaz de tudo. Admiro profundamente o teu espírito aberto para quem os "impossíveis" não existem, nem te demovem (com palavras de desencorajamento, como já assisti).
3) PENSAMENTO DO DIA (de ontem): de cada vez que me rejeitam é-me dada a possibilidade de melhorar, de aprender mais. Isso é bom e positivo (talvez por isso me ria tanto nessas alturas, passada a choradeira inicial). Sendo assim, rejeitem-me que eu gosto.
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terça-feira, 3 de março de 2009
Eu vou
COM QUEM?
Algum amigo que eu desconheça gostar disto e que não tenha ido ao Atlântico e agora queira ir?
Algum amigo que goste, tenha ido ao Atlântico, me tenha dito que agora não vai, mas entretanto mudou de ideias?
Aguardo resposta.
REPEAT
Etiquetas: PENSAMENTOS
O sitemeter deu-me cabo do ego
Dez a quinze dos meus leitores sofrem isso sim:
a) de glândula salivar entupida: maleita que me atingiu há mais de um par de anos.
b) de falta de estudo e precisam encontrar as melhores técnicas para cábulas existentes no mercado.
Ora se, efectivamente de médica nada tenho. Podendo no entanto ajudar os que padecem desse mal com a receitazinha caseira: bochechar com água morna cheia de sal e esperar que passe. (A dor é horrível, eu sei companheiros, mas aguentem que dura "apenas" 2 a 3 dias)
Fui eu também efectivamente, quem inventou as melhores cábulas do mundo. Fui eu. Essa é que é essa. Perdoem-me a imodéstia. Mas é que são boas, mesmo boas e pessoalmente testadas, bem como comprovada a sua eficácia.
Receio ter um dia um mailzito do Mariano Gago* a dizer-me que vai arranjar maneira de me retirar o grau académico que consegui com (tão pouco) suor e (nenhum) afinco.
(Vá, estou a exagerar, vocês já me conhecem a natural tendência para a hipérbole. Tudo o que era cadeira que metesse ambiente, natureza e seres vivos, era realmente boa aluna, porque gostava. Isto foi mais aplicado às matemáticas, às estatísticas e às físicas e químicas desta vida, para as quais sempre fui durinha como um calhauzinho)
Em todo o caso se ele o fizer, encolho os ombros repetida e freneticamente e digo (depois de lhe deitar a língua de fora): não me importo, também não era este que eu queria. Foi um erro cometido em tenra idade. (relacionado com a mania que na altura ainda tinha, que havia de salvar o mundo e mais especificamente a natureza)
NOTA aos leitores que padecem de a) e de b) Continuem a voltar que são bem vindos. E rápidas melhoras!
Nota aos leitores que sobram: gosto tanto de vocês pá. OBRIGADA.
É aqui, aqui e por exemplo aqui que os que padecem de a) me encontram. A maioria do país irmão, mas também já os tive da Bélgica, do Portugal e desconhecidos. Pensava eu, na altura, ter tido um problema super original.
*Errata by Van, valha-me Deus que a Maria de Lourdes é de outro campeonato.
Etiquetas: BABOSEIRAS
domingo, 1 de março de 2009
PEDRAS NEGRAS

(Marinho, alertaste-me, disseste-me que não ia gostar mas afirmo-te agora que o li, que compreendo embora sofra, pelas baleias que morrem de maneira cruel. Compreendo o povo. A necessidade. A tentativa de viver do que o mar lhes dá. Sei que era/é (um mal) absolutamente necessário. Sei que era a sobrevivência de todo um povo que estava em jogo).
A maldade e a mesquinhez humanas revoltam-me. Sei que existem e existirão sempre e ainda assim, sofro sempre de cada vez que o constato. Sanguessugas humanas em redor do homem que “deu o salto” (sair da ilha), interesseiros, palmadinhas nas costas ao “Americano” a nausearem-me e a vontade de lhes gritar, a estas personagens (pessoas que existiram com toda a certeza, sob outros nomes, com pormenores diferentes, mas das quais adivinhamos a essência no belíssimo relato de Dias de Melo) com mais de 40 anos de existência. “Parem com isso! Que nojo. Que vergonha!”
E o Francisco Marroco, um homem bom, um homem que sonhou e fez por concretizar, penou, lutou, desabou, reergueu-se e amou intensamente, a sua terra e os seus, a quem jamais esqueceu. Ganhou algum, embora pouco, muito pouco para os abutres que o aguardavam na ilha. Viveu o seu romance de menino e quis para os filhos o que não conseguiu para si. Foi derrotado pela pequenez dos homens e pela grandeza impiedosa da natureza que não se compadece, muitas vezes, dos homens bons, castigando-os como aos outros.
Um livro apaixonante que nos aproxima um pouco do que é ser ilhéu. Da angústia entre o amor que se tem à terra mãe e a vontade de partir na mira de um futuro menos penoso.
She blows!
Um abraço Francisco Marroco, João Peixe-Rei (que te perdeste logo ao início), outro a ti Dias de Melo pela dádiva que este livro constitui.
Marinho: OBRIGADA. (Mais do que pelo livro, pela dedicatória.)
Etiquetas: ARREBATADOR, LEITURAS
Um granda beijinho aqui que o outro (real) seguiu no tempo certo
Ora aqui vai o "granda beijinho" virtual:
- Marta Carneiro (8 de Janeiro)
Etiquetas: AMIZADES, ANIVERSÁRIO
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